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Do Bangu ao Marítimo, Rodrigo Pinho planeja futuro: 'Objetivo é jogar Liga dos Campeões'

Revelado na base do Bangu, o atacante alemão-brasileiro também quer atuar em um time da Série A do Brasileirão, mas mantém foco para estreia do Marítimo no Português

11 ago 2018 - 07h51
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Autor do gol mais bonito da Liga Portuguesa na temporada 2017/18, Rodrigo Pinho é destaque no Marítimo e olha com orgulho para o início modesto no futebol que o levou à Europa. Alemão de Henstedt-Ulzburg e naturalizado brasileiro, o atacante de 27 anos, que é filho do ex-jogador Nando, que atuou no Flamengo em 1989, se formou nas categorias de base do Bangu e garantiu seu primeiro contrato internacional após passagens significativas por Cabofriense e Madureira.

Rodrigo Pinho deixou o Brasil em 2015, quando assinou seu primeiro contrato internacional, com o Braga, de Portugal (Foto: Helder Santos Fotografia)
Rodrigo Pinho deixou o Brasil em 2015, quando assinou seu primeiro contrato internacional, com o Braga, de Portugal (Foto: Helder Santos Fotografia)
Foto: Lance!

Ainda no Rio de Janeiro, Rodrigo nutria o sonho de disputar uma competição da Uefa e sempre buscou alcançar seu melhor desempenho em campo, motivação que garantiu ao atacante o título de vice-artilheiro do Campeonato Carioca em 2015 (com nove gols) e despertou o interesse dos olheiros portugueses que logo encaminharam o acerto do jogador com o Braga por quatro temporadas. No período em que esteve na equipe, Rodrigo atuou em 25 partidas e marcou oito gols, além de ter passado por um empréstimo ao Nacional. Em entrevista ao LANCE!, Pinho contou como recebeu sua primeira proposta internacional e quais são as perspectivas para o futuro no futebol europeu.

- A proposta chegou após eu ter feito um grande Campeonato Carioca com a camisa do Madureira. Em 2015 consegui ser o vice-artilheiro do Carioca com nove gols marcados e as minhas atuações no Estadual chamaram a atenção da diretoria do Braga. Negociamos e em Junho acertamos minha transferência. Vivia um grande momento na carreira. Bola entrando e boas atuações.

Em 2017, o alemão-brasileiro deu mais um grande passo ao acertar sua transferência para o Marítimo, onde diz viver o melhor momento de sua carreira, tendo marcado 11 gols na última temporada. Mas, como manda o mercado do futebol, o desempenho do jogador pelos Leões da Madeira já despertou interesse de outros times. Em entrevista publicada nesta segunda-feira pelo diário "A Bola", o presidente Carlos Pereira admitiu que o clube está analisando algumas solicitações pelo jogador, mas garantiu que a liberação só acontecerá se os interessados seguirem à risca as solicitações do Marítimo, que envolvem também o valor de 30% da venda do atleta, porcentagem que será repassada ao Braga.

Questionado sobre os times que apresentaram proposta, o jogador saiu pelas laterais, mas de acordo com o seu empresário Márcio Bittencourt, a única proposta oficial apresentada até o momento foi do Emirates Club, da Arábia Saudita, que chegou a conversar com a diretoria do Marítimo, mas esbarrou na alta pedida dos portugueses. Outro clube que mostrou interesse pelo atacante foi o Grasshopper, da Suíça.

- É uma felicidade saber que existem outros clubes interessados no meu futebol. Isso mostra que o trabalho, até aqui, foi bem feito. É seguir com a cabeça focada e centrada e buscar crescer e evoluir ainda mais. Não penso em uma saída ou qualquer coisa do tipo. Estou centrado em ajudar a equipe e focado na estreia do Campeonato Português.

Enquanto a diretoria do Marítimo avalia as modificações que o plantel pode sofrer nesta temporada, Rodrigo Pinho segue em preparação para a estreia da equipe na Primeira Liga de Portugal sob comando do técnico Cláudio Braga, contratado no início de julho. Apesar do pouco tempo que o treinador teve para trabalhar com o time, o atacante já identificou o estilo de jogo ofensivo que está sendo imposto e alimenta a expectativa para uma boa estreia diante do Santa Clara, que acontece às 12h30 deste sábado, no Estádio do Marítimo.

