Título do Palmeiras: Torcida quebra 'tabu' e grita 'É campeão' com a bola rolando
O Terra acompanhou a conquista do título do Palmeiras junto à torcida, nas imediações do Allianz Parque, em São Paulo
Foi às 23h37 desta quarta-feira, 6, que a razão deu lugar à emoção no coração do torcedor palmeirense que, depois de um dos Campeonatos Brasileiros com mais reviravoltas na história da competição, pode finalmente gritar: 'É campeão'.
A partida contra o Cruzeiro no Mineirão pela 38ª - e última - rodada do Brasileirão já tinha sabor de conquista para o torcedor do Palmeiras, virtualmente campeão dada a vantagem de pontos e saldo de gols frente a concorrentes como Atlético-MG e Flamengo. Mas a palavra 'campeão' permanecia um tabu.
Mas não teve jeito. Ainda com a bola rolando, aos 32 minutos do segundo tempo, o torcedor desistiu de se segurar e passou a celebrar, antecipadamente, o bicampeonato e a 12ª conquista do Palmeiras no Campeonato Brasileiro.
O Terra acompanhou a última rodada do Brasileirão de 2023 junto aos torcedores no coração alviverde do bairro da Pompeia, em São Paulo, a poucos metros do Allianz Parque, estádio do Palmeiras. A pouco mais de 600 km do Mineirão, desde muito antes do apito inicial, a torcida já fazia a festa, confiante na conquista.
Mar verde e branco
Desde as 17h de quarta, as imediações do Allianz Parque foram tomadas por 'mar' de torcedores trajando verde e branco. Bares, restaurantes e lanchonetes, em uma região unida pelo amor em comum pelo Palmeiras, lotados de verdeiros ansiosos, que não aguentavam mais esperar para que seus relógios marcassem 21h30.
A certeza do título ainda contida, guardada, mas já a ponto de explodir. E, assim, cada vez mais palmeirenses se concentravam na região, embalados pelo som dos gritos, músicas e rojões.
A resenha se alternava entre a grandeza de Abel Ferreira e especulações sobre seu futuro e permanência no Palmeiras, o brilho do jovem Endrick, que deixou seu nome marcado na história da Sociedade Esportiva Palmeiras, e os tropeços do Botafogo, que viu a vantagem de 13 pontos sobre o Verdão, até então vice-líder, ruir no returno do Brasileirão.
Às 23h37 de quarta-feira, 6 de dezembro, aos 32 minutos do segundo tempo, a torcida do Palmeiras finalmente solta o grito de É CAMPEÃO, muito forte a energia nos entornos do Allianz Parque, veja o momento: pic.twitter.com/0Pj9I1tsf6
— Gabriel Gatto (@_gabrielgatto) December 7, 2023
Final apoteótico
Depois que o árbitro Anderson Daronco autorizou o começo da partida em Belo Horizonte, as atenções dos torcedores alviverdes se concentravam nas dezenas de televisões espalhadas por cada canto da Pompéia, com a emoção à flor da pele. Era como se o elenco de Abel Ferreira estivesse jogando ali, diante dos olhos de cada um dos milhares presentes para a festa.
E essa emoção explodiu quando Endrick, numa roubada de bola na zaga do Cruzeiro, tenta encobrir o goleiro Rafael. O arqueiro defende, mas não resiste ao rebote mortal do camisa 9. 1 a 0 para o Palmeiras aos 27 minutos do primeiro tempo e uma festa que pôs abaixo o bairro paulistano.
E foi assim que, aos 72 minutos de jogo, o torcedor finalmente celebrou a 12ª conquista do Campeonato Brasileiro. Nem o gol de empate para o Cruzeiro, aos pés de Nikão, pouco tempo depois, serviu para apaziguar os ânimos palmeirenses.
Sem acréscimos e, para alívio da torcida, Daronco encerrou o jogo pouco após os 90 minutos, consagrando assim uma conquista disputada e vencida, com mérito, pelo Palmeiras. Ali, o mar de gente vestida de alviverde, no coração da Pompeia, vivia uma só emoção: um misto de alívio e reconciliação pelo título perdido em 2009 e o amor pelo time multicampeão, que coroou o trabalho de três anos do técnico Abel Ferreira.