36 anos de Sega Genesis: Por que o Mega Drive mudou de nome nos EUA?
Console de 16 bits da Sega foi rebatizado nos Estados Unidos; entenda o que aconteceu
Em agosto de 1989, os jogadores norte-americanos conheceram um novo console de 16 bits da Sega. Só que, ao contrário do Japão, onde ele atendia pelo nome Mega Drive, nos Estados Unidos ele chegava às lojas como Sega Genesis.
Agora, em 2025, o lançamento completa 36 anos e vale revisitar essa curiosa mudança de identidade aqui no Game On.
Do Japão para o mundo
O Mega Drive original havia estreado no Japão meses antes, em 29 de outubro de 1988, entrando no mercado como o primeiro console de 16 bits disponível. Seu desafio era grande: enfrentar o já consolidado Famicom (conhecido no Ocidente como NES) e o PC-Engine (TurboGrafx-16 fora do Japão), criado pela Hudson Soft e pela NEC.
Mesmo com o peso de seus sucessos nos fliperamas, a Sega não conseguiu transformar o Mega Drive em um fenômeno de vendas no Japão. Mas, do outro lado do Pacífico, a história seguiu um rumo diferente — e tudo começou com o nome.
Antes do Mega Drive, a Sega já havia tentado conquistar o público americano com o Master System (conhecido no Japão como Sega Mark III). Lançado em 1986 e distribuído pela inexperiente Tonka Games, o console foi ofuscado pelo NES. A falta de marketing e má distribuição decretaram seu fracasso.
Determinada a não repetir o erro, a Sega encerrou a parceria com a Tonka e buscou novos aliados. Foi então que surgiu uma aproximação com a Atari Corp, liderada por Jack Tramiel, e com Michael Katz, presidente da divisão de entretenimento eletrônico da empresa.
Quando “Mega Drive” não era opção
Durante o planejamento do lançamento nos EUA, a Sega of America descobriu um problema: o nome “Mega Drive” já estava registrado por uma fabricante de computadores chamada Mega Drive Systems Inc.. Legalmente, não havia como usá-lo.
A ideia inicial para o novo nome foi Tomahawk, inspirado tanto na arma tradicional de povos indígenas norte-americanos quanto no míssil homônimo usado na Guerra do Golfo. Mas o nome não agradou a todos, e um concurso interno para um novo nome foi organizado.
O vencedor foi "Genesis", um nome que evocava um "renascimento" da Sega nos EUA, marcando o início de uma nova e mais bem-sucedida fase para a empresa. Embora a parceria com a Atari não tenha se concretizado, o nome "Genesis" pegou e o console foi oficialmente rebatizado.
A Sega contratou Michael Katz como CEO da Sega of America e lançou o console em 14 de agosto de 1989 nas cidades de Nova York e Los Angeles, expandindo para todo o país no final do mês.
No entanto, apesar de as vendas do Genesis estarem indo bem, a Sega do Japão ainda não estava satisfeita com os números. Em uma reviravolta decisiva, eles substituíram Katz pelo lendário Tom Kalinske, que conduziu o Genesis a patamares de sucesso jamais vistos nos EUA.
Kalinske implementou estratégias de marketing ousadas e agressivas, como a famosa campanha "Genesis Does What Nintendon’t" ("Genesis Faz o que o Nintendo Não Faz"), que conquistou o público adolescente e transformou o console em um ícone cultural, cravando seu nome na história.
A história do Sega Genesis é um ótimo exemplo de como a adaptação ao mercado local, a publicidade inteligente e a visão de liderança foram cruciais para o sucesso da Sega em sua batalha contra a Nintendo.
Essa troca de identidade acabou sendo um dos primeiros passos para transformar o Mega Drive — ou melhor, o Sega Genesis — em um dos consoles mais marcantes da era 16 bits nos Estados Unidos.