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Jogos de Paris

Esportes olímpicos do País desprezam participação de atletas

11 set 2017 - 15h17
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Há diferenças gritantes entre o universo do futebol e o dos esportes olímpicos do Brasil. Um deles diz respeito à desproporção salarial entre um e outro grupo, considerando-se mesmo os atletas de ponta. No entanto, existe uma proximidade quando o assunto versa sobre a participação deles no rumo de cada esporte. Se os do futebol não têm direito a nenhuma representação nem em clubes e federações, tampouco na CBF, os demais não fogem à regra, com raríssimas exceções.

Carlos Arthur Nuzman, presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB)
Carlos Arthur Nuzman, presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB)
Foto: Pedro Martins/Agif/Gazeta Press

Esse foi um dos motivos do pedido de demissão do ex-nadador Luiz Lima do cargo de secretário de Alto Rendimento do Ministério do Esporte, em julho. Ele defende há muito tempo que um atleta com mais de 16 anos possa eleger diretamente o presidente de sua respectiva confederação. Isso está longe de se realizar no País.

Os avanços nesse sentido têm sido muito tímidos. Recentemente, a nova diretoria da Confederação Brasileira de Basquete (CBB) alterou o estatuto da entidade e passou a permitir que dez atletas tenham voto no seu colégio eleitoral composto por 43 pessoas. A migalha dada aos que lutam por medalhas e títulos também é consagrada pela Confederação Brasileira de Vela, modalidade que tem uma comissão de atletas e contempla dois deles a ter assento em suas assembleias eletivas.

De todo modo, esses dois exemplos são mais densos se comparados com a estrutura do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), que conta com apenas um atleta com poder de voto na eleição para presidente.

Há casos isolados que sinalizam uma luz no fim do túnel e que são feitos à revelia do que apregoam as grandes entidades esportivas nacionais. No Rio, a Federação Estadual de Tênis abriu o processo eleitoral para todos os atletas filiados e em dia com suas contribuições. O modelo conta com uma plataforma que permite o voto virtual.

“A pedra fundamental para democratizar as estruturas de administração do esporte no Brasil passa pela participação direta dos atletas nas eleições. Qualquer coisa feita fora disso serve para enxugar gelo, é enganação. Uma pena que o COB não esteja sintonizado com isso”, disse ao Terra o presidente da federação de tênis, Renato Cito, envolvido agora com a ocupação das quadras do Centro Olímpico de Tênis, palco das disputas da modalidade nos Jogos de 2016.

“Valorizar o atleta é uma obrigação de toda entidade e nada mais simbólico do que dar a eles o direito de escolher seus representantes”, afirmou Cito.

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