Dorival nega rótulo de bombeiro e foge de briga com Neymar
O técnico Dorival Júnior utilizou parte de sua apresentação no Santos, nesta sexta-feira, no CT Rei Pelé, para avisar que não será apenas um “bombeiro” para socorrer o clube na atual briga contra o rebaixamento no Campeonato Brasileiro. O novo comandante santista alegou que o retorno, quase cinco anos depois, foi motivado pelo contrato até dezembro de 2017 e se esquivou sobre a polêmica com Neymar, que marcou o encerramento da sua primeira passagem, em setembro de 2010.
“A colocação do presidente é de que queria um trabalho para dois anos e meio, esse motivo que me fez acreditar que iniciaria e terminaria agora. Logicamente que dando sequência talvez eu tenha essa possibilidade, mas a partir do momento que atinja a primeira meta. A partir daí coisas boas podem acontecer. Essa possibilidade de ter um contrato com prazo um pouco maior foi fundamental, não queria mais esse tipo de trabalho (de bombeiro). Peguei o Atlético-MG nessa condição, o Flamengo, o Vasco, o Fluminense e o Palmeiras, todos assim”, disse o treinador.
“A única equipe que remontei foi o Flamengo, que felizmente conduzida pelo Jayme (de Almeida) foi campeã da Copa do Brasil (em 2014). Esse é o tipo de trabalho que me identifico e foram fundamentais na minha carreira. O presidente me deu a condição, confio nas pessoas e em sua palavra”, completou.
Dorival vem de vertiginosa queda na carreira. Desde a polêmica saída do próprio Santos, em setembro de 2010, conquistou mais dois títulos, o último em 2012: o Campeonato Gaúcho pelo Internacional , o seu melhor trabalho.
Pelo Inter, ainda ganhou a Recopa Sul-Americana, em 2011, mas não conseguiu evitar o acúmulo de seis demissões em cinco anos com aproveitamentos pouco animadores.
Desde a saída do Santos , após passagens por Atlético-MG e Internacional, o desempenho do treinador só caiu. Passou por Flamengo, Vasco e Palmeiras, com médias em sucessiva piora. A exceção foi o trabalho no Fluminense , que durou apenas cinco jogos, com o melhor aproveitamento do período: 66% dos pontos disputados.
O treinador ainda se esquivou da polêmica com Neymar em sua primeira passagem, evitando responder diretamente quando questionado sobre a situação. Dorival, na ocasião, perdeu a queda de braço depois de decidir manter o jogador afastado para um clássico do Corinthians por conta de um ato de indisciplina e acabou demitido.
“Essa é a última preocupação que eu tenho, pois tenho a consciência muito tranquila com relação a tudo isso. É natural que tenha desequilibrado um ciclo, pois a partir do momento que eu saí naquela situação eu também assumi o Atlético-MG no meio da competição. Sai de lá, também, por problemas no ano seguinte. Depois peguei o Internacional, tivemos conquistas, remontei o Flamengo que teve a conquista da Copa do Brasil. Graças a Deus todas as equipes que montamos alcançaram o resultado esperado, por isso gostaria de novamente poder ter um reinício de trabalho. Não me preocupo com esse lado (de rótulo), tenho consciência que a vitória para sair do rebaixamento, ainda que muitos não veja, vale tanto quanto a conquista de um campeonato”, afirmou.
Dorival promoveu duas mudanças na equipe e fará a sua estreia neste sábado, contra o Figueirense, às 18h30 (de Brasília), na Vila Belmiro.