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Réus absolvidos: relembre o incêndio no Ninho do Urubu

A tragédia no Ninho do Urubu, que resultou na morte de dez jogadores das categorias de base do Flamengo, ocorreu na manhã de 8 de fevereiro de 2019 e voltou ao noticiário nesta semana com a decisão da Justiça do Rio de Janeiro de absolver todos os réus do processo. Relembre esse triste episódio.

22 out 2025 - 20h24
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Em 2019, o incêndio no Ninho do Urubu, centro de treinamento do Flamengo, marcou tristemente o futebol brasileiro. A tragédia ocorreu na manhã de 8 de fevereiro daquele ano e voltou ao noticiário nesta semana com a decisão da Justiça do Rio de Janeiro de absolver todos os réus do processo. Na época, o acontecimento teve grande repercussão nacional e internacional, levantando debates sobre segurança em instalações esportivas. Além da comoção no Brasil, diversos atletas internacionais e clubes ao redor do mundo prestaram solidariedade ao Flamengo e às famílias das vítimas, mostrando o impacto global do ocorrido.

No dia do incêndio, o fogo se alastrou rapidamente pelo alojamento destinado aos jogadores da base, surpreendendo aqueles que ainda descansavam depois de uma rotina intensa de treinos. Muitos dos adolescentes estavam dormindo quando as chamas começaram, dificultando a fuga. Apesar dos esforços das equipes de resgate, dez jovens perderam a vida no local, todos atletas do clube com idades entre 14 e 16 anos. Outros sobreviventes tiveram ferimentos, alguns com consequências físicas e emocionais permanentes. Dessa forma, o incidente chamou atenção também para as condições psicológicas dos sobreviventes e colegas do clube, levando a projetos de acompanhamento psicossocial implementados posteriormente.

Apesar dos esforços das equipes de resgate, dez jovens perderam a vida no local, todos atletas do clube com idades entre 14 e 16 anos – Divulgação/Netflix
Apesar dos esforços das equipes de resgate, dez jovens perderam a vida no local, todos atletas do clube com idades entre 14 e 16 anos – Divulgação/Netflix
Foto: Giro 10

Como se desenvolveu o incêndio no Ninho do Urubu?

As primeiras investigações apontaram que o incêndio teve início devido a um curto-circuito em um aparelho de ar-condicionado. As chamas se propagaram com velocidade devido à estrutura dos alojamentos com materiais inflamáveis. Isso dificultou o trabalho dos bombeiros e impediu que muitos dos meninos escapassem a tempo. O alojamento, originalmente provisório, abrigava jovens de diferentes regiões do país que buscavam realizar o sonho de se tornar jogador profissional do Flamengo. Posteriormente, constatou-se que o espaço apresentava irregularidades quanto ao alvará e aos sistemas de prevenção de incêndios, como alarmes e rotas de fuga adequadas. Esses fatos influenciaram nos debates sobre responsabilidades.

Os dias seguintes à tragédia foram marcados por apurações das causas e avaliações das condições de instalação dos adolescentes. Assim, a polícia, o Corpo de Bombeiros e órgãos de fiscalização visitaram o local e começaram a reunir informações. O acidente evidenciou falhas na manutenção e regularização do espaço, levantando discussões sobre a responsabilidade do clube e a fiscalização das autoridades sobre centros de treinamento de times de futebol. No mesmo período, autoridades do poder público prometeram mudanças urgentes na legislação. Para isso, passaram a criar comissões especiais para garantir melhorias imediatas, não só no Flamengo, mas em diversos clubes pelo Brasil.

Quais foram as consequências para o Flamengo após o incêndio?

Além das investigações criminais, o clube passou a ser cobrado pela sociedade, autoridades esportivas e familiares das vítimas. Diversas audiências ocorreram para tentar resolver questões relacionadas a indenizações e à assistência aos familiares dos jogadores falecidos. Em alguns casos, os acordos só aconteceram anos após o ocorrido. O acidente também impulsionou mudanças na legislação e fiscalização de centros de treinamento esportivo em todo o país, visando a prevenção de novas tragédias. Ademais, o episódio mobilizou outros clubes, entidades e órgãos públicos a reverem políticas de segurança, salientando a importância de ambientes adequados para atletas em formação. Em paralelo, entidades como a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e a Federação Internacional de Futebol (FIFA) ofereceram apoio e passaram a exigir novos padrões para as instalações esportivas.

  • Alterações em normas de segurança: exigências mais rígidas para abrigar atletas jovens, com implementação de sistemas de alarme de incêndio, saídas de emergência e monitoramento constante das condições de habitação.
  • Fiscalização ampliada: inspeções periódicas por parte de órgãos públicos, agora obrigatórias para liberação e funcionamento dos centros de treinamento.
  • Atenção à saúde mental: programas de apoio psicológico para sobreviventes e familiares, além de campanhas de acompanhamento para todos os atletas de base do futebol brasileiro.
O tema reacendeu discussões sobre como o sistema judicial trata tragédias no esporte brasileiro, sobretudo quando envolvem jovens atletas em instituições de grande porte como o Flamengo – Divulgação/Flamengo
O tema reacendeu discussões sobre como o sistema judicial trata tragédias no esporte brasileiro, sobretudo quando envolvem jovens atletas em instituições de grande porte como o Flamengo – Divulgação/Flamengo
Foto: Giro 10

Por que a decisão judicial repercute ainda em 2025?

A sentença que absolveu todos os réus trouxe à tona novos debates sobre justiça e responsabilidade. O juiz responsável considerou "ausência de demonstração de culpa penalmente relevante e na impossibilidade de estabelecer um nexo causal seguro entre as condutas individuais e a ignição". Ao todo, 11 réus respondiam pelos crimes de incêndio culposo qualificado. O ex-presidente do Flamengo Eduardo Carvalho Bandeira de Mello estava entre eles, além dos então diretores do time Antonio Marcio Mongelli e Garotti e Carlos Renato Mamede Noval. Por fim, também estavam entre os réus representantes de empresas que prestavam serviços e o monitor dos atletas de base do Flamengo.

O tema reacendeu discussões sobre como o sistema judicial trata tragédias no esporte brasileiro, sobretudo quando envolvem jovens atletas em instituições de grande porte como o Flamengo. Além disso, alguns especialistas em direito esportivo ressaltam a dificuldade de se atribuir responsabilidade penal em tragédias que envolvem múltiplos fatores institucionais, legislativos e administrativos.

O incêndio no Ninho do Urubu se tornou um símbolo não apenas do futebol, mas também de reflexões necessárias sobre a estrutura e os cuidados destinados às futuras gerações de jogadores. O caso permanece atual, servindo de alerta para clubes, federações e gestores, para que não se esqueça da prioridade máxima à segurança dos atletas. Anualmente, são realizadas homenagens no clube e em outros lugares, para manter viva a memória dos jovens e reforçar a importância de medidas preventivas no esporte brasileiro.

Giro 10
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