Saiba como funciona o trabalho entre locutor de rodeio e DJ
O locutor de rodeio entra na arena e, antes mesmo de dizer a primeira palavra, a música já está no ar para animar o público. O narrador cumprimenta o público, se apresenta, e logo outra canção ganha o som na arena. O responsável pela música, claro, é o DJ da festa. Mas o que poucos sabem é que a sintonia entre os dois já fez a fama de muito locutor de rodeio.
"Temos mais de 100 mil músicas. Mesmo não conhecendo todas, usamos em média 300 por dia, podendo variar conforme quantidade de montarias em que o locutor trabalha", explica DJ Japa, de 20 anos, há quatro na profissão.
Para chegar ao sucesso (além de ter o dom natural de narrar as competições e interagir com o público), um dos principais investimentos do locutor é contratação de um sonoplasta competente. Por isso, de acordo com Japa, pode-se afirmar que o sucesso de um narrador depende, em parte, de um bom DJ. A ideia também vale no sentido contrário: a atuação de um locutor pode ser comprometida se o DJ não estiver "inspirado".
No Brasil, alguns locutores têm o próprio DJ, que ganham em média R$ 500 por rodeio, segundo Japa. Outros, no entanto, trabalham como freelancers, ou seja, são contratados para uma festa e não fazem parte da equipe do locutor. "Para locutores no começo de carreira, não é viável economicamente ter seu próprio DJ", afirma Francioli Silva, locutor de rodeios.
Outro detalhe entre as duas profissões é que, por meio de um ponto de comunicação, o DJ avisa o narrador qual será a próxima música. Segundos depois, o locutor interage com o público, principalmente puxando coreografias.
"Eu entro na arena pergunto: 'Qual a promessa que todo mundo faz quando acorda de ressaca?'. Na sequência, meu DJ solta a música do Humberto e Ronaldo, que diz 'Eu já fiz uma promessa e Deus vai me ajudar, eu só vou beber mais hoje e amanhã eu vou parar'. Nessa hora, o DJ precisa estar 110% ligado, senão a coreografia não sai", explica Silva.