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Olimpíada 2016

Cabral afirma ter comprado votos para garantir Olimpíada no Rio em 2016

4 jul 2019 - 17h51
(atualizado em 6/7/2019 às 17h28)
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Nesta quinta-feira, o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral afirmou em depoimento ao Juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, que comprou votos para garantir que a Olimpíada fosse realizada no Rio pelo valor de US$ 2 milhões. Cabral ainda afirmou que Carlos Arthur Nuzman, ex presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), escolheu o presidente da Federação Internacional de Atletismo (IAAF), Lamine Diack, para ser o intermediário do esquema.

A delação faz parte da defesa do ex-governador da estratégia da defesa, que está buscando colaborar com as investigações da operação Unfairplay, na tentativa de diminuir a pena de Cabral. O réu é acusado pelo Ministério Público Federal por um suposto envolvimento em um esquema de compra de votos para garantir os jogos olímpicos no Brasil.

Em depoimento concedido nesta quinta-feira, Cabral relatou que foi procurado por Nuzman em agosto de 2009, no período de organização para a candidatura à sede da Olimpíada. O então presidente do COB marcou um "encontro urgente" para discutir a estratégia da campanha.

"Eu não sabia qual seria a repercussão de um núcleo europeizado muito forte [na votação]. Nessa natureza, o Nuzman vira pra mim e me fala: 'Sérgio, quero te abrir que o presidente da IAAF, Lamine Diack, ele é uma pessoa que se abre pra vantagens indevidas. Ele pode garantir 5 ou 6 votos. Ele quer, em troca, US$ 1,5 milhão'", contou o ex-governador no depoimento divulgado pelo G1.

Em relação à origem dos votos que garantiriam a realização dos jogos olímpicos no Rio, Nuzman teria afirmado que viriam de membros africanos do comitê, além de representantes do atletismo. Após o encontro, Cabral contou que optou por deixar que Nuzman tratasse da negociação, porém também disse que iria conseguir um empresário de confiança para realizar os pagamentos necessários para que o acordo fosse fechado.

"Eu chamei o [empresário] Arthur Soares e falei pra ele da necessidade de conseguir o dinheiro para os votos. Isso foi debitado do crédito que eu tinha com ele. Fui eu que paguei. Eu dei o telefone do Léo [Leonardo Gryner, ex-diretor de operações da Rio 2016] e eles acertaram com esse Papa Diack, filho de Lamine Diack", completou Cabral.

Gazeta Esportiva Gazeta Esportiva
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