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MMA

"Showman" do Pará disputa final do torneio dos meio-médios

Atleta do Pará se inspira em momento dramático pelo qual passou na carreira ao ser assaltado quando viajava para treinar no Rio de Janeiro

17 abr 2015 - 16h36
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De Tucumã, cidade no interior do Pará com pouco mais de 36 mil habitantes e a cerca de 920km da capital Belém, surgiu um dos lutadores que mais tem encantado na segunda temporada do XFC. Michel "Demolidor" Pereira se credenciou à final do torneio meio-médio (até 77,1kg) ao vencer, na decisão unânime dos juízes laterais, o paulistano Cairo Rocha, naquela que é considerada a melhor luta da história da organização. Com golpes acrobáticos, o Demolidor também ficou conhecido como "Showman", e no XFCi 10 terá a chance de conquistar a cobiçada medalha de ouro caso vença o guianês Carlston Lindsay Harris, colocando-se como um dos principais nomes para disputar o cinturão mundial da divisão.

Assim como tantos outros atletas, a vida não foi, e nem é, nada fácil para Michel Pereira, que conheceu as artes marciais na adolescência, através do caratê e somente há três anos luta MMA. Em 2013, o atleta estava a caminho do aeroporto da cidade de Marabá, no Pará, para uma viagem ao Rio de Janeiro, onde passaria um período de treinamentos na academia Team Nogueira, quando foi surpreendido por um assalto e perdeu todas suas malas e pertences. Mesmo tendo apenas a roupa do corpo, Michel manteve o sonho e embarcou para morar durante um ano e meio na "Cidade Maravilhosa".

Michel Demolidor em ação pelo XFC
Michel Demolidor em ação pelo XFC
Foto: XFC / Divulgação

Tanta batalha faz Michel parecer um veterano. Mas o paraense tem apenas 21 anos, e enxerga o título do GP como um prêmio. "Esse período do assalto foi muito complicado. Estava viajando para melhorar meus treinos, investindo em mim, já com um certo receio de não dar certo, e esse acontecimento me derrubou. Mesmo assim fui em busca do meu sonho e evolui muito. Foi uma experiência que, apesar de todas as dificuldades, valeu muito a pena e me fez crescer como profissional. Apesar da pouca idade, me sinto mais ‘cascudo’ e já comecei a colher os frutos de tanto esforço. Hoje posso dizer que só penso nesse título do torneio do XFC", conta.

Com um total de 12 vitórias e apenas quatro derrotas na carreira, Michel é dono de um estilo irreverente e costuma arriscar golpes pouco comuns no MMA. O paraense fez sua estreia na organização americana no XFCi 7 batendo o favorito Geraldo "Luan Santana" Coelho e avançando às semifinais do torneio. Depois de superar Cairo Rocha no XFCi 9, agora terá pela frente um adversário muito mais tático e enigmático em Carlston Harris, o "Moçambique".

"Eu o conheço um pouco. O estilo dele é bem diferente do meu, não tem essa coisa de fazer show e agradar ao público, o negócio é mais direto, ir lá e vencer. Sempre que o acompanhei no evento, achei o lutador mais complicado do GP. Ele acabou ficando do outro lado da chave, e já projetava esse nosso encontro na final, como aconteceu. Agora vou me preparar mais do que nunca para conquistar esse título, que com certeza vai mudar minha vida" sonha.

O presidente do XFC, Myron Molotky, vê um futuro brilhante para Michel no MMA. "Esse cara é incrível, ele entra no hexágono e deixa tudo de si, sempre dando um show para o público. O que o Michel fez na luta contra o Cairo Rocha foi inacreditável, foi uma das três melhores lutas da história do evento, sem dúvida alguma. Essa final será muito equilibrada, porque são dois estilos bem diferentes, e o Michel terá de se preparar muito para encontrar espaços contra o Carlston", analisa.

Fonte: Terra
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