- Expectativa de conseguir estrear com um bom resultado. Fizemos uma boa pré-temporada, reforçamos bem a equipe pra esta temporada e temos a chegada de um novo treinador. Estamos felizes e confiantes de que essa boa pré-temporada que realizamos nos dará base para ter uma boa época.

Confira outros pontos do bate-papo com o atacante Rodrigo Pinho:

Você deixou o Brasil antes de atuar em um grande clube e assinou contrato por quatro anos com o Braga. Como foi a adaptação ao futebol português após as experiências no Bangu, Cabofriense e Madureira?

- Como todo jogador que saí do seu país, tive um pouco de dificuldade de adaptação no início. Apesar de ser um país que se aproxima muito do Brasil, a cultura é um pouco diferente. Mas, hoje, depois de três temporadas atuando aqui em Portugal, me sinto confortável e minha família também está totalmente adaptada.

Você chegou a receber propostas de algum clube brasileiro após acertar o primeiro contrato com o futebol europeu?

- Existiram algumas sondagens de clubes brasileiros mas nenhuma acabou se concretizando. To feliz no Marítimo e focado aqui. Essa parte fora de campo deixo nas mãos do meu empresário. Mas recebi sim contatos de clubes brasileiros nesse tempo aqui em Portugal.

O que motivou sua transferência para o futebol internacional? Experiência de fora, valor do contrato ou a chance de se aproximar dos maiores clubes do mundo?

- Tem um pouco de tudo na escolha de vir para o futebol europeu. O primeiro ponto é o sonho de defender uma equipe europeia e disputar uma competição da Uefa. Pude realizar esse sonho jogando a Liga Europa. Agora é aumentar o rendimento e buscar voos cada vez maiores. Sinto que ainda tenho muito a evoluir jogando na Europa e é em cima desse pensamento que trabalho e foco meu dia a dia.

A vice-artilharia do Campeonato Carioca pelo Madureira foi o primeiro momento marcante de sua carreira? Hoje, qual dos seus feitos é considerado o mais admirável?

- Acredito muito que o sucesso é decorrente de um trabalho de longo prazo. Tinha feito boas temporadas antes de ser vice-artilheiro do Carioca. Mas, sem dúvida, que marcar tantos gols numa competição como o Campeonato Carioca, chama a atenção. Ano passado tive uma excelente temporada com o Marítimo tendo marcado 11 gols na temporada e evolui muito como jogador. Acredito que o meu grande feito ainda está por vir. Não tenho dúvida disso.

Como o apoio do pai Nando, que teve destaque no Flamengo em 1989, influenciou em sua carreira?

- No início meu pai não queria muito que eu seguisse a carreira de jogador. Ele falava que tinha sofrido muito com a distância da família e não queria que eu passasse o mesmo. Mas depois que viu que esse era o rumo que eu queria seguir, me deu todo o suporte e incentivo para que eu pudesse realizar meu sonho de ser jogador de futebol. É muito proveitoso e legal ter um exemplo dentro de casa. Meu espelho dentro e fora de campo. Um cara que se faz presente em tudo na minha vida. Não só me apoiando e me aconselhando no futebol, como em todos os aspectos da vida.

Como você avalia o trabalho do técnico Cláudio Braga com o time?

- É o início de uma caminhada. Mas nos primeiros contatos já conseguimos nos adaptar bem. É um técnico mais ofensivo do que o que tivemos na temporada passada. Tem ideias mais voltadas ao ataque. O contato com a comissão técnica tem sido o melhor possível e espero que a equipe consiga manter a evolução que vem tendo nesse período de pré-temporada.

Quais são seus planos para a carreira? Há algum clube específico que tem o sonho de defender?

- Ainda tenho alguns objetivos para realizar. Um deles é de jogar a Liga dos Campeões. Competição fantástica que pretendo disputar e desfrutar. O segundo é o de disputar a série A do Campeonato Brasileiro, que ainda não tive a oportunidade de jogar. Não sei em qual ordem (risos) mas tenho certeza que, pelo meu trabalho e dedicação, conseguirei realiza-los no tempo certo.

Com base no desempenho do Marítimo na última temporada, o que esperar de 2018/19?

- Estamos confiantes de que podemos fazer algo mais do que fizemos na temporada passada que foi boa. Nossa pré-temporada foi muito bem realizada e a equipe foi reforçada. Esperamos evoluir em relação ao ano passado e conseguir estrear bem, pegar confiança e crescer durante uma competição. Nossa expectativa é a melhor possível.

*Sob supervisão do editor Leonardo Martins

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