A representatividade não-binária em jogos
Já falamos sobre a representatividade LGBTQIA+ em jogos; agora é hora de falar das pessoas não-binárias
Antes de mais nada, vamos esclarecer o que seria alguém que se identifica como “não-binária”. Uma pessoa não-binária — ou neste caso, a personagem — é aquela que não se identifica como homem ou mulher, ou seja, a limitação de gênero de acordo com suas genitais não define o gênero pelo qual aquela pessoa se identifica.
Muitos casos de pronomes também são bastante comuns na internet, quando essas pessoas preferem não ser tratadas no femino e nem no masculino, por isso vemos muitas palavras sendo substituídas pela letra “E”. Por exemplo, ao invés de dizer que “amigo” ou “amiga”, para se referir a esta pessoa, o ideal seria dizer “amigue”. Em inglês vemos a variação “they/them”, enquanto no Brasil é mais comum vermos “elu/delu”.
Em caso de dúvida, é sempre educado perguntar à pessoa como ela gostaria de ser tratada. As pessoas não-binárias geralmente se apresentam com os pronomes pelos quais preferem ser chamadas. Há todo um debate sobre o uso da chamada linguagem neutra, mas, independente dele, o que custa respeitar o colega e usar os pronomes que ele prefere?
Assim como fomos ensinados a respeitar os pronomes masculinos e femininos, conforme as pessoas se identificam como tal, respeitar os pronomes daqueles que fazem questão de serem chamados conforme se identificam assim, é fundamental — inclusive nos jogos! Então vamos à nossa lista:
Bloodhound, do jogo Apex Legends
Do famoso battle royale Apex Legends, Bloodhound se identifica como pessoa não-binária. Há muito se especulava sobre o gênero adotado pela personagem, principalmente no que tange às histórias contadas pelo jogo, inclusive nas animações que cada personagem possui. No início deste ano uma fã perguntou, via Twitter, sobre o gênero de Bloodhound e foi então dito que sim, Bloodhound é uma personagem não-binária.
Primordial Chaos, do jogo Hades
O rouguelike Hades possui sua parcela de representatividade não-binária! Geralmente quando nos deparamos com personagens de mitologias em geral, é bem comum nos depararmos com alguns destes seres que se identificam de forma não-binária, e é assim que acontece com Primordial Chaos. De acordo com a produtora, Supergiant Games, via Twitter, devemos nos referir à personagem conforme os devidos pronomes, no caso do português, elu/delu.
Frisk, do jogo Undertale
Undertale (2015) é um jogo de RPG minimalista, em que uma criança cai numa caverna infestada de monstros e, ao encontrá-los, é possível derrotá-los ou conversar com eles para pacificá-los. A personagem Frisk é protagonista, e de acordo com uma entrevista com a publicadora Toby Fox, Frisk é identificada como não-binária. No jogo sempre se referem a Frisk por pronomes neutros, bem como suas expressões conversam com essa informação o tempo todo durante o jogo.
Bolt, do jogo Crypt of the NecroDancer
No roguelike Crypt of the NecroDancer, temos um jogo rítmico, em que você escolhe algumas das personagens disponíveis para escavar e explorar o cenário que se desdobra progressivamente. Umas das personagens desbloqueáveis é Bolt, que, conforme Ted Martens, o artista por trás do jogo, via Twitter, Bolt não se identifica como homem ou mulher, entrando no rol de representatividade não-binária.
FL4K, do jogo Borderlands 3
O RPG de ação Borderlands 3 também possui uma personagem que se identifica como não-binária: FL4K. Após o lançamento do jogo, FL4K teve sua orientação de gênero revelada, sendo responsável por sua concepção uma pessoa que também se identifica como não-binária.
Houve, inclusive, uma ação da comunidade de Borderlands 3, informando que qualquer jogador que se referir a FL4K de “ele” propositalmente, estará passível de sofrer algum tipo de banimento, reforçando a necessidade de incluir os termos neutros.
Fang, do jogo Goodbye Volcano High
A época da adolescência definitivamente é sempre cercada de dúvidas e descobertas. E é justamente o que podemos acompanhar no jogo de narrativa Goodbye Volcano High. Nele, vemos um grupo de dinossauros adolescentes que possuem uma banda — chamada VVorm Drama — e estão prestes a se formar no final dessa etapa da vida. Fang é a personagem protagonista e se identifica como não-binária, algo que naturalmente muitas pessoas podem passar no decorrer de suas vidas, inclusive durante a fase da adolescência.
Alex Cyprin, do jogo Astoria: Fate’s Kiss
E finalizando nossa lista, falaremos sobre Alex Cyprin. Mais uma vez trazendo o elemento não-binário para um cenário mitológico, Alex é um semideus que possui bastante prestígio pelos fãs do jogo, pois transborda muito carisma e um pouco de mistério ao seu redor.
Você conhece mais algum personagem não-binário? Conta pra gente nos comentários!