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Olimpíada 2016

País-sede sempre evolui na Olimpíada; veja chances do Brasil

5 ago 2014 - 07h51
(atualizado às 07h53)
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Dois anos atrás, a Olimpíada de 2012 começava em Londres. A meta do Time Brasil era conquistar mais de 15 medalhas, o que foi conseguido na época - 17 foram alcançadas. Porém, em 2016, o objetivo será muito maior. Como os Jogos acontecerão no Rio de Janeiro, o Comitê Olímpico do Brasil (COB) mira a décima posição no ranking geral e acredita que entre 27 e 30 pódios podem ser obtidos. É comum que o país-sede da Olimpíada melhore seu rendimento por competir em casa, mas a análise completa do Terra sobre as possibilidades brasileiras mostra que a missão não será fácil.

Entre os países-sede das três olimpíadas mais recentes, todos conseguiram evoluir. Até mesmo a Grécia, que tem baixo aproveitamento nos Jogos, melhorou ligeiramente: em 2000, o país tinha conquistado 13 medalhas, sendo apenas quatro de ouro. Em 2004, quando sediou a Olimpíada, esteve em 16 pódios, sendo seis vezes no lugar mais alto.

Prefeito do Rio de Janeiro minimiza cobranças do COI :

A China teve o crescimento mais impressionante na Olimpíada seguinte: o país tinha a marca de 63 medalhas em 2004 e evoluiu para 100 em 2008. A festa local ainda foi maior porque os chineses superaram até os americanos no quadro de medalhas, ficando no primeiro lugar geral.

Em Londres, o Reino Unido também teve bom aproveitamento e ficou no terceiro lugar geral. Em comparação com 2008, a evolução foi clara: foram 18 medalhas a mais em casa, sendo dez delas de ouro.

O desafio do Brasil é manter essa tendência dos países que sediaram a Olimpíada recentemente. É claro que em todos Jogos acontecem surpresas positivas (como o boxe brasileiro em 2012) e fatos inesperados negativos (o choque térmico de Poliana Okimoto e o vento que atrapalhou Fabiana Murer), mas é possível tirar boas conclusões de análises prévias. Veja quais são as principais modalidades em que o Brasil deve conquistar medalhas:

<p>A pequena Sarah Menezes &eacute; a maior esperan&ccedil;a do jud&ocirc; brasileiro</p>
A pequena Sarah Menezes é a maior esperança do judô brasileiro
Foto: Márcio Rodrigues/Mpix / Divulgação
Judô: grandes chances de seis medalhas

É o esporte em que o Brasil tem mais atletas com condições de buscar medalhas. Nenhum deles é favorito absoluto na busca pelo ouro, mas muitos têm grandes resultados e estão bem no ranking mundial. A piauiense Sarah Menezes é o maior destaque. Foi medalha de ouro na Olimpíada de 2012 e está em segundo lugar na lista de mulheres que lutam com até 48 kg. Outros dois atletas que brilharam em Londres seguem com grandes chances de pódio: Rafael Baby (mais de 100 kg) foi bronze em 2012 e está em primeiro lugar no ranking, mas terá muitas dificuldades para superar o francês Teddy Riner, favorito absoluto há anos; Mayra Aguiar também chegou em terceiro lugar em Londres e é a quarta do ranking.

No Mundial de 2013, disputado no Rio de Janeiro, surgiram outros três atletas com grande potencial para brilhar em casa de novo: Érika Miranda (até 52 kg) e Maria Suelen Altheman (mais de 78 kg) conquistaram a prata e estão em segundo lugar nos seus rankings; e Charles Chibana é a melhor promessa brasileira do esporte e já alcançou o primeiro lugar do ranking até 66 kg.

Entre os homens, alguns atletas que já foram campeões mundiais estão em baixa no atual ciclo olímpico, como Felipe Kitadai, Tiago Camilo, Leandro Guilheiro e Luciano Corrêa.

