Nº 1 do mundo do surfe revela cautela antes de decisão e explica 'demissão' do pai: 'Necessidade de tomar as rédeas'
Brasileiro Yago Dora vestiu a lycra amarela pela 1ª vez ao estrear no Lexus Tahiti Pro, em Teahupo'o, na quinta-feira, 7
Yago Dora, líder do ranking mundial de surfe, destaca cautela na etapa do Taiti antes do WSL Finals, já garantido; o brasileiro celebra a liderança, mudança de treinador e busca o título mundial na temporada mais regular de sua carreira.
Atual número 1 do mundo e classificado para as oitavas de final do último evento antes do WSL Finals, Yago Dora tem o caminho traçado para chegar à decisão pelo título mundial vestido com a lycra amarela. O curitibano criado em Florianópolis (SC) fez boa estreia e briga por mais um troféu em Teahupo’o, no Taiti, antes da disputa pela final da temporada.
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Ao Terra antes de estrear no Lexus Tahiti Pro na quinta-feira, 7, o surfista falou sobre a emoção em estrear com a lycra de líder do ranking mundial, mas revelou que surfa em Teahupo’o com a ‘atenção redobrada’, visando o melhor posicionamento possível para o Finals, para o qual já está matematicamente classificado.
“São ondas com que eu me identifico muito, que encaixam com o meu surfe. Teahupo’o é uma etapa bem desafiadora, apesar de ser uma onda perfeita, de alta consequência. Então tem muito risco envolvido e a gente tem que estar com a atenção redobrada nesses momentos”, disse o brasileiro.
Ainda que com cautela, Dora fez uma excelente estreia e abocanhou a classificação para as oitavas logo na abertura, na quarta bateria, contra Joel Vaughan e Teiva Tairoa. O brasileiro pegou cinco ondas e selou a vitória com a somatória de 13.67 (7.67 + 6.00) nas duas melhores. Na próxima fase, encara o local Mihimana Braye.
“Estou confiante. Claro que tem a pressão de manter a liderança do ranking mas, ao mesmo tempo, vejo pelo lado de que não tenho a pressão, ter que lutar por uma vaga nas Finals. Isso já está garantido”, afirmou.
No ‘retrovisor’ está o sul-africano Jordy Smith, vice-colocado no ranking da temporada com uma diferença de pouco menos de 4 mil pontos para o brasileiro. Para chegar a Fiji com a lycra amarela, Yago Dora precisa que o adversário caia nas eliminatórias ou, então, vencer uma eventual decisão entre ambos.
“É um momento muito especial, e acho que é um momento muito bom para estar assumindo essa liderança”, disse, ao falar sobre o peso da lycra amarela. Ainda assim, o ‘foco’ do brasileiro durante a 11ª etapa da WSL é apenas ‘surfar’.
“A previsão está muito boa, é para ter altas ondas e eu quero aproveitar cada momento, cada bateria ali. Com muita atenção, escolhendo as ondas certas e avançar o máximo possível nesse evento”, finalizou.
Já classificado, Yago Dora disputa o WSL Finals, em Fiji, entre os dias 27 de agosto e 7 de setembro, na temida Cloudbreak. Quem também busca uma vaga e atualmente ocupa a 3ª colocação no ranking é o brasileiro e campeão mundial Italo Ferreira.
Transição na carreira e evolução
Yago Dora vive o momento mais regular na carreira desde sua estreia na elite do surfe mundial, em 2017. Na atual temporada, o brasileiro assegurou os títulos das etapas de Peniche, em Portugal, e Trestles, nos Estados Unidos, que o alçaram à liderança do ranking.
A temporada também foi marcada pela troca de treinadores. Pela primeira vez, deixou de ser treinado pelo pai, o experiente Leandro Dora, o Grilo, e passou a trabalhar junto de Leandro da Silva, com quem começou a carreira.
“Sempre fiquei ali sob a tutela do meu pai, e a gente conquistou muita coisa junto. Mas agora com 29 anos, um adulto, senti essa necessidade de tomar as rédeas, de ser o responsável pelo meu futuro. Foi uma decisão muito difícil de tomar, tem toda o afeto, então foi um processo difícil para ambos”, revela.
Ainda assim, arrependimento é palavra que passa longe do dicionário do surfista, que aponta sua evolução na temporada de 2025 e mira a briga pelo título mundial.
“Está sendo um trabalho incrível com o Leandro, a gente já se conhece desde criança, fizemos alguns campeonatos juntos quando eu era moleque, ainda. Então foi muito fácil de me adaptar ao novo trabalho. E tem sido muito legal lidar com essa relação [com o pai] de uma maneira diferente. É impossível as coisas não se misturarem um pouquinho, agora ele faz outro papel, de estar assistindo, torcendo e estando ali para o que precisar ajudar”, afirma.
