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Mercado de trabalho ainda impõe barreiras a minorias

No Dia do Trabalho, vale lembrar as dificuldades enfrentadas por mulheres, trans, negros e idosos em relação a salários e oportunidades

1 mai 2022 - 05h00
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Embora as empresas venham apostando na diversidade e inclusão no quadro de colaboradores, na prática a realidade é outra
Embora as empresas venham apostando na diversidade e inclusão no quadro de colaboradores, na prática a realidade é outra
Foto: iStock

Embora as empresas venham apostando na diversidade e inclusão no quadro de colaboradores, na prática a realidade é outra

As empresas começam a pensar em incluir em sua lista prioridades a inclusão e empregabilidade de grupos minoritários – negros, trans, mulheres e idosos. As ações são importantes e revelam avanços nessa área, mas ainda falta um grande caminho para chegar a uma situação mais igualitária. Pesquisas e levantamentos de entidades governamentais, ONGs e outra entidades traçam um panorama de casa grupo.

Transgêneros

Apesar de haver um movimento de inclusão e empregabilidade de pessoas trans, o assunto ainda engatinha. Faltam dados sobre o mercado de trabalho para esta parcela da população, mas sobram indicadores estatísticos que explicam a estrutura social que torna esta realidade tão dura. O Brasil, por exemplo, é o campeão em assassinatos de pessoas trans e travestis no mundo. Além disso, 90% desta população tem a prostituição como fonte de renda e possibilidade de subsistência, segundo levantamento da ANTRA (Associação Nacional de Travestis e Transexuais). E aqueles que tiveram acesso à educação e conseguem lutar por uma vaga no mercado trabalho, enfrentam preconceito estrutural.

Mulheres

No Brasil, os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) do IBGE indicam que, de uma forma geral, as mulheres recebem, em média, 76% da remuneração masculina. Mulheres negras ganham ainda menos: 43% dos salários dos homens brancos. Em 2021, a Catho, agência online de empregos, constatou que mulheres, mesmo ocupando os mesmos cargos e com funções iguais às dos homens, ganham até 34% menos. Nos cargos de gerente e diretor, essa diferença é de 24%.

Negros

Nem sempre a questão é vista de um ângulo concreto, muitas vezes camuflado pelo névoa do preconceito. Os dados do relatório “Nós e as Desigualdades”, lançado pela ONG Oxfam, mostram evidências desta dificuldade de percepção: enquanto 72% dos entrevistados acham que a cor da pele influencia na contratação de funcionários por empresas, apenas 52% acreditam que negros ganhem menos por serem negros.

Porém, os dados uma realidade mais dura e que ainda dá passos lentos em busca de igualdade de condições. Em 2018, os trabalhadores brancos receberam, em média, cerca de 75% a mais do que os pretos e pardos, segundo dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnadc) do IBGE. No ano passado, o valor recebido por um trabalhador branco foi 77% e 74% maior do salário recebido por uma pessoa preta e parda, respectivamente.

Idosos

Os idosos (a partir de 60 anos) somam mais de 29 milhões, segundo dados do IBGE. E quando se inclui aqueles com uma década a menos, temos 25% de toda a população com mais de 50 anos de idade. E este número tende a crescer: como a expectativa de vida atual é de 76 anos, estima-se que em 2060 o Brasil tenha mais idosos do que jovens. Porém, o etarismo, termo usado para definir um tipo de preconceito em relação à idade, acontece no mercado de trabalho, que costuma dar mais preferência aos jovens, como mostra a pesquisa do PNAD: o desemprego nessa parcela da população cresceu substancialmente, de 18,5% em 2013 para 40,3% em 2018, o que reflete a diminuição de oportunidades de trabalho.

Fonte: Redação Nós
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