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Jogos Paralímpicos

Com 4 ouros e 7 pódios, Brasil tem dia excelente em Tóquio

País ainda ganhou mais três bronzes neste domingo na Paralimpíada; halterofilismo, judô, natação e remo foram as modalidades com medalhas

29 ago 2021 - 10h10
(atualizado às 12h49)
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O Brasil teve mais um ótimo dia na Paralimpíada de Tóquio. O País conquistou quatro ouros em diferentes modalidades: Maria Carolina Santiago e Gabriel Araújo na natação, Alana Maldonado no judô e Mariana D'Andrea no halterofilismo. E não foi só: Beatriz Carneiro ainda alcançou um bronze na natação, mesmo resultado de Meg Emmerich no judô e Renê Campos Pereira no remo. 

Gabriel Araújo foi ouro nos 200m livres em Tóquio
Gabriel Araújo foi ouro nos 200m livres em Tóquio
Foto: Ale Cabral/CPB

Com os resultados, o Brasil voltou ao sexto lugar no quadro de medalhas, depois de ter caído para a oitava posição no último sábado. Você confere o quadro completo no fim da matéria.

Nos esportes coletivos, o Brasil teve uma boa estreia no futebol de cinco, venceu o até então invicto Japão no goalball masculino e, no vôlei sentado, a seleção feminina derrotou as anfitriãs com facilidade.

Natação

A natação brasileira teve um grande dia na Paralimpíada: Maria Carolina Santiago venceu a prova dos 50m livre conjunta das classes S12 e S13 (atletas com deficiência visual moderada ou leve) com recorde paralímpico. E ela quebrou duas vezes, na bateria eliminatória e na final, e conquistou a medalha de ouro.

A nadadora Carolina Santiago exibe a medalha de ouro histórica para o Brasil em Tóquio
A nadadora Carolina Santiago exibe a medalha de ouro histórica para o Brasil em Tóquio
Foto: Alê Cabral/CPB

Na eliminatória, Maria Carolina marcou 26s87, quebrando o recorde paralímpico anterior. Na prova final, conseguiu se superar e marcar 26s82, novo recorde da classe s12 o que foi importante, porque a russa Anna Krivshina ficou poucos centésimos depois e quebrou o recorde paralímpico da classe s13. O bronze ficou com a italiana Carlota Gilli.

Não foi a primeira medalha de Maria Carolina em Tóquio: a nadadora já havia trazido conquistado um bronze na prova dos 100m livre peito da classe s12. Ela também disputará a prova dos 100m livres, também exclusiva da S12, com a primeira bateria acontecendo na noite desta segunda, às 21h14 (de Brasília).

A medalha de Maria Carolina encerra um jejum de 17 anos sem ouros de mulheres brasileiras na natação paralímpica. Aos 36 anos, a recifense Maria Carolina já era campeã mundial nas provas dos 50m livre e 100m livres; agora, campeã paralímpica dos 50m, vai em busca do ouro nos 100m.

Gabriel Araújo dominou a prova dos 200m livre da classe S2 (atletas amputados ou que não tem pernas funcionais) e também ficou com ouro.  Antes, ele já havia faturado uma prata nos 100m costas. Gabriel "deixou" a prata com o chileno Alberto Abarza, que nadou bem abaixo: 4min14s17. O bronze ficou com o russo Vladimir Danilenko, que terminou a final com o tempo de 4min15s95. Outro brasileiro na prova, Bruno Becker fechou a disputa em quarto lugar.

Por fim, Beatriz Carneiro chegou para o bronze na disputa dos 100m peito da classe SB14 (deficiência intelectual), superando por dois centésimos a irmã gêmea, Débora Carneiro.

Judô

Outras duas medalhas vieram no judô: Alana Maldonado conquistou o ouro na categoria B1/B2 até 70kg, ao derrotar a georgiana Ina Kaldano por um waza-ari a zero e se tornou a primeira judoca brasileira campeã paralímpica. Já Meg Emmerich superou a mongol Altantsetset Nyamaa na disputa pelo bronze com um ippon ainda no começo.

Judoca Alana Maldonado comemora após conquistar o ouro na Paralimpíada
Judoca Alana Maldonado comemora após conquistar o ouro na Paralimpíada
Foto: Mikihito Matsui/CPB

Alana demonstrou grande emoção em entrevista ao SporTV após a conquista. "Não caiu a ficha ainda. Eu queria fazer história, conquistar o primeiro ouro paralímpico, assim como fiz no Mundial. Primeiro no Rio, em casa, depois campeã paralímpica na terra do judô, realizando meu sonho. Não tenho palavras para explicar", disse a judoca.

Na estreia, Alana venceu a italiana Matilde Laurie com um ippon aplicado em apenas sete segundos de combate e avançou para a semifinal. Em seguida, cerca de uma hora mais tarde, triunfou também com facilidade Raziye Ulucam, da Turquia, com ippon em um minuto e meio de luta. Na sequência, veio a luta e a vitória sobre Ina Kaldani.

Alana era considerada uma das esperanças de medalha do Brasil. Ela já havia sido a primeira judoca paralímpica brasileira campeã mundial, ao conquistar o título em 2018, e também ganhou uma medalha de prata nos Jogos Paralímpicos do Rio-2016. Alana treina no Palmeiras e ainda conquistou a primeira medalha de ouro paralímpica da história do clube.

