São Paulo abre sindicâncias para investigar esquema de venda de camarote no MorumBis
Dois dirigentes, agora licenciados da gestão de Júlio Casares, foram flagrados em conversa com intermediária que negociava venda de ingressos para uso do espaço em shows; acusados de envolvimento, Mara Casares diz que não obteve benefícios pessoais, já Douglas Schwartzmann não se manifestou
O São Paulo abriu duas sindicâncias para investigar um suposto esquema de venda de ingressos para um camarote no MorumBis em shows. Os diretores Douglas Schwartzmann e Mara Casares, que se licenciaram dos cargos, negociavam com Rita de Cassia Adriana Prado, que atuava como intermediária para venda dessas entradas. Mara afirmou que os áudios foram tirados de contexto e que ela não obteve benefícios pessoais. Schwartzmann disse que não tinha conhecimento do caso e apenas foi chamado para intervir pontualmente em fabor do clube. Adriana não se manifestou até o momento.
Um dos processos de investigação será interno, conduzido pelos departamentos Jurídico e de Compliance do clube. Outro inquérito é externo, sob responsabilidade de dois escritórios de auditoria independentes.
Os procedimentos foram instaurados a pedido do superintendente do São Paulo, Marcio Carlomagno. Ele também é citado nos áudios, mas diz que teve seu nome mencionado de forma indevida.
Na conversa, revelada pelo ge, Douglas Schwartzmann e Mara Casares falam com Rita de Cassia Adriana Prado e a pressionam a encerrar um processo contra o clube. Ela cobrava R$ 132 mil não recebidos por uma negociação envolvendo o Camarote 3A.
O local, na verdade, não é comercializado. O espaço fica em frente ao gabinete do presidente Júlio Casares no MorumBis e é conhecido por "Sala da Presidência". As negociações seriam feitas em dias de shows. A cobrança é relativa ao uso do camarote em um show da Shakira, em fevereiro deste ano.
Após o vazamento da gravação, diferentes grupos da oposição do São Paulo movimentam-se contra a gestão de Júlio Casares. O "Salve o Tricolor Paulista" escreveu ao Conselho Deliberativo pedindo o afastamento do presidente.
Já a "Frente Democrática Em Defesa do São Paulo" prepara uma notícia-fato que será encaminhada ao Ministério Público de São Paulo para que a Procuradoria investigue o caso.