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Jogos de Paris

Judoca argelino é suspenso por 10 anos ao recusar a lutar

Federação Internacional de Judô puniu Fethi Nourine após abandonar Olimpíada pela possibilidade de luta contra Tohar Butbul, de Israel

14 set 2021 - 13h40
(atualizado às 14h03)
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O judoca argelino Fethi Nourine e seu técnico receberam uma suspensão de 10 anos da Federação Internacional de Judô (IJF) por se recusarem a enfrentar um adversário israelense durante as competições dos Jogos Olímpicos de Tóquio.

Fethi Nourine, da Argélia, abandonou os Jogos Olímpicos de Tóquio pela possibilidade de enfrentar um adversário israelense.
Fethi Nourine, da Argélia, abandonou os Jogos Olímpicos de Tóquio pela possibilidade de enfrentar um adversário israelense.
Foto: Divulgação/Twitter / Estadão

Atleta da categoria até 73kg, Nourine estrearia na Olimpíada contra o atleta do Sudão, Mohamed Abdalrasool. No entanto, se vencesse a luta, teria como oponente na fase seguinte Tohar Butbul, de Israel. Segundo o argelino, seu apoio político à Palestina "tornou impossível" a ideia de competir contra Butbul. A Argélia, país árabe do norte da África, tem um povo majoritariamente muçulmano e não possui relações diplomáticas com a nação do Oriente Médio.

Depois de retirar o credenciamento do judoca e do técnico, o Comitê Olímpico Argelino mandou os dois para casa. A Federação Internacional de Judô afirmou que eles usaram os Jogos como "uma plataforma para protestar e promover propaganda política e religiosa". Tal atitude violou o código de ética da federação e a Carta Olímpica. A punição inclui qualquer evento e atividade da IJF e é válido até 23 de julho de 2031. Nourine e o treinador podem apelar contra a sentença à Corte Arbitral do Esporte (CAS).

Em 2019, o atleta da Argélia já havia desistido de enfrentar um oponente israelense durante a realização do Mundial de Judô, em Tóquio. Três anos antes, na Olimpíada do Rio-2016, o egípcio Islam El Shehaby se recusou a apertar a mão de Or Sasson, judoca de Israel que havia o eliminado na primeira rodada da categoria acima dos 100kg. Horas depois, ele decidiu abandonar o esporte.

Em abril, a IJF puniu o Irã por "repetidas e muito severas violações" do estatuto da organização depois que o país pressionou um de seus lutadores a não enfrentar um israelense. A suspensão foi anulada pela Corte Arbitral do Esporte. O tribunal reconheceu que o Irã cometeu "graves violações" das regras da Federação Internacional de Judô nesse caso e afirmou que o o país merece sanções.

Mas o tribunal decidiu que a punição imposta - um banimento válido para todas as competições até as autoridades iranianas darem "fortes garantias e provas de que respeitarão os estatutos da FIJ e aceitarão que seus atletas lutem contra atletas israelenses" - já foi longe demais.

Estadão
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