A nota triste ficou pela derrota de Antônio Tenório, que ficou sem medalha pela primeira vez na sétima Paralimpíada da carreira. O judoca tem quatro ouros, uma prata e um bronze e compete desde Atlanta-1996. No judô paralímpico competem atletas com deficiência visual, que são classificados de acordo com o grau - B1 para totalmente cegos, B2 para quem enxerga vultos e B3 para quem tem perda parcial de visão.

Halterofilismo

Mariana D'Andrea fez história ao conquistar a primeira medalha de ouro brasileira no halterofilismo. Competindo na categoria até 73kg, a atleta levantou 137kg, superando a chinesa Xu Lili, que levantou 133kg. Competem na modalidade atletas que possuem deficiência nos membros inferiores (com amputação de membros inferiores e/ou com lesão medular) e/ou com paralisia cerebral.

Mariana D'Andrea no pódio com a medalha de ouro que conquistou no halterofilismo
Mariana D'Andrea no pódio com a medalha de ouro que conquistou no halterofilismo
Foto: Takuma Matsushita/CPB

Remo

Renê Campos Pereira teve uma linda arrancada nos 500 metros finais da prova dos 2000m categoria skiff simples PR1M1x e levou o bronze. Ele completou a prova em 10min03s54, atrás do ucraniano Roman Polianskyi (9min48s78) e do australiano Eric Horrie (10min00s82). No remo paralímpico, competem atletas com deficiências motoras, sendo que no PR1M1X são atletas que necessitam de um barco adaptado com suporte.

Futebol de cinco

Atual tetracampeã paralímpica e única equipe que já venceu a medalha de ouro, o Brasil estreou com pé direito no futebol de cinco: bateu a China por 3 a 0, com gols de Nonato (2) e Cássio, em um dos eventos realizados neste domingo em Tóquio.

Bocha

Muitos brasileiros disputaram o segundo jogo da fase de grupos: Luis Maciel superou o argentino Luis Cristaldo por 6 a 1 na BC2, mas Andreza Vitória de Oliveira perdeu por 4 a 2 para o coreano e Natali de Faria sofreu uma grande derrota por 14 a 0 para Watcharaphan Vongsa para a Tailândia; na BC3, Evani Calado e Mateus Carvalho tiveram partidas contra atletas de Hong Kong, Kei Yuen Ho e Taja Wah Tse, respectivamente, e os dois brasileiros acabaram derrotados, mas Evelyn Oliveira venceu novamente ao bater a tailandesa Somboon Chaipanich por 8 a 3.

Pela BC1, José Carlos de Oliveira derrotou o japonês Yuriko Fugii por 5 a 0, ao mesmo tempo em que Andreza Vitória perdia para a tcheca Katerina Curinova por 3 a 1. Eliseu dos Santos venceu o russo Sergey Safin por 7 a 3 pelo grupo E da classe BC4 em sua segunda vitória. Já seu irmão, Marcelo dos Santos, acabou superado por 14 a 0 por Yuk Wing Leung, de Hong Kong.

A modalidade BC1 conta apenas com pessoas com paralisia cerebral, que podem jogar com as mãos ou com os pés e podem ter um auxiliar. Na BC2, o atleta apresenta quadro de paralisia cerebral e não tem auxílio. Na BC3, os atletas tem um grau maior de comprometimento motor. Os jogadores são assistidos pelos calheiros, que tem a função de direcionar a calha que auxilia na impulsão da bola de acordo com as orientações do atleta. Por fim, na BC4, os atletas tem deficiências com origem não cerebral, como distrofia muscular progressiva, esclerose múltipla, lesão medular com tetraplegia, etc.

Tiro com arco

Nas eliminatórias do composto por equipes misto no tiro com arco, os brasileiros acabaram superados pela França por 145 a 142 e se despediram da competição.

Goalball

A Seleção Brasileira masculina conseguiu uma linda vitória neste domingo no goalball: bateu o Japão, que até então estava invicto, por 8 a 3. Agora, espera pela definição da classificação final dos grupos para saber quem será o adversário na próxima fase.

Tênis em cadeira de rodas

A dupla brasileira formada por Gustavo Carneiro e Daniel Rodrigues foi eliminada neste domingo por Joachim Gerard e Jef Vandorpe, da Bélgica, ao serem derrotados por 2 sets a 0, com parciais de 6/3 e 6/1.

Atletismo

Um dos carros-chefes da delegação brasileira, o atletismo não teve resultados tão bons na noite de sábado e madrugada e manhã de domingo. Joeferson Souza disputou a final dos 100m rasos na classe T12 (atletas com deficiências visuais) e ficou em quarto entre quatro atletas.

Alan Fontelles competiu na classificatória dos 100m rasos da classe T64 (atletas com amputações abaixo do joelho que usam prótese) e não avançou para a final. O bom resultado foi de Vinícius Gonçalves, que classificou para a final do T63 (atletas com prótese e dificuldades motoras maiores) e ainda quebrou o recorde paralímpico na bateria.

Vôlei sentado

Depois de muita dificuldade contra o Canadá na estreia, a Seleção Brasileira feminina teve um jogo mais tranquilo contra o Japão: em apenas 1h09min de jogo, venceu por 3 a 0 sets a 0, com parciais de 25/13, 25/16 e 25/16.

Estadão
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