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Como o trap se tornou a trilha sonora do esport

Popularidade de artistas como Yung Buda e Guxta conectam os dois mundos

9 set 2021 - 12h19
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Emicida no CBLoL
Emicida no CBLoL
Foto: Riot Games / Divulgação

Finais de campeonatos de esporte eletrônico são eventos grandiosos, mesmo em tempos de pandemia e isolamento social: transmitidos para milhões de fãs em todo o mundo, equivalem aos grandes eventos esportivos tradicionais em termos de estrutura: são espetáculos para os fãs, não apenas mais um dia de jogo - e como um bom show, apresentações musicais são parte importante da festa.

Se em meados de 2015 bandas como Pentakill e apresentações com orquestras eram a norma nos torneios de League of Legends, agora a trilha sonora dos esports é o trap, subgênero do rap que ganhou popularidade no final dos anos 2000 e combina elementos da música eletrônica, sintetizadores e rimas agressivas.

No palco do CBLoL, campeonato brasileiro de League of Legends, já passaram artistas como Emicida, Far From Alaska e Pedro Qualy. Com a abertura de Emicida cantando “É só um joguinho” no CBLOL 2018, o gênero musical ficou mais próximo do universo gamer e sua comunidade.

A conexão com os esports não se limita ao MOBA: é até mais forte entre os fãs de jogos de tiro como FortniteCounter-Strike e Free Fire. Tanto que em 2019, Travis Scott levou 27 milhões de jogadores de Fortnite para seu show Astronomical, uma experiência sem igual dentro do jogo. No mesmo ano, a Garena conseguiu unir Mano Brown e MC Jottapê na Liga Brasileira de Free Fire.

Outra grande parceria aconteceu em 2020, com Yung Buda e Rincon Sapiência na final do Brasileirão de Rainbow Six Siege, contando uma história diferente das outras aparições. Em entrevista à Betway, Yung Buda contou que os games sempre estiveram presentes no seu cotidiano. “Na minha adolescência até a minha vida adulta sempre joguei FPS, tais como o Counter Strike. Tem até outros jogos que não estão no cenário competitivo, mas marcaram bastante a minha trajetória, The Duel, Eurogunz, Perfect World, Combat Arms, e agora eu tenho jogado League of Legends”.

Cresceu bastante também esse negócio de eSports, mas sempre foi uma coisa que eu gostei muito. Sempre tive muito contato, sempre tirei muita referência disso e foi uma parada natural”, ressalta o artista, para quem esta influência vai além da música. “A estética dos games também é algo que chama muito a minha atenção. Então, foi um processo natural estar sintetizando as paradas que a gente gosta dentro da nossa arte”, completa.

Em 2021, foi a vez de outra estrela do trap brilhar nos esports: o artista Duzz começou a fazer lives na Twitch com Valorant, game de tiro da Riot. Uma das mais tradicionais organizações de esport no Brasil, a MIBR resolveu investir na novidade e lançou um clipe musical com Duzz apresentando três novas line-ups da organização mais amada do Brasil.

O clipe “Contra Todos” conquistou a comunidade do game e contou com participação das equipes de CS:GO feminino e masculino, o time de Rainbow Six Siege e, claro, Duzz. Para bizinha, jogadora da MIBR, foi um anúncio muito diferente dos que já havia participado.

Acredito que fez muito bem o anúncio da line e principalmente quando tem interação da line masculina com a feminina nitidamente. No meu ponto de vista isso agrega visibilidade para o feminino, já que o público, muitos que acompanham CS, não acompanham especificamente o cenário feminino”, disse a pro player em entrevista a Betway.

De olho na popularidade do trap com o público de esports, outras grandes organizações começaram a investir em parcerias com artistas, ampliando o conteúdo que oferecem aos seus fãs, que já os acompanham pelas lives de games e esport. A Los Grandes se lançou no mercado musical e a LOUD anunciou a contratação de Guxta como primeiro músico "da tropa", mostrando que a conexão entre o trap e o esport ainda vai longe.

Fonte: Game On
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