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Santos faz acordo para manter Soteldo e eliminar punição

Plano consiste em devolver os direitos do atleta ao clube chileno, mas mantendo o jogador atuando em campo pela equipe santista

21 out 2020 - 14h00
(atualizado às 14h23)
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Presidente em exercício do Santos, Orlando Rollo apresentou nesta quarta-feira o plano do clube para manter o atacante Yeferson Soteldo e, ao mesmo tempo, saldar a dívida com o Huachipato e eliminar a punição aplicada pela Fifa que impede o time de inscrever novos jogadores.

Foto: Célio Messias / UAI Foto / Estadão Conteúdo

O plano consiste em devolver os direitos do atleta ao clube chileno, mas mantendo o jogador atuando em campo pela equipe santista. Na prática, a proposta, que será debatida pelo Conselho Deliberativo ainda nesta quarta, anula a compra de 50% dos direitos econômicos do jogador. E evita novas multas e punições.

"Seria como se o Soteldo tivesse sendo devolvido ao Huachipato. E estaria emprestado ao clube. O fato é que o Santos nunca teve o Soteldo, nunca sequer teve previsão de pagar o Soteldo", disse Rollo. "O que o Santos estava fazendo com o atleta é um estelionato. Como é que o Santos traz o atleta faz dois anos sem pagar um real para o clube (vendedor), sem pagar os valores devidos ao atleta? O Santos nunca pagou pelos 50% dos direitos do atleta. E está sendo acusado de dar golpe no Huachipato."

A proposta já foi aceita clube chileno e agora só precisa ser aprovada pelo Conselho Deliberativo do clube brasileiro. "Na prática, conseguimos manter o Soteldo por mais alguns meses no Santos, até que o Huachipato decida negociá-lo com outro clube. E resolvemos uma dívida antiga e sem tirar um centavo do bolso. Se aceitarem a proposta, o Huachipato cancela a punição da Fifa e tiramos da frente o risco de sofrer uma condenação de US$ 7 milhões", explicou o presidente em exercício.

Pelo acordo, o clube chileno ainda pagaria a dívida de cerca de R$ 1 milhão que o Santos tem com o jogador, por luvas e premiações. "Realmente, é como se o Santos tivesse ficado com o Soteldo de graça no clube por esse período todo. E ainda receberia US$ 200 mil pagos diretamente ao atleta Soteldo para que o Santos sane sua dívida com o atleta e ficaríamos com 10% do lucro numa futura venda."

A negociação com o Huachipato marca uma reviravolta quanto à permanência do jogador no clube. No sábado, o técnico Cuca chegou a afirmar que o atacante estava se despedindo na partida contra o Coritiba, pelo Brasileirão, porque o venezuelano negociava com o Al-Hilal, da Arábia Saudita. Mas a negociação não avançou.

Dívidas

De acordo com Rollo, a venda do atleta ao Al-Hilal traria problema e soluções. O maior risco seria ter bloqueio judicial nas contas do clube, devido às dívidas. E poderia haver novas punições relacionadas ao não pagamento ao Huachipato. A solução seria a possibilidade de quitar, com os estimados US$ 7 milhões do time saudita, outras dívidas com o próprio elenco.

Na mesma entrevista, Rollo afirmou que o clube não tem recursos para pagar os salários dos jogadores e membros da comissão técnica. "Vou deixar bem claro: o Santos não tem dinheiro para pagar os salários do mês que vem. Tivemos alguns recebíveis, que não pagam meia folha salarial. Tínhamos a ideia de negociar Soteldo para receber estes valores para quitar os salários. Mas passamos a ponderar algumas questões econômicas. Temos que pensar como gestor. E poderíamos ter bloqueio judiciais das contas do clube", explicou.

Ele garantiu que o elenco e a comissão técnica estão cientes da situação financeira do clube. "Estamos matando um leão por dia. Depois de resolver a questão do Huachipato, vamos resolver a questão salarial", prometeu o dirigente, que chegou a fazer comparações com o Cruzeiro. "O Santos estava a passos largos de se tornar o Cruzeiro de 2021, se não tivesse agido rápido para afastar o presidente (José Carlos Peres)."

Rollo disse também que o Santos vem tendo problemas para buscar recursos no mercado porque o clube enfrenta uma crise de imagem devido às dívidas, principalmente no exterior. "O Santos está sendo achincalhado no exterior, essa é a verdade. Qual instituição financeira vai emprestar dinheiro ao Santos se não temos garantias para apresentar?"

Campanha

Diante da situação complicada, o presidente em exercício revelou que o Santos vai iniciar uma vaquinha virtual, chamada "Virada Santista", para arrecadar doações. "Em menos de 24 horas, entrará no ar uma grande operação. O financiamento coletivo, a vaquinha virtual, chamada virada santista. Na primeira fase, esperamos arrecadar R$ 500 mil. Todos os recursos arrecadados serão usados exclusivamente para pagar as dívidas relacionados aos processos da Fifa. E vamos poder contar com o apoio de todos os santistas."

Estadão
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