Script = https://s1.trrsf.com/update-1727287672/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

Gay, negro e estiloso: quem é o menino que celebrou os 15 anos no Copacabana Palace

Pedro Henrique Moraes mora na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, e se tornou o primeiro menino a realizar uma festa de 15 anos no espaço

18 dez 2023 - 12h29
Compartilhar
Exibir comentários
Pedro Henrique cresceu em um ambiente majoritariamente branco, mas reconhece os seus privilégios
Pedro Henrique cresceu em um ambiente majoritariamente branco, mas reconhece os seus privilégios
Foto: Reprodução: Instagram/__pedroomoraes

Pedro Henrique Moraes, um menino negro e gay, comemorou os seus 15 anos no Copacabana Palace no dia 9 de dezembro. O aniversário do jovem ganhou repersussão nas redes sociais e ele se tornou o primeiro menino a realizar uma festa de 15 anos no espaço.

Dicionário LGBTQIA+: Você sabe qual diferença entre gênero, sexo e sexualidade? Dicionário LGBTQIA+: Você sabe qual diferença entre gênero, sexo e sexualidade?

Quem é Pedro Henrique

Pedro mora na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, e completou 15 anos em setembro, mas a festa foi realizada apenas neste mês de dezembro.

Filho de uma mãe branca criada no Leblon, a pedagoga Viviane Moraes, e um pai preto, da Bahia, o empresário Marcos dos Santos, Pedro é o mais novo entre os três irmãos, todos negros, e estuda em uma escola de elite e internacional no Rio. Ele cresceu em um ambiente majoritariamente branco, mas reconhece os seus privilégios.

"A gente pode estar ali ocupando um espaço e mesmo assim as pessoas podem não me enxergar como igual. Ninguém sabe a dor que é entrar em um restaurante mais chique e sentir como se aquele lugar não fosse para todos", diz ele ao O Globo, contando que já sofreu racismo de forma "mascarada".

Ele é extrovertido, mas também tem um lado mais reservado que o ajuda a repor as suas energias, de acordo com sua entrevista ao O Globo.  "Eu faço isso criando o meu próprio espaço para cuidar das plantas. Tenho mais de 60. Além disso, tenho cinco cachorros, dois furões, um lago e três aquários. Comecei esses hábitos há uns dois anos e não largo mais", disse ao jornal.

Descoberta da sexualidade

Em 2020, Pedro se descobriu como um menino gay. Apaixonado pela moda, o jovem contou ao Globo que gosta de transitar entre o feminino e o masculino. Durante o seu processo de autoaceitação, o apoio da família e a descoberta da sexualidade foram muito importantes.

"A moda me ajudou porque me encontrei nas joias e nas bolsas, ditas como femininas. A minha sorte enorme é que eu tenho uma família que é super apoiadora e me deixa ser realmente quem eu sou. Eu tenho espaço para poder dividir as minhas histórias e sou grato demais por ter esse suporte", contou.

Futuro

Atualmente, Pedro tem dificuldades em se enxergar no mundo em que vive sendo uma pessoa preta, e ainda está se descobrindo como pessoa preta. No entanto, ele já está planejando o seu futuro: o menino pensa em estudar moda na Europa e trabalhar com grandes marcas do mercado. Um outro sonho de Pedro é criar uma ONG para ajudar aqueles que precisam. 

"Pessoas como eu têm o privilégio de poder abrir portas para quem não pode. Acho importante mostrar às pessoas que elas podem se enxergar em lugares de possibilidades. Quero ter representatividade", disse ao Globo.

A festa

O desejo de ser debutante surgiu na festa de 15 anos da irmã Maria Eduarda, atualmente com 20. A festa de Pedro, que contou com a presença de 350 convidados, transmitiu toda a sua autenticidade. "[Ele] queria muito que fosse no Copacabana Palace, pois nenhum lugar no Rio tem mais glamour do que o Copa", disse a mãe, Viviane, ao UOL.

Pedro dançou com a equipe de ballet do seu professor de dança e, também, com a família. "Em relação à representatividade social, acreditamos ser de grande importância a divulgação de uma festa de 15 anos de um jovem cis, gay e negro, em um lugar tão tradicional. Que esse evento abra espaço para que outras pessoas, que por muitas vezes vivem à margem de uma sociedade assentada no racismo estrutural, no sexismo e classismo, possam celebrar sua existência", disse Viviane ao site.

Fonte: Redação Nós
Compartilhar
TAGS
Publicidade
Seu Terra












Publicidade