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Análise: Twelve Minutes é experiência incômoda

Game com elenco estrelado leva o jogador ao limite para resolver o mistério do enredo

27 ago 2021 - 16h26
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Twelve Minutes foi publicado pela Annapurna Interactive
Twelve Minutes foi publicado pela Annapurna Interactive
Foto: Divulgação / Tecnoblog

Twelve Minutes está em desenvolvimento desde 2014 pelo português Luís António e pelo estúdio Annapurna e o anúncio da data de lançamento do game foi muito comemorado durante a E3 de 2021, uma vez que Twelve Minutes parecia estar em um limbo onde a comunidade não sabia se o jogo chegaria tão cedo.

Desde 2014 algumas ideias pensadas para o game foram mudadas, mas o conceito e o enredo foram mantidos. Luís António deixou claro durante entrevistas suas inspirações no cinema, bebendo da fonte de diretores como Alfred Hitchcock (Psicose) e David Fincher (Clube da Luta), dois cineastas que se mostraram competentes dentro do gênero de suspense.

Pra completar o pézinho no mundo dos filmes, o game ainda traz em seu elenco de dublagem nomes como James McAvoy (Fragmentado), Daisy Ridley (Star Wars) e Willem Dafoe (O Farol).

O ciclo se repetirá ao final de 12 minutos
O ciclo se repetirá ao final de 12 minutos
Foto: Annapurna / Reprodução

Em Twelve Minutes somos apresentados a um casal, aparentemente tedioso e comum, que está vivenciando uma noite normal quando um policial subitamente invade a casa e resolve, seja lá qual for a sua decisão neste primeiro ciclo, assassinar o personagem que o jogador controla, o marido, fazendo com que ele volte ao início da noite, quando entrou em seu apartamento, vivendo repetidamente um looping temporal dos mesmos 12 minutos.

Experiência desconfortável

O casal sofre com presença misteriosa
O casal sofre com presença misteriosa
Foto: Annapurna / Reprodução

O jogo se encaixa no gênero point and click e te entrega opções de respostas aos diálogos apresentados. Com isso, o jogador pode explorar a casa, além de tentar se aprofundar na história  de sua mulher. Cada detalhe de cada diálogo será importante para que você monte o quebra-cabeça apresentado.

Na minha humilde opinião, os maiores acertos do jogo também acabam sendo a razão do game tanto incomodar. A lógica está muito presente em tudo que é apresentado no cenário. Você pode explorar diversas opções com objetos que ocupam o apartamento. E é neste ponto que a experiência começa a desagradar, porque o jogador percebe que será necessário fazer coisas imorais para prosseguir no jogo.

As comparações com o cinema acabam aparecendo, uma vez que a sétima arte muitas vezes busca causar o incômodo, mas existe uma diferença entre ser o espectador de um filme que te apresenta um enredo pesado que te embrulha o estômago e ser o ator que age de forma a embrulhar o estômago. Com um pequeno spoiler posso exemplificar a situação, então fique atento caso queira jogar sem saber nenhum passo.

Decisões tomadas no jogo podem revirar o estômago
Decisões tomadas no jogo podem revirar o estômago
Foto: Annapurna / Reprodução

Em determinado momento, em busca de novas informações, é necessário que você drogue a esposa para que ela desmaie e você possa interagir de uma forma diferente com o policial que invade a casa. Se isso não fosse pesado por si só, antes de chegar a esta solução, eu fui obrigado a tentar outras mais traumáticas, como por exemplo assassinar a minha esposa grávida, para no final das contas descobrir que aquilo não me renderia nenhuma informação nova. Esta tentativa inclusive fez com que eu tivesse que parar, desligar o videogame por alguns minutos e respirar fundo antes de voltar com novas perspectivas.

Enredo intrigante

Foto: Annapurna / Reprodução

Como disse acima sobre os maiores acertos do jogo serem as razões do incômodo, isso se aplica ao enredo. Você se pega calculando ações monstruosas a fim de descobrir o que realmente está acontecendo e qual a história por trás do policial invasor e assassino. A história te amarra e te faz querer procurar informações e informações. E quanto a outro spoiler que reforça essa tese de que a história te amarra, mas logo depois te derruba, o plot twist final do jogo é algo com resultado enojante.

Para se jogar  uma só vez

Ainda assim, consigo afirmar com tranquilidade que este é um game que não pretendo jogar novamente e só consegui buscar outros finais alternativos para enriquecer a produção desta análise, pois assim que consigo finalizar a história uma vez, teria parado com tranquilidade a atividade.

12 Minutes - Nota 7
12 Minutes - Nota 7
Foto: Game On / Divulgação

Twelve Minutes não é um jogo para quem não possui tranquilidade quanto a decisões dúbias e eu também não recomendaria para usuários que, assim como eu, mergulham de cabeça nas histórias dos games que consomem, uma vez que no final das contas, incômodo é a palavra que definiu minha experiência com o jogo.

Fonte: Game On
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