Usar bom combustível e manutenção em dia evitam prejuízos
Adulteração de combustíveis ainda é realidade no Brasil, mas boas práticas como gestão de abastecimento e manutenção eficaz são bons aliados
Gestão de abastecimento e manutenção eficaz são cruciais para frotas. Evitam prejuízos com adulteração de combustíveis, que ainda é um dos grandes desafios no Brasil
A adulteração de combustíveis continua a ser um desafio para o transporte rodoviário brasileiro. Neste ano, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) intensificou ações de fiscalização e coletou mais de 530 amostras de óleo diesel e biodiesel, aumento de quase 80% em relação a 2024.
Além disso, a agência interditou cautelarmente três distribuidoras em São Paulo devido a irregularidades na mistura obrigatória de biodiesel. As multas podem chegar a R$ 500 milhões em casos de reincidência.
Mas como evitar?
Para o especialista Kassio Seefeld - CEO da TruckPag, startup de meios de pagamento com soluções completas para frotas pesadas -, as transportadoras podem prevenir problemas nas adulterações com a gestão de abastecimento.
"Uma gestão de combustíveis eficiente começa com a implementação de processos para controlar o fornecimento. Usar tecnologia de monitoramento, como sistemas de rastreamento em tempo real, é uma maneira eficaz de identificar rapidamente quando algo está errado", explica o executivo.
Em 2024, o Brasil consumiu aproximadamente 67 bilhões de litros de diesel, segundo uma pesquisa dos Especialistas em Logística e Supply Chain (ILOS), representando o maior volume registrado na história. Desse total, cerca de 78% foram destinados ao transporte rodoviário, de caminhões, ônibus e alguns modelos de comerciais leves.
"A gestão de manutenção dos veículos também desempenha papel importante na proteção da frota", diz Seefeld. "Manter os motores e sistemas dos veículos em boas condições permite que eventuais falhas causadas por combustíveis adulterados sejam detectadas e corrigidas rapidamente", completa.
A conscientização das equipes operacionais é outro fator chave para a proteção das frotas. Treinamentos contínuos e atualizações sobre as consequências da adulteração ajudam a engajar motoristas e gestores na identificação de sinais de combustível de baixa qualidade, como falhas no motor, aumento do consumo e desempenho reduzido.
"A colaboração entre a gestão de abastecimento, a manutenção e a equipe operacional criam uma rede de proteção que contribui para a redução de danos. Isso tudo com tecnologia avançada e processos definidos podem evitar dores de cabeça para as frotas em relação a combustíveis adulterados", finaliza o CEO.