PUBLICIDADE

Boxe

Pacquiao-Mayweather, a 'luta do século' com todas as letras

2 mai 2015 - 20h12
(atualizado às 20h12)
Compartilhar
Exibir comentários

Nunca na historia do boxe um combate gerou tanta expectativa e tantos milhões de dólares: o duelo de sábado entre Manny Pacquiao e Floyd Mayweather, em Las Vegas, merece mais do que qualquer outro o rótulo de 'luta do século'.

Os dois pugilistas estão longe de serem gigantes pela altura (o filipino tem 1,69 m e o americano 1,73 m) e pesam apenas 67 quilos, mas conseguiram entrar no patamar de lendas como os pesos pesados Mohamed Ali, George Foreman, Mike Tyson.

"É a maior luta da história do boxe", cravou Mayweather, sem titubear. A história dirá se esta afirmação é legítima, mas o certo é que os números dão razão ao americano.

A bolsa total dividida entre os dois atletas é avaliada em 300 milhões de dólares, 60% para Pacquiao e 40% para o filipino.

O duelo pela unificação dos cinturões do Conselho Mundial de Boxe (CMB) e da Associação Mundial de Boxe (AMB) - que pertencem hoje ao americano - e a Organização Mundial de Boxe (OMB) - que o filipino coloca em jogo - devem gerar lucros entre 300 milhões e 400 milhões de dólares e movimentar no quase um bilhão.

Números recordes para um esporte que parece renascer das cinzas, enquanto muitos diziam que o boxe não teria condição de resistir à concorrência do MMA, que, por ironia do destino, vive justamente horas sombrias, com casos de doping e problemas extra-esportivos dos seus ídolos.

"Pacquiao x Mayweather" vai levar os detentores dos direitos de transmissão, HBO e Showtime a vender pacotes de pay-per-view por 90 a 100 dólares, um recorde para um evento esportivo.

Os dois pugilistas subirão ao ringue por volta das 20h30 do sábado em Las Vegas (00h30 de domingo em Brasília). Pacquiao entrará primeiro, seguido de Mayweather.

As apresentações serão feitas pelos respectivos locutores das emissoras que compartilham a transmissão: Michael Buffer apresentará Pacquiao pela HBO, enquanto Jimmy Lenon fará o mesmo para Mayweather pela Showtime.

Antes da luta principal, haverá combates preliminares. No maior deles, o ucraniano Vasyl Lomachenko defende o título do Organização Mundial de Boxe dos pesos-pena contra o porto-riquenho Gamalier Rodríguez.

Ingressos comprados por 10.000 dólares já estão sendo negociados por 250.000 por cambistas.

Para justificar tamanha empolgação, Pacquiao e Mayweather são verdadeiros fenômenos da "nobre arte".

Os dois estrearam como profissionais no meio da década de 90, conseguiram fazer sucesso por duas décadas e já ganharam milhões de dólares.

A 'Luta do Século' também acaba com uma espera de cinco anos dos fãs, depois de negociações que se arrastaram por conta de conflito de egos e de crises de inveja dos protagonistas.

Mais que as cifras astronômicas, o que está em jogo é o legado dos pugilistas na história do boxe.

Neste quesito, Mayweather tem muito a perder. Ele está invicto depois de 47 combates e pretende se aposentar ainda neste ano, sem conhecer uma derrota.

Conhecido pelo estilo defensivo e sua rapidez nas esquivas, o americano prometeu encarar a luta "de forma agressiva".

"Vou pressioná-lo, vou atacar. É óbvio que gostaria de nocauteá-lo, mas não podemos esquecer que é um dos melhores boxeadores que terei pela frente", analisou 'Money', menos arrogante do que costume.

Esta atitude levou até Freddy Roach, técnico de Pacquiao, a questionar a motivação do americano.

"Estou me perguntando se ele realmente vai chegar com tudo. Na primeira coletiva, em abril, em Los Angeles, disse que ele ia levar uma surra, e ele não responde nada", enfatizou.

Mayweather avisou que não vai subir ao ringue com estratégia montada.

"Nunca assisto vídeos dos adversários. Prefiro definir a estratégia na hora", revelou.

Pacquiao, semi-deus nas Filipinas, é conhecido pelo estilo agressivo, veloz e imprevisível.

"Se ele quiser me desafiar fisicamente, ótimo. Se ele quiser correr e se mexer no ringue, estou preparado para fazer isso também", avisou o filipino, que tem um cartel de 57 vitórias, cinco derrotas e dois empates.

Além da diferença de estilos de luta, os dois pugilistas também protagonizam um antagonismo do 'vilão' Mayweather, 'bad boy' que ostenta carros de luxo, e o 'mocinho' Pacquiao, que esbanja sua fé cristã e já entrou para a política, sonhando um dia ser presidente.

A luta gera enorme expectativa no mundo todo, mas vai parar literalmente as Filipinas. Algumas regiões do país pediram até para que aparelhos eletrodomésticos sejam desligados para evitar riscos de apagão na hora da superluta.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
Compartilhar
Publicidade
Publicidade