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Superliga Europeia naufraga em menos de 3 dias

Mais da metade dos clubes desistiu oficialmente do projeto

21 abr 2021 - 09h44
(atualizado às 09h47)
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Não durou nem três dias o projeto de 12 dos clubes mais ricos da Europa de criar uma "superliga" fechada no continente para substituir a Champions League.

Protesto de torcedores do Chelsea contra a Superliga
Protesto de torcedores do Chelsea contra a Superliga
Foto: EPA / Ansa - Brasil

Após a desistência dos seis clubes ingleses signatários da iniciativa (Arsenal, Chelsea, Liverpool, Manchester City, Manchester United e Tottenham), a própria Superliga divulgou um comunicado dizendo que vai "reconsiderar os passos mais apropriados para reformular o projeto".

A iniciativa havia sido anunciada na noite do último domingo (18), causando um terremoto no mundo do futebol. Além do "big six" da Inglaterra, a Superliga Europeia incluiria os três clubes de maior torcida da Itália (Inter de Milão, Juventus e Milan) e da Espanha (Atlético de Madrid, Barcelona e Real Madrid).

O torneio teria partidas disputadas nos meios de semana e daria presença garantida para os clubes fundadores, cujo objetivo era assumir o controle do dinheiro distribuído no futebol europeu, rompendo com a Uefa, e turbinar arrecadações afetadas pela pandemia do novo coronavírus.

No entanto, o projeto começou a naufragar já na última terça-feira (20). Pressionados pelo governo britânico e principalmente por seus torcedores, os seis clubes ingleses anunciaram sua desistência quase simultaneamente - as direções de Arsenal e Liverpool chegaram a pedir desculpas pela iniciativa.

Já nas primeiras horas desta quarta-feira (21), Inter de Milão, Milan e Atlético de Madrid se desligaram do projeto. "As preocupações de torcedores em todo o mundo com relação ao projeto da Superliga foram fortes e claras, e nosso clube deve permanecer sensível e atento à opinião de quem ama esse esporte maravilhoso", diz um comunicado do time rossonero.

Juventus

A desistência de mais da metade dos clubes e a as reações negativas quase unânimes no mundo do futebol acabaram expondo a Juventus, cujo presidente, Andrea Agnelli, foi um dos principais patrocinadores da Superliga, junto com o mandatário do Real Madrid, Florentino Pérez.

O clube bianconero divulgou um comunicado nesta quarta-feira reconhecendo que existem "reduzidas possibilidades" de levar o projeto adiante neste momento, mas ainda defendendo a ideia.

"A Juventus, mesmo permanecendo convencida da validade dos pressupostos esportivos, comerciais e jurídicos do projeto, considera que atualmente há reduzidas possibilidades de concluí-lo na forma como foi concebido inicialmente", afirma a nota.

Durante a madrugada, torcedores organizados da Juve haviam pendurado na entrada do Allianz Stadium uma faixa com os dizeres: "Nossa história não pode ser emporcalhada, barateada e comercializada. Nós somos a Juventus. Não à Superliga... Envergonhem-se!".

O naufrágio da Superliga fez as ações do clube de Turim na Bolsa de Milão despencarem mais de 10% no pregão desta quarta.

Reações

Por meio de um comunicado, o presidente da Uefa, Aleksander Ceferin, disse que os clubes envolvidos no projeto cometeram um "grande erro", mas adotou um tom conciliador com os rebeldes.

"Agora eles voltaram para o grupo, e sei que eles têm muito a oferecer, não apenas às nossas competições, mas a todo o futebol europeu. O importante é seguir em frente e reconstruir a unidade", declarou.

Já o premiê britânico, Boris Johnson, que havia prometido fazer "de tudo" para impedir o nascimento da Superliga, afirmou que a desistência é uma vitória dos "torcedores do esporte mais amado".

Ansa - Brasil   
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