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Armani supera obstáculos, e Goycochea dá bênção por fim de jejum na Argentina: 'Está pronto'

L! falou com o goleiro que esteve no último título da seleção argentina, em 1993, e com um jornalista do 'Olé' por opiniões a respeito de Franco Armani, cuja trajetória é curiosa

2 jul 2019 - 07h56
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4 de julho de 1993. Este foi o dia da última conquista da seleção argentina. A competição era a Copa América, a mesma na qual, atualmente, tenta findar um jejum de 26 anos sem títulos. Para isso, além de Messi, a Argentina precisará contar com uma noite inspirada do goleiro Franco Armani diante do Brasil, a partir das 21h30 (de Brasília) desta terça-feira, em duelo a ser realizado no Mineirão. E de fechar o gol Sergio Goycochea entende.

O LANCE! conversou com Goycochea para saber a opinião do goleiro campeão em 1991 e 1993 a respeito do atual, que precisou ter paciência para conquistar o seu espaço na Albiceleste.

- Armani já tinha mostrado tanto no Atlético Nacional quanto no River Plate esta qualidade. É um goleiro com muito reflexo, que tem reações rápidas, e tem sido fundamental para a seleção argentina. Sem dúvida, está pronto. Já tem em seu currículo duas Libertadores (uma pelo Atlético e uma pelo River). Está acostumado a finais, com a pressão e com tudo o que significa um Brasil x Argentina. Ele está bem amparado para enfrentar este tipo de confronto.

Conhecido por sua fama de "pegador de pênaltis" (em especial após ter ido muito bem na campanha da Argentina finalista da Copa do Mundo de 1990), Goycochea passa um pouco de sua experiência para o caso de a semifinal ser decidida na marca de cal:

- Bom, não vou dar conselhos a Armani, quem sou eu... Mas, por minha experiência, ele precisa não entrar em desespero. Os jogadores brasileiros têm grande técnica, são muito bons batedores. É difícil defender. Creio que ele precisa estar bem concentrado para conseguir ter êxito.

Armani, contra o Paraguai, defendeu um pênalti e foi fundamental para a Argentina na Copa América (Foto: Luis Acosta / AFP)

ESPAÇO TARDIO

Ao LANCE!, Goycochea elogiou Armani: 'Está acostumado a finais' (Arte: Marina Cardoso/LANCE!)
Ao LANCE!, Goycochea elogiou Armani: 'Está acostumado a finais' (Arte: Marina Cardoso/LANCE!)
Foto: Lance!

Armani é um dos destaques da Argentina nesta campanha irregular na Copa América e tem, em sua biografia, uma ascensão distinta da maioria das estrelas, uma vez que só tornou-se protagonista e foi lembrado por sua seleção com mais de 30 anos de idade.

O início de sua carreira se deu no Ferro Carril Oeste, equipe que viveu tempos áureos nos anos 80 e é de Buenos Aires. Até por lá demorou a engrenar; chegou a parar no Estudiantes por empréstimo, mas as poucas oportunidades o fizeram morar num pensionato. A chave da mudança ocorreu quando foi para o Deportivo Merlo, há dez anos. As boas atuações levaram Franco, irmão do ex-atacante Leandro Armani, para o Atlético Nacional, da Colômbia.

Armani, ainda nos tempos de Ferro (Foto: Reprodução / Internet)

Dali em diante, ainda em passos lentos e depois de uma grave lesão, ganhou notoriedade no continente ao ser campeão da Libertadores em 2016. No ano seguinte, a vitrine com o caneco o faz parar no gigante River Plate, retornando ao seu país em grande estilo. Armani, outra vez tendo que ser paciente, viu a torcida portenha, em peso, o pedir na Copa de 2018.

Antes de ser bicampeão da Libertadores no fim do ano passado, Armani iniciou o Mundial da Rússia como reserva e só foi para o time titular - de Jorge Sampaoli - no terceiro jogo do grupo. Enfrentou Nigéria e França, quando caiu nas oitavas para a seleção que seria a campeã. Desde então, aos 32 anos, acumula nove jogos pela Argentina, sendo que o décimo será a sua estreia diante do maior rival e com uma "mochila pesadíssima" nas costas.

OPINIÃO DE JORNALISTA DO 'OLÉ'

O termo destacado foi citado por Diego Macias, jornalista do "Diário Olé", que, a pedido do L!, falou da responsabilidade, características e de como o goleiro é visto na Argentina. Confira abaixo:

- Armani tinha uma mochila pesadíssima nas costas. E, no início pela seleção, acumulou gols sofridos e poucas intervenções. Toda a solidez que demonstrou desde que chegou ao River e surpreendeu o mundo do futebol, pareceu desmoronar sofrendo com os problemas gerais que a Argentina mostrava. Isso da Copa do Mundo na Rússia até o início da Copa América. Até que... Sempre há um ponto de virada que pode mudar o roteiro, o estado de espírito. E esse momento finalmente chegou na Copa América.

Será que o nível do goleiro da seleção pode depender apenas de uma penalidade? Futebolisticamente, as capacidades de Armani não estavam em questão, a questão é que parecia repetir a ideia de que o goleiro ia bem no River, mas era muito vazado na Argentina. Sofria muitos gols. Apenas uma defesa contra a Nigéria, na Rússia, estava na memória, mas não foi tão relevante. Mesmo para Armani. Até que a penalidade contra o Paraguai (cobrada por Derlis González) deu um "clique". Com a comemoração pedindo para todos calarem, mostrou a personalidade que os jogadores necessitam quando ocupam um posto tão sensível como o de goleiro.

Em resumo, aqueles que agarram em clubes ou seleções importantes sabem que as oportunidades para mostrar serviço, às vezes, são poucas. Em muitos casos, você vai ser atacado duas ou três vezes, e a sua margem de erro precisa ser pequena. Assim, nesta linha, foi essencial contra Qatar e Venezuela, nesta Copa América, exibindo a sua marca registrada: a capacidade de abafar o adversário, deixando pouco espaço para a ação do atacante.

Com os pés, Armani tenta mais do que deveria por conta de sua capacidade técnica. O seu forte é o posicionamento e os seus reflexos perto da linha do gol. Ele transmite confiança, segurança e contagia o time, conquistado por ele depois daquela defesa determinante contra o Paraguai. Foi o primeiro grande passo de Armani, que rompeu a brecha da insegurança e começou a vestir o traje de "super-goleiro" do River na Libertadores do ano passado.

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