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Brasileiro condenado à prisão perpétua por matar ex-namorada foge de prisão nos EUA

Danilo Sousa Cavalcante foi condenado na semana passada por matar a vítima em 2021; ele fugiu da Prisão de Chesco nesta quinta-feira, 31

1 set 2023 - 10h53
(atualizado às 14h19)
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Danilo Cavalcante escapou da Prisão de Chesco, no Condado de Chester
Danilo Cavalcante escapou da Prisão de Chesco, no Condado de Chester
Foto: Divulgação/Chester County District Attorney's Office

O brasileiro Danilo Sousa Cavalcante, de 34 anos, condenado na semana passada à prisão perpétua nos Estados Unidos por matar a facadas a ex-namorada Débora Evangelista Brandão, fugiu da Prisão de Chesco, no Condado de Chester, na manhã desta quinta-feira, 31, segundo informou o gabinete do promotor público nas redes sociais. 

De acordo com o New York Times, o diretor interino da prisão, Howard Holland, recusou-se a comentar em entrevista coletiva sobre como ou por que a fuga ocorreu, dizendo apenas que o caso estava sob investigação.

Deb Ryan, promotora distrital do condado de Chester, disse que o brasileiro foi visto pela última vez caminhando em direção ao sul, no município de Pocopson, na manhã de quinta-feira, vestindo uma camiseta branca, shorts cinza e tênis brancos.

As autoridades informaram que a busca por Cavalcante se estendeu a todo o condado de Chester e que os residentes próximos da prisão foram notificados da fuga. "Se você o vir, não se aproxime dele. Pedimos que você entre em contato com o 911. Ele é considerado extremamente perigoso", disse Deb. 

Cavalcante estava detido na prisão do condado de Chester desde sua prisão, há dois anos. Ele ficaria detido lá por mais 30 dias após sua sentença, antes de uma transferência planejada para o sistema penitenciário estadual – enquanto ele e seus advogados decidiam se iriam apelar de sua condenação.

Brasileiro foi condenado à prisão perpétua por matar a ex-namorada nos EUA
Brasileiro foi condenado à prisão perpétua por matar a ex-namorada nos EUA
Foto: Reprodução/TV Globo

O Daily Local News informou no início de agosto que Holland, o diretor interino da prisão, assumiu o cargo depois que o diretor regular foi colocado em licença administrativa.

A prisão foi inaugurada em 1959, com uma mistura de celas de segurança máxima e de média segurança, e foi ampliada na década de 1980, segundo dados levantados pelo New York Times. A unidade prisional emitiu um aviso na quinta-feira informando que todas as visitas familiares foram suspensas.

Crime e condenação

Segundo o jornal americano Daily Local, o crime ocorreu em 2021, na cidade de Phoenixville, no estado da Pensilvânia. Na ocasião, o brasileiro esfaqueou sua ex-namorada até a morte na frente dos filhos pequenos dela. Depois, fugiu do local em um carro e foi preso no dia seguinte em Virgínia, após receber ajuda de dois amigos que testemunharam no caso.

A irmã da vítima relatou à TV Globo naquele ano que Danilo não aceitava o fim do relacionamento e, desde de 2020, ano anterior ao crime, já ameaçava Débora. A brasileira morava no país há 5 anos, com seus dois filhos, frutos de outro casamento. 

No dia 22 de agosto ocorreu o julgamento do brasileiro, que durou cerca de 20 minutos. Na ocasião, o homem apenas apresentou um pequeno pedido de desculpas. "Quero pedir desculpas a eles", disse Cavalcante ao se referir aos filhos de Débora, e a irmã dela, Sarah Brandão.

Apesar disso, o juiz Patrick Carmody afirmou a ele que suas ações desmentiam qualquer sentimento de remorso e que "se ele estivesse realmente arrependido se confessaria culpado, poupando a irmã e a filha da vítima de testemunharem". 

"Para você fazer com que [a menina] revivesse o assassinato de sua mãe foi uma decisão consciente sua. Foi uma decisão egoísta. Você pensou em si mesmo e não pensou naquelas crianças”, disse o magistrado.

A condenação determinada pelo juiz considerou as evidências apresentadas pela equipe de acusação da promotora distrital, o depoimento da filha de Débora - testemunha ocular do crime -, além de relatos de vizinhos que ajudaram a resgatar as crianças naquele dia. 

Os defensores públicos que atuaram em sua defesa reconheceram a culpa dele diante do júri, mas argumentaram que ele agiu no "calor da paixão" e deveria ser considerado culpado por um crime de menor grau. O júri rejeitou a sugestão.

A defesa ainda argumentou que Cavalcante cresceu pobre no Brasil e também foi vítima de abusos. “Esses indivíduos muitas vezes cometem os mesmos crimes que testemunharam”, afirmou um dos promotores, alegando que o brasileiro começou a se associar com membros de gangues e tornou-se viciado em drogas e álcool. 

Segundo Deborah Ryan, promotora do caso, toda a família da vítima está sofrendo com a tragédia. Ela chamou as ações do brasileiro de “frias, calculistas e hediondas” e disse: "Ele não apenas assassinou Deborah Brandão brutalmente, mas também na frente dos dois filhos dela".

Segundo a promotora, o homem queria a ex-namorada morta porque ela havia ameaçado contar às autoridades que ele era procurado por assassinato no Brasil. “Se a senhorita Brandão fosse à polícia, ele teria sido denunciado. Ele fez isso para silenciá-la. Esta foi uma tragédia sem sentido e comovente. Ele a massacrou até a morte", lamentou. 

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Fonte: Redação Terra
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