Natação: grandes chances de três medalhas

Após duas Olimpíadas, César Cielo segue como principal destaque da equipe brasileira nas piscinas. Conquistou duas medalhas de ouro no Mundial de 2013 e mostrou que vai concorrer forte nos 50 m livre e 50 m borboleta. Na primeira prova, porém, a concorrência é dura, com atletas como Florent Manaudou e Anthony Ervin. Até o também brasileiro Bruno Fratus pode entrar nessa briga.

<p>Poliana sofreu choque térmico em Londres e buscará recuperação em 2016</p>
Poliana sofreu choque térmico em Londres e buscará recuperação em 2016
Foto: Reuters

Além de Cielo, apenas Thiago Pereira tem boas chances de medalha. Dificilmente conseguirá superar o americano Ryan Lochte nos 400 m medley, mas é candidato à prata.

Fora das piscinas, o Brasil ainda pode conquistar uma medalha de ouro: Poliana Okimoto domina a maratona aquática de 10km e tentará superar o trauma do choque térmico em 2012. Ana Marcela Cunha disputará a mesma prova e também tem chances de chegar ao pódio.

Atletismo: três boas oportunidades

Na prática não há grandes chances de ouro na maioria das modalidades. A principal concorrente é Yane Marques, que já foi bronze na Olimpíada de 2012 e prata no Mundial de pentatlo em 2013. Porém, o desafio de superar a lituana Laura Asadauskaite é muito duro.

Outra mulher que também pode aparecer no pódio é Fabiana Murer. Decepção em 2012, ela ficou em quinto lugar no Mundial de 2013 e já passou do auge, mas segue entre as principais do salto com vara. O único saltador masculino de destaque é Mauro Vinícius da Silva, o Duda, que já foi quinto colocado no Mundial e campeão mundial em pista coberta.

Entre os corredores, poucos podem se destacar. O maratonista Marilson Gomes dos Santos, quinto colocado na Olimpíada de Londres, não tem feito grandes resultados, mas o fato de correr em casa vai ajudar. Já a equipe de revezamento feminino terá que esquecer o fracasso no Mundial de 2013 e pode resgatar a boa participação na Olimpíada de 2012, quando ficou em quinto lugar.

<p>Gabriel deve ser um dos destaques do ataque olímpico</p>
Gabriel deve ser um dos destaques do ataque olímpico
Foto: Guilherme Dionizio / Gazeta Press
Futebol: em busca do ouro tão sonhado

Prata em 2012, o futebol masculino vai em busca do ouro olímpico inédito sob o comando de Alexandre Gallo. A geração Sub-23 ainda não tem um grande craque, mas conta com destaques como Marquinhos (PSG), Rodrigo Caio (São Paulo), Lucas Silva (Cruzeiro), Rafinha Alcântara (Barcelona), Talisca (Benfica), Gabriel (Santos), Thalles (Vasco) e Lucas Piazon (Eintracht Frankfurt).

Já no feminino a expectativa é baixa por enquanto. O time foi eliminado nas quartas de final da última Copa do Mundo e ficou em sexto na Olimpíada de 2012. O elenco foi reformulado e, no ano que vem, terá o grande teste na Copa do Canadá.

Vôlei: chances em tudo

No vôlei de quadra as duas seleções devem brigar por medalhas, mas a equipe feminina tem mais chances de ouro - além de ter sido campeã olímpica em 2012, vem de um título no Grand Prix de 2013. Já os homens foram prata em 2012, estão sem títulos grandes desde 2010 e encaram forte concorrência de seleções como Estados Unidos, Rússia e Itália.

<p>Juliana e Maria Elisa têm brilhado no cenário mundial</p>
Juliana e Maria Elisa têm brilhado no cenário mundial
Foto: Paulo Franck / CBV / Divulgação

No vôlei de praia as mulheres também levam a melhor. A dupla Juliana e Maria Elisa é líder do ranking e nesta temporada já conquistou quatro medalhas de prata e uma de bronze no Circuito Mundial. Ágatha e Bárbara Seixas estão entrosadas e em quinto lugar. Além disso, duas duplas recém-formadas já foram campeãs mundiais: Taiana e Fernanda na Holanda e Talita e Larissa na Áustria.

