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Autor de gol do título, Léo diz: “meu momento mais importante"

15 dez 2012 - 09h04
(atualizado às 10h29)
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Maior vencedor do Santos na Era pós-Pelé, com oito títulos conquistados em duas passagens acumuladas pela Vila Belmiro, o lateral-esquerdo Léo era uma das principais peças do time campeão brasileiro de 2002. Ídolo da torcida até os dias atuais, o camisa 3 foi o autor do gol que sacramentou o título do Brasileirão.

Léo é remascente de 2002 no atual elenco santista
Léo é remascente de 2002 no atual elenco santista
Foto: Ricardo Saibun/ Santos FC / Divulgação

Por todos esses motivos, fizemos uma entrevista exclusiva com Léo, sobre a conquista daquele time que marcou a história do futebol brasileiro e deixou marcas profundas na trajetória do Peixe.

Neste bate-papo, o lateral fala sobre os principais momentos daquele título, como os santistas venceram a desconfiança na capacidade do grupo, a convivência com os Meninos da Vila e com o técnico Emerson Leão, além de relatar a sua satisfação por ter feito parte de uma equipe que ajudou a recolocar o Santos no topo do cenário do futebol nacional.

Confira a entrevista exclusiva com Léo:

O título brasileiro de 2002 completa 10 anos. Qual a maior recordação que você tem daquele time e daquela época?

Léo - Do time, a união e a irreverência da molecada. E a festa que a torcida fez na chegada a Santos. O que foi aquilo na Praça Independência! Sensacional e inesquecível...

Você chegou em 2000 ao clube e passou por momentos difíceis no Santos. Qual o seu papel e o de outros jogadores mais experientes (casos de Fábio Costa, André Luis e Alberto) naquele elenco? Dá para dizer que foi o seu momento mais importante com a camisa do Peixe?

Léo - O grupo era muito jovem. Mesmo eu, o Fábio (Costa) e o Alberto não éramos tão velhos assim, mas assumimos a responsabilidade, para dar mais tranquilidade aos garotos. Passei por muita coisa desde que cheguei ao Santos. Momentos bons e momentos não tão bons. Mas, com certeza, foi meu momento mais importante em todos esses anos de Santos.

Comparações à parte, você considera esse título mais importante do que o da Copa Libertadores da América? Aquele time de 2002 era superior ao que encantou o país em 2010 e, no ano seguinte, ganhou a Libertadores?

Léo - A Libertadores é uma competição fantástica, que dá muito projeção e te leva ao Mundial (de Clubes da Fifa). Mas, analisando o momento do Santos, que vivia uma entressafra de conquistas, aquele título de 2002 acabou sendo tão ou mais importante. E podemos dizer que ele ajudou a abrir o caminho para o que veio depois. Quanto aos times daquele ano e de 2010/2011, acho que o mais recente era mais técnico, mas o de 2002 estava "encantado".

Quando o Brasileirão começou, a imprensa e, até mesmo, uma parte dos torcedores era cética sobre a participação do Santos no campeonato. Internamente, era algo que mexia com vocês? Acreditavam que a equipe poderia embalar e conquistar o título, como aconteceu?

Léo - Todo mundo dizia que a gente lutaria para não cair. É claro que isso acabou mexendo com a gente. Mesmo sabendo das dificuldades, sabíamos que o nosso grupo tinha qualidade. E, com o andamento do campeonato, a confiança foi aumentando.

A equipe caiu de rendimento no final da primeira fase e se classificou para o mata-mata devido a uma combinação de resultados. Por conta disso, você acredita que o primeiro jogo das quartas-de-final contra o São Paulo, na Vila, foi o ponto crucial "da virada" do time na competição? Depois que bateram o São Paulo, a confiança no título aumentou?

Léo - Com certeza! Aqueles tropeços na fase de classificação acenderam o sinal de alerta. O grupo não perdeu a confiança, mas ao mesmo tempo percebeu que não tinha ganhado nada ainda. A semana que passamos "trancados" em Extrema (MG) foi primordial. Saímos de lá e ganhamos bem do São Paulo - que estava sendo comparado ao "Real Madrid" -, tanto na Vila quanto no Morumbi.

Falando mais sobre aquele time: como foi o trabalho com o Leão durante o campeonato? Ele sempre teve, e mantém até hoje, uma imagem de treinador "linha dura". Como ele conduziu o grupo e soube lidar com a garotada (Diego e Robinho, principalmente) naquela ocasião?

Léo - Ele usou o bom e velho "morde e assopra". Era um "paizão", tanto para dar o carinho como na hora da bronca. Eu sempre me dei bem com o Leão e a garotada também soube lidar com ele. Ele sabia que não dava para ser tão linha dura com aqueles meninos. E acabou dando certo, né...

Olhando para trás, como você avalia aquele jogo final diante do Corinthians? Se considera um predestinado por ter marcado o gol do título?

Léo - Aquele jogo foi sensacional. Ganhar do Corinthians, em um Morumbi lotado... não dá para descrever em palavras. E ter feito o último gol do campeonato foi espetacular. Não sei dizer se sou um cara predestinado. Estava escrito...

E na decisão contra o Corinthians, quando o Timão marcou o segundo gol, o fantasma da eliminação no Campeonato Paulista de 2001 passou em algum momento pela cabeça do grupo?

Léo - Olha... confesso que não pensei muito naquilo antes do jogo. Depois (do segundo gol corintiano), claro, bateu uma incerteza. Vem aquela coisa do "dar o troco", mas estávamos muito focados. Aquela vitória na decisão exorcizou todos os fantasmas!

Qual o sentimento depois de ajudar o clube a encerrar um jejum de 18 anos sem títulos importantes?

Léo - Nossa... Foi sensacional. E no meu caso, então, que cheguei na época das "vacas magras", das invasões de vestiário e do CT por alguns torcedores... toda vez que vou à parte administrativa da Vila, e vejo aquele mosaico acima do elevador com o time de 2002, dá um baita orgulho!

Uma curiosidade: uma das frases mais marcantes após a conquista do título foi aquela em que você disse que "tinha vontade de chorar e morrer", ainda durante a comemoração, no gramado do Morumbi. Vendo a repercussão que aquele título teve, mesmo 10 anos após a conquista do Brasileirão 2002, você reformularia essa frase?

Léo - Eu sou muito impulsivo, né... (risos). Mas vendo toda aquela festa da torcida no Morumbi, muita gente chorando, um batalhão de câmeras e microfones em cima, não dá nem para pensar direito. Foi uma coisa de momento, mas verdadeira. Um desabafo de tanta felicidade!

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