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Visão no estádio: Flu foi guerreiro, mas cometeu uma falha fatal

Tricolor fez bom jogo, buscou o ataque, mas se esqueceu que do outro lado tinha um rival que aproveita cochilos e um deles resultou o contra-ataque que não poderia ter acontecido

12 jul 2020 - 18h03
(atualizado às 19h38)
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O sol estava forte no Maracanã sem torcida e com uma ação bem legal do Fluminense. Como mandante, a diretoria criou uma mensagem na parte central das cadeiras do estádio. Aquele azul e amarelo tradicional das cadeiras virou um bonito mosaico com dizeres (# É Pelo Flu) para agitar as redes sociais nas cores do Tricolor.

Pedro e Arão celebram o primeiro gol do Flamengo (Foto: Marcelo Cortes / Flamengo)
Pedro e Arão celebram o primeiro gol do Flamengo (Foto: Marcelo Cortes / Flamengo)
Foto: Lance!

Mas estava calor. Talvez por isso, desde o aquecimento as duas equipes davam a sensação de que não estavam muito ligadas. Um quê solonento. As entradas das equipes para o jogo, a formação para as fotos. Tudo a dez por hora. Estilão tarde de domingo depois de um almoço bem farto em família. Com quatro alterações, o Flamengo poderia indicar duas coisas: 1 - estratégia de Jesus para confundir a marcação do Fluminense, que no jogo da final da Taça Rio foi quase perfeita, principalmente no primeiro tempo; 2 - descontentamento do treinador com a performance apagada do time rubro-negro na noite de quarta-feira. Já o Fluzão tava na dele.

Primeiro tempo

Começou o jogo e o Tricolor era melhor. Em vez de repetir o que fez no primeiro jogo, se fechando com os 11, buscou mais o ataque, beneficiado por um nervosismo incomum do Flamengo em campo, principalmente na defesa. Marcos Paulo era uma boa opção pela esquerda e levava a melhor sobre Rafinha. Diria que, nos 15 primeiros minutos, o Fluminense esteve sempre mais próximo do gol.

O Flamengo jogava de forma muito lenta. Os únicos agitados eram os membros do estafe que estavam nas cadeiras e faziam barulho em cada lance polêmico ou perigoso. Aliás, diferentemente da quarta-feira, dessa vez o pessoal do estafe do Flu também foi bem atuante. Eram 20 de cada time e se tornavam os torcedores que fazem tanta falta nestes jogos sem público.

Sem o lesionado Bruno Henrique, com Gerson e Everton Ribeiro no banco, Jesus fez uma aposta em Pedro e Diego e, principalmente Vitinho caindo pela direita. Só que o camisa 11 do Fla é exatamente o oposto de quase toda a equipe. Cadencia demais, dá uma lentidão ao jogo e facilita a marcação sobre o Flamengo. E a tal velocidade do Rubro-Negro? Só foi vista numa grande jogada de Gabigol, em que Muriel fez uma defesaça.

Com o tempo, o Fluminense entrou no jogo meio morto do Flamengo e isso facilitou as coisas para o time de Jesus. Jogando na base do toque de bola, em algum momento a qualidade técnica poderia prevalecer e foi assim no gol, antes dos 30 minutos. Quase todo o ataque tocando na bola até que, numa falha da marcação pela esquerda, Pedro apareceu livre para marcar.

No primeiro tempo, embora o Fluminense tenha feito um jogo digno, o Flamengo foi mais inteligente, dominante e mereceu o 1 a 0.

Segundo tempo

Na segunda etapa, o Fluminense voltou com uma alteração tática importante. Yago e Dodi mais adiantados. Isso obrigou o Flamengo a recuar. Mais: Nenê acordou. O veterano fez uma jogada incrível que quase resultou no gol de Yago (Diego Alves salvou) e iniciou o contra-ataque que resultou no tento de empate de Evanílson em falha do miolo de zaga do Mengo. Antes desse gol, Jesus já conversava com Michael, Gerson e Everton Ribeiro para uma troca tripla, que, infelizmente foi feita já com o placar em 1 a 1. (Saíram Diego, Vitinho e Arrascaeta).

A aplicação do Flu era cativante, até os 22 minutos o Tricolor mandava no jogo. Prova disso era aquela turma do estafe do Fla que fazia a claque: calada. Mas o time aguentaria aquela pegada de marcar em cima, disparar para a frente e dominar o rival? Como o Fla estava mal em campo e o Flu perdendo chances, o correto seria o Tricolor chegar ao 2 a 1. Só que o Flu cometeu um erro infantil. Num escanteio que teve no ataque, perdeu a bola e o Fla usou a velocidade que não mostrara ainda. Rafinha para Gabigol, este puxando contra-ataque e servindo Michael livre dentro da área para fazer Mengo 2 a 1. Isso aí, gol saindo em contra-ataque. Que mole, Flu!

O Fla seguiu fechado e o Flu se manteve em cima. Se cansou, ninguém viu. Jogou na raça até o fim e assustando a defesa do Flamengo. No fim, Gabigol foi expulso em mais um desses lances bobos quando estava fazendo cera para ser substituído.

O Tricolor perdeu o jogo, mas fez o Flamengo jogar lá atrás. Não merecia sair derrotado de campo. E mostra que o jogo de quarta-feira está totalmente em aberto. Se o Flamengo quer o título que todos davam como certo para ele, terá de jogar mais e sem Gabigol. Neste domingo, venceu sofrendo horrores. E como curiosidade. No fim da Taça Rio, o Flu mandou no primeiro tempo e o Fla no segundo tempo. Desta vez a coisa se inverteu.

Lance!
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