Entre os homens do vôlei de praia, Alison e Bruno Schmidt começaram a jogar juntos nesta temporada, foram campeões e já estão em quinto lugar no ranking mundial. A parceria formada por Pedro e Emanuel também está em alta, na sétima posição.

Ginástica: o ouro provável e só

Arthur Zanetti provavelmente é o principal favorito entre todos atletas brasileiros para conquistar um ouro em casa. Ele domina a competição nas argolas, sendo o atual campeão olímpico e mundial.

Mas Arthur é exceção. A ginástica do Brasil passa por dificuldades e dificilmente terá outra medalha. Existem apenas mais duas pequenas esperanças: Sérgio Sasaki tem potencial e foi quinto colocado na disputa individual do Mundial de 2013; e Jade Barbosa voltou ao cenário do esporte com um ouro na Copa do Mundo disputada em Anadia, Portugal, em 2013.

<p>Meninas do handebol impressionaram o mundo</p>
Meninas do handebol impressionaram o mundo
Foto: Bruno Santos / Terra
Handebol: uma esperança feminina

A seleção masculina não tem chances, mas as mulheres são a grande sensação do esporte atualmente. Após ficarem em sexto lugar na Olimpíada de 2012, o time mostrou enorme evolução e conquistou o Mundial em 2013. Repetir o feito será difícil, mas o apoio da torcida pode ser diferencial.

Basquete: uma esperança masculina

As chances são pequenas, mas há uma esperança. A Seleção Brasileira ficou em quinto lugar em 2012 e, neste ano, conseguiu juntar novamente seus principais astros para disputar o Mundial na Espanha. Será o grande teste para ver se a equipe tem condições de brigar por medalhas com as potências como Estados Unidos, Espanha e Argentina, por exemplo.

Vela: chances em três classes

<p>Robert Scheidt voltou a velejar na classe Laser</p>
Robert Scheidt voltou a velejar na classe Laser
Foto: Daniel Ramalho / Terra

Esperança do Brasil em outros tempos, o esporte agora é uma incerteza. A exclusão da classe Star dos Jogos atrapalha, pois o País já conquistou seis medalhas nela. Mas os principais nomes brasileiros estão se adaptando a novas categorias e se destacando: Robert Scheidt está em quinto  no ranking da Laser, atrás do brasileiro Bruno Fontes. Já Jorge Zarif e Bruno Prada estão bem, competindo entre eles na elite da classe Finn. Há ainda a chance de surpresa com Patricia Freitas, terceira colocada no ranking da classe RS:X.

Boxe: duas grandes chances

Dificilmente o esporte dará três medalhas ao Brasil, como aconteceu em 2012. Mas no masculino existem duas grandes esperanças: o peso leve Robson Conceição, que foi medalha de prata no Mundial de 2013; e o meio-médio ligeiro Everton Lopes, ouro no Pan de 2011 e bronze mundial em 2013.

Entre os medalhistas de Londres, apenas Adriana Araújo segue no boxe amador (Esquiva e Yamaguchi Falcão viraram profissionais). Ela tinha saído da equipe nacional, mas voltou recentemente e terá que correr atrás do tempo perdido.

Tênis: dois por uma medalha

Destaque do circuito mundial, a dupla Marcelo Melo e Bruno Soares caiu nas quartas de final da Olimpíada de 2012, diante de Tsonga e Llodra. Mas a parceria continuou a render títulos e deve seguir como forte possibilidade de ouro em 2016.

Conclusão

Em uma visão totalmente otimista, o Brasil tem como ser competitivo em onze esportes, sendo que eles renderiam cerca de 28 medalhas para o País. É uma conta que não leva em consideração os prováveis imprevistos e por isso tem grandes chances de falhar. Mas pelo menos o cálculo do Terra mostra que a meta do COB não é irrealista.

Grupo encontra cabeças de animais em local onde haverá Olimpíada:

Fonte: Terra
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