Vissotto "voa alto", se emociona e diz: nas decisões eu cresço
- Celso Paiva
- Direto de Roma
Com diversos altos e baixos durante o Mundial, o oposto Leandro Vissotto se transformou na semifinal contra a Itália. Elétrico a cada ponto marcado, voando alto e com pancadas no ataque, ele nem de longe lembrava o jogador abatido como se viu em momentos da campanha brasileira, especialmente nos duelos contra Espanha e República Checa.
Mas o motivo era evidente no rosto do camisa número 6. Morando quatro anos na Itália, o jogador tinha algumas lembranças especiais do país e outras ruins. Em entrevista ao Terra, há alguns dias, o oposto já tinha confidenciado que chegou a sofrer com a falta de comprometimento dos clubes italianos.
"Quando tocou o hino eu lembrei do meu bisavô Vissotto, que tinha muito orgulho de ser filho de italiano e acho que ele ia estar muito feliz de ver o jogo de hoje. Depois de quatro anos aqui na Itália, a gente passa por 'perrengue', mas por aprendizado também. Meu voleibol melhorou aqui, cresci como homem também. Foi o lugar onde me casei. Marcou muito e vencer foi especial. Emocionante", disse o jogador com os olhos marejados.
"Eu acho que o momento me dá uma força a mais. Acende um foguinho a mais dentro de mim. Eu estava mais agressivo. O importante é que eu estou com esse estado de espírito e tenho que levar isso para amanhã".
Vissotto disse que a motivação de chegar a uma final de Mundial também o levou a se transformar em um jogador mais elétrico em quadra. "É uma competição que todo mundo sonhou, eu era criança ia no Maracanãzinho, torcer pelo Brasil. Então estar hoje aqui é um sonho. Já existe uma pressão natural, pela experiência e pela rodagem que a gente tem, tem que tentar controlar, fazer o nosso melhor jogo", disse.
Para o jogador, o momento que ele cresce em quadra é quando a Seleção mais precisa de sua ajuda. "Eu particularmente gosto muito de decisão, acho que nos momentos difíceis meu voleibol vem para fora e espero continuar assim. Se for assim nos treinos, nas nossas conquistas, está sendo na Seleção. Espero manter esse nível, essa vontade para pode continuar ajudando a Seleção".
O jogador comparou a vitória deste sábado com o que fez o personagem de Russel Crowe no filme Gladiador, derrotando os leões e conquistando o respeito do público. "O ginásio lotado em Roma, a torcida. Quem olha lembra o filme do Gladiador, eles combateram na arena e nós somos os gladiadores modernos, todos esportes de público como futebol também, e pensar nisso. A gente está fazendo história. Até refleti: os italianos vão lembrar desse jogo? Acho que não. Mas os brasileiros com certeza vão lembrar disso aí".