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Jogos Pan-Americanos

Patinador desabafa: "posso bater recorde no país do futebol"

"Sofri todo tipo de preconceito por não praticar basquete, vôlei, futebol", relatou Marcel Strümer, melhor do mundo e tricampeão do Pan

12 jul 2015 - 09h02
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Marcel Stürmer é uma celebridade no ginásio de patinação em Toronto. Lotado, o local ovacionou de pé o brasileiro tricampeão pan-americano e campeão mundial em 2013 após a primeira apresentação no Pan 2015, que valeu o topo no primeiro dia da patinação artística. O atleta tem o privilégio de ser o único brasileiro que consegue se sustentar em tal modalidade e, prestes a fazer história com a quarta medalha de ouro seguida em Pans, desabafou.

“Eu nasci em um País que, quando comecei a patinar, a não ser a minha família, todo mundo ao meu redor deu as costas para mim. E de família eu digo as três pessoas mais próximas de mim, meu pai, minha mãe e meu irmão. Inclusive familiares falaram que era bobagem. Sofri todo tipo de preconceito por não praticar basquete, vôlei, futebol. Para mim é um orgulho muito grande saber que eu tenho a possibilidade de bater um recorde no país do futebol sendo patinador e tendo que ter passado por todas as dificuldade imagináveis e inimagináveis existentes”, exaltou o esportista.

Marcel Stürmer apostou em trilha sonora e figurino do filme Jogos Vorazes
Marcel Stürmer apostou em trilha sonora e figurino do filme Jogos Vorazes
Foto: Jonne Roriz / Exemplus / COB

Vencer no esporte, contudo, não é fácil para Stürmer. O patinador já chegou a ter vários patrocinadores individuais que conseguiam bancar sua carreira, mas perdeu vários com a crise econômica brasileira e conta com apenas alguns atualmente. Para ajudar em custos, se vira: faz tours e se apresenta por diversos países do mundo com sua “arte esportiva”.

“É um esporte que ninguém nunca teve nenhum patrocínio. Eu cheguei a ter vários patrocinadores, agora tenho alguns, pois o País está em crise. Para viver disso inventei várias coisas: faço show em todos os países que se pode imaginar, faço turnês, vários espetáculos em gramado como artista. Hoje se estou aqui competindo saudável com treinamento de qualidade é pelos patrocínios, mas também pelo meu trabalho”, explicou o patinador.

Aos poucos, canadenses entram no clima do Pan-Americano:

Em Toronto, mesmo em um esporte com pouco apoio, o brasileiro tem a chance de fazer história neste domingo: ser o primeiro a ganhar para o País quatro medalhas de ouro seguidas. O atleta, contudo, sabe que ganhar apenas não basta.

“Eu acho que a maior função de um atleta que conquista o campeonato não é pegar a medalha, por no bolso e ir para casa. É divulgar o esporte, ser mais reconhecido. Essa competição tem um peso muito grande pelo recorde, que é o mais longe que posso chegar”, contou o tricampeão pan-americano, que terminou o primeiro dia de apresentações em primeiro e chega como favorito para a grande decisão. 

Fonte: Terra
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