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ATP

Em SP, argentino conta como equipe encordoou 490 raquetes em um dia

12 fev 2013 - 08h04
(atualizado às 10h23)
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<p>Argentino Luis Pianelli lidera equipe de encordoadores do Brasil Open</p>
Argentino Luis Pianelli lidera equipe de encordoadores do Brasil Open
Foto: Fernando Borges / Terra

Luis Pianelli demora bastante para dizer ao Terra qual é a história mais curiosa que já viveu no circuito da Associação dos Tenistas Profissionais (ATP). Aos 45 anos, o argentino não é atleta, mas cuida no Brasil Open de uma parte fundamental para o jogo: o encordoamento das raquetes.

“São muitas anedotas”, responde Pianelli, que após bastante pensar elege uma. “28... de agosto... de 2011”, afirma, pausadamente. Nesse domingo, um furacão em Nova York impediu que a equipe de encordoadores do Aberto dos Estados Unidos saísse do hotel onde estava hospedada, em Manhattan, e se dirigisse ao complexo que abriga a competição, em Flushing Meadows.

No dia seguinte, na abertura da chave principal do torneio, os encordoadores correram para compensar o atraso, chegando à sede da competição às 6h30 e saindo de lá à meia-noite. No total, 490 raquetes foram encordoadas, um recorde diário na história dos Grand Slams segundo a contabilização da Wilson, que tem acordo para fornecer o serviço também no Brasil Open.

Usando o celular, o argentino exibe uma foto da placa recebida como lembrança pelo recorde. Ele não trabalhou em 490 raquetes sozinho – era o único sul-americano da equipe formada por 12 pessoas. Cada unidade toma cerca de 20 minutos para ser finalizada – o que daria uma média de mais de 13 horas de serviço para cada funcionário.

Pianelli vive em Arroyo Seco e começou a encordoar raquetes aos 13 anos de idade em uma máquina manual, “pequenininha”, como relata, pela qual o pai pagou cerca de US$ 100 (R$ 197, segundo a cotação atual). Na época, o garoto jogava tênis e precisava ir até Rosário, cidade localizada a 30 km de distância, para ter o equipamento aparelhado.

Hoje advogado, ele encordoa raquetes profissionalmente. Começou nos Grand Slams em Roland Garros, em 1999, e já o fez em três dos quatro maiores torneios do mundo – a exceção é Wimbledon, onde diz que sua participação é vetada devido à exigência do passaporte europeu.

Corda mais frouxa do Brasil Open tem 24,2 libras; saiba mais

Pela primeira vez trabalhando no Brasil, Pianelli conta com uma máquina automática de última geração, avaliada em R$ 25 mil, que a um toque se ajusta à altura do encordoador para melhor manuseio. A equipe do torneio sediado no Ginásio do Ibirapuera tem outros três encordadores, os únicos brasileiros no mundo a ostentarem o Master Racquet Technician, certificado fornecido no curso da Associação dos Encordoadores de Raquetes dos EUA (USRSA, na sigla em inglês).

São eles Ricardo Dipold, 35 anos, Francisco Bruni, 41, e Andrea Amaral, 47, que possuem estabelecimentos de tênis respectivamente em Serra Negra, Sorocaba e Vassouras. Dipold destaca que a maioria dos tenistas do Brasil Open utiliza tensão abaixo de 50 libras (o equivalente a 22,68 kg) – na contramão de muitos amadores que preferem números mais altos. Os dados se referem à “tensão real” oferecida por uma máquina como a do torneio e há variações na aferição para equipamentos diferentes usados em lojas convencionais.

<p>Cada troca custa US$ 20 (R$ 39), valor que pode ser pago em dinheiro, cartão ou ser descontado do prêmio recebido pelo jogador</p>
Cada troca custa US$ 20 (R$ 39), valor que pode ser pago em dinheiro, cartão ou ser descontado do prêmio recebido pelo jogador
Foto: Fernando Borges / Terra

Até a noite desta segunda-feira, a equipe do torneio havia trabalhado em 211 raquetes desde o início do qualificatório, no último sábado. A corda mais rígida foi a do alemão Dustin Brown, com 66 libras, tensão não recomendada para amadores; a mais frouxa foi a do italiano Filippo Volandri, com 24,2 libras. Durante o Brasil Open de 2012, o fisioterapeuta da Confederação Brasileira de Tênis (CBT), Ricardo Takahashi, destacou em seu blog a baixa tensão usada por Volandri como um exemplo para amadores – especialmente crianças e idosos – evitarem dores no braço.

Cabeça de chave número 1 do ATP de São Paulo, Rafael Nadal costuma utilizar uma tensão de 55 libras, segundo Pianelli, mas utiliza uma corda mais grossa que o comum, de espessura de 1,35 mm, para aumentar o controle. Até esta segunda, seu equipamento ainda não havia chegado às mãos dos encordoadores.

Em São Paulo, a altitude modifica o equipamento dos tenistas. Não à toa há um aviso na parede da sala de encordoamento destacando os 760 m de altura da cidade. Com a bola andando mais rapidamente, os atletas fazem ajustes para ganhar controle. O brasileiro João Souza, o Feijão, por exemplo, treina no Rio de Janeiro e diz aumentar três ou quatro libras para atuar na capital paulista. Suas últimas raquetes saíram da sala com 44, 45 e 49 libras.

Os atletas têm seus próprios rolos de corda e é normal levar à quadra materiais com tensões diferentes, adaptando-se às condições de cada partida, e pedir um novo encordoamento mesmo no decorrer dos jogos. Cada troca custa US$ 20 (R$ 39), valor que pode ser pago em dinheiro, cartão de crédito ou ser descontado da premiação recebida pelo jogador na competição. O Brasil Open paga US$ 4.670 (R$ 9.214) ao perdedor da primeira rodada e US$ 82.300 (R$ 162 mil) ao campeão.

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Fonte: Terra
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