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À semelhança do europeu, 208 vem acirrar briga entre hatches

23 mar 2013 - 10h00
(atualizado em 25/3/2013 às 12h23)
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Até bem pouco tempo atrás, escolher um carro compacto no mercado brasileiro não demandava tanto tempo e comparações por causa de poucas opções. Em poucos anos, o segmento cresceu e oferece opções para os mais diversos bolsos e gostos. Mirando esse consumidor que está mais exigente, a Peugeot aposta alto no 208. Fabricado desde janeiro em Porto Real (RJ), o modelo com 84% de índice de nacionalização teve poucas mudanças em relação ao europeu – lançado em maio do ano passado – e mostra força no visual moderno, na dirigibilidade e no pacote de equipamentos de série.

Não é mais qualquer detalhe cromado e roda de liga leve que diferencia atualmente os carros do segmento B, que coloca na mesma briga modelos tão diferentes como Chevrolet Sonic, Fiat Punto, Citroën C3, Ford New Fiesta, Honda Fit, Volkswagen Polo, Hyundai HB20 e Chevrolet Onix (nas versões topo de linha), e até mesmo o líder de vendas Volkswagen Gol (o último modelo 1.6 l alcança até R$ 53.721).

Ao ver o 208, o consumidor brasileiro não se sentirá tão “atrasado” em comparação ao europeu. O carro chega menos de um ano depois e com mudanças mínimas. No agradável visual externo, ele ficou 10 milímetros mais alto em relação ao solo para encarar as estradas “acidentadas”, teve a entrada de ar frontal levemente ampliada e o farol de neblina mais protegido. As diferenças entre o europeu e o brasileiro ficam no motor e nos airbags.

Enquanto os modelos produzidos na França e Eslováquia possuem também os novos 1.0 l de três cilindros, por aqui são oferecidos apenas versões com 1.5 l, de 93 cavalos de potência, e 1.6 l com 122 cavalos (veja preços no final). Na Europa, a segurança é ampliada com seis airbags - equipamento que estava apenas a edição especial Premier para os primeiros compradores do carro. Por aqui, o carro é lançado com dois airbags frontais, mas a Peugeot já estuda oferecer os sistema de seis como opcional até o final do ano.

Contudo, no interior não houve a forte “depenação” dos equipamentos para se adequar ao bolso do brasileiro. A versão mais básica (Active), que parte de R$ 39.990, conta com ABS, ar-condicionado, direção elétrica progressiva, airbags, faróis dianteiros com LED e de neblina, volante esportivo de diâmetro reduzido, travas e vidros elétricos. Por mais R$ 6 mil, a versão intermediária (Allure) já ganha de série amplo teto solar, volante em couro, rodas de liga leve e central multimídia com tela de 7 polegadas sensível ao toque e GPS, entre outros “mimos”.

Segundo o presidente da Peugeot do Brasil, Frédéric Drouin, esse modelo intermediário deve representar 50% das vendas, enquanto 25% se interessarão mais pela versão de entrada e 25% pela topo de linha (Griffe). Embora em volume menor, o impacto que a marca pretende causar é semelhante ao do 206, lançado em 1999, estabelecendo um novo paradigma de equipamentos e acabamento para o setor. “Se você não faltou nas aulas de história, quando os franceses falam de revolução levam o assunto a sério”, brinca.

Impressões

No trecho entre o Rio de Janeiro e Búzios (litoral norte), andamos com a versão topo de linha (Griffe), que é equipada com o mesmo motor 1.6 l do 308. Ao sentar-se ao volante a primeira constatação de mudança: o volante é 10% menor em comparação ao 207 e o painel de instrumentos se situa totalmente acima da circunferência. No início é estranho, pois esticamos o pescoço para ver se não perdemos nenhuma informação, mas está tudo ali. O projeto foi pensado para diminuir o desvio do olhar em relação a estrada. Com isso, é necessário ajustar bem a posição da direção e do banco (adaptáveis em todas as versões) para obter esse efeito.

O interior é conciso, positivamente sem firulas, e segue o exterior com linhas marcantes. A central multimídia com GPS se situa logo à direita do volante, mas a entrada USB está bem abaixo, perto do câmbio. Com a rota traçada, foi só dar a partida, que nesse propulsor flex dispensa o “tanquinho” de gasolina – o sistema aquece o combustível, melhorando a dirigibilidade inicial. Nesse quesito, também se destaca a direção elétrica progressiva, que gira com facilidade em baixas velocidades e enrijece conforme aceleramos.

A posição de guiar é altamente agradável, com ampla janela lateral que aparenta ser mais baixa e boa visibilidade por meio dos retrovisores. O volante reduzido dá a sensação de estar em um daqueles simuladores de corrida em fliperamas, e a diversão de guiar é proporcional (embora não seja possível destruir o carro e começar de novo em poucos segundos).  O teto solar adiciona um charme ao trajeto, mesmo com o dia nublado, mas quem aproveita mesmo a visão do céu são os passageiros atrás. O ar condicionado digital se esforça para atingir a temperatura mostrada (19º C) e faz bastante barulho por um tempo.

A suspensão deixa transparecer o trabalho de adaptação do carro ao Brasil, amenizando os solavancos de buracos e lombadas. O motor de 122 cavalos cumpre o seu dever, com boas retomadas e baixo nível de ruído. Em relação ao consumo, o propulsor ganhou nota C na avaliação do Inmetro. Já o novo motor 1.5 l, que equipa as versões de entrada e intermediária, entrou na categoria A.

Em poucos minutos, é possível perceber porque a Peugeot decidiu manter o 207 no mercado e deixar o 208 para os mais exigentes. Sem o pacote de equipamentos de série ele seria mais um carro bonito por fora e decepcionante por dentro. Mesmo assim, se a expectativa da Peugeot de vender entre 2,5 mil e 3 mil unidades por mês se concretizar, o 208 entrará para o Top 20 do mercado brasileiro, entre o Toyota Etios hatch (21º em fevereiro) e Ford Ka (16º).

Veja as versões, preços e equipamentos do novo 208:

Active – R$ 39.990

Motor: 1.5 l 8V (93 cv)

Itens: ABS, ar-condicionado, direção elétrica progressiva, airbags, faróis dianteiros com LED e de neblina, volante esportivo de diâmetro reduzido, travas e vidros elétricos

Allure – R$ 45.990

Motor: 1.5 l 8V (93 cv)

Itens: ABS, ar-condicionado, direção elétrica progressiva, airbags, faróis dianteiros com LED e de neblina, volante esportivo de diâmetro reduzido em couro, travas e vidros elétricos, teto solar, rodas de liga leve, volante em couro e central multimídia com tela de 7 polegadas sensível ao toque e GPS

Griffe – R$ 50.690 (ou R$ 54.690 com câmbio automático)

Motor: 1.6 l (122 cv)

Itens: ABS, ar-condicionado digital, direção elétrica progressiva, airbags, faróis dianteiros com LED e de neblina, volante esportivo de diâmetro reduzido em couro, travas e vidros elétricos, teto solar, rodas de liga leve, volante em couro e central multimídia com tela de 7 polegadas sensível ao toque e GPS, sensor de chuva, acendimento automático dos faróis, sensores de estacionamento traseiros, controle de cruzeiro

Peugeot 208 acirra briga entre hatches:

O jornalista viajou a convite da Peugeot.

Fonte: Terra
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