Palmeiras: jornalista rebate Abel Ferreira após atitude envolvendo protestos da torcida
O ex-jogador e comentarista Zé Elias criticou Abel Ferreira por ter usado as filhas como exemplo ao reclamar de protestos ocorridos na madrugada de domingo (10), na Academia de Futebol. O técnico do Palmeiras mencionou que se sentiu desconfortável em explicar às crianças os xingamentos recebidos de torcedores no Allianz Parque, após a eliminação para o Corinthians nas quartas de final da Copa do Brasil.
Durante participação no programa Equipe F, da ESPN, Zé Elias afirmou: "Agora eu só queria saber se ele explica os xingamentos que ele faz para os árbitros para a filha dele, porque o que vale para um vale para outro. O árbitro não é pai também?", questionou antes de completar:
"Sou bem justo, não tem diferença nenhuma dentro do campo, são todos iguais, todos seres humanos. Ele sentiu magoado, chateado, e tem razão, não tem nenhum problema, ninguém gosta de ser xingado do jeito que xinga, então é o mesmo respeito. Se você exige o respeito, você tem que se dar o respeito também."
O comentarista também questionou se Abel e sua comissão técnica pensam no impacto quando proferem ofensas aos árbitros. Para ele, a coerência exige que o treinador adote o mesmo respeito que cobra.
Impacto na permanência no clube
Segundo informações do jornalista Paulo Massini, os protestos influenciaram diretamente na decisão de Abel Ferreira de rejeitar a proposta de renovação contratual por mais duas temporadas. Apesar do desejo público do diretor de futebol Anderson Barros de mantê-lo, o treinador mantém indefinida sua permanência no cargo.
Após vitória sobre o Ceará pelo Campeonato Brasileiro, Abel declarou:
"Quando chegar em casa hoje, vou perguntar às minhas filhas. É difícil de explicar para elas o que se passou há três ou quatro dias. Eles aqui comigo já há muito tempo e não entendem. É difícil explicar para elas que o pai foi xingado. Mas como hoje é Dia dos Pais, elas certamente vão me apresentar e abraçar como sempre fazem. E como elas já disseram publicamente, quando o pai ganha, é o Palmeiras, quando perde, é o (pai) delas (que perde)."
Acordo com o Al-Sadd
Paralelamente, o Palmeiras e Abel Ferreira encerraram um processo na Fifa movido pelo Al-Sadd, que alegava descumprimento de pré-contrato e cobrava multa de cinco milhões de euros (R$ 31 milhões). A solução foi alcançada com a divisão igualitária (50% cada) dos direitos econômicos do atacante Giovani, sem necessidade de pagamento por parte do clube brasileiro ou do treinador.
O imbróglio começou em 2024, quando o time do Catar acionou a Player's Status Chamber e, em contrapartida, a defesa de Abel alegou que o documento firmado era apenas uma carta de intenções, também exigindo indenização no mesmo valor. O acordo foi possível graças ao bom relacionamento entre as diretorias e mediação da Fifa.
Próximos compromissos
Com a questão judicial resolvida, o Palmeiras volta a focar na disputa da Libertadores. O time enfrenta o Universitario, no Peru, na quinta-feira (14), às 21h30 (horário de Brasília), pelo jogo de ida das oitavas de final.