Aprenda com o Terra a jogar curling, a "bocha no gelo"
- Tarian Chaud
- Direto de Vancouver
É aquele esporte da "vassourinha". É a bocha no gelo. Essas são algumas das definições que sempre ouvimos no Brasil quando alguém tenta se referir ao curling, modalidade muito tradicional no Canadá e que está presente no programa dos Jogos Olímpicos de Inverno. Para conhecer o esporte - e não ter mais que usar apelidos para descrevê-lo - nada melhor do que fazer uma aula com quem entende do assunto.
Jan Bos, presidente do Vancouver Curling Club, recebe a reportagem do Terra e logo brinca: "nunca vi um brasileiro praticar curling". Eu também não havia visto, apesar de saber que existe uma Seleção Brasileira, que participou pela primeira vez de um evento internacional no ano passado.Antes de entrar na quadra, tenho que colocar um solado de borracha especial nas botas para dar aderência e equilíbrio. Bom, pelo menos não vou cair sozinho - comemoro. Ao abrir a porta do ginásio, me deparo com um frio de 4º C. "Você deve estar sofrendo com esta temperatura, né?", debocha o professor. É verdade.
A aula começa com uma explicação básica das regras. As equipes têm quatro integrantes, que fazem dois lançamentos cada por rodada. O objetivo é fazer com que as pedras parem dentro de um alvo do outro lado da pista. Pontua o time que tiver pedras mais próximas ao cento do alvo ao final de cada uma das dez rodadas. Nada muito complexo.
Dito isso, chega a hora da ação. "Pegue uma", ordena Jan, apontando para as famosas "vassourinhas". "Segure com as duas mãos, empurre contra o gelo e comece a esfregar", diz o professor. Até aí, tudo bem. Já havia feito algo parecido antes, para limpar a casa. No jogo, os atletas "varrem" para deixar a superfície mais lisa e diminuir o atrito da pedra com o gelo.
Próxima etapa: treinar o deslizamento. Um pé fica na base, o outro em cima de uma espécie de plaquinha, que desliza fácil. É só dar impulso, esticar uma perna e manter a outra flexionada junto ao peito. Nas primeiras tentativas, não consigo ir muito longe. Faltam equilíbrio e impulsão. Mas, pouco depois, a confiança vem.
"Agora então é o momento de fazer tudo junto. Deslizar com a 'vassourinha' em uma das mãos, a pedra na outra e fazer o lançamento". Bom, se o professor acha que estou preparado, vamos lá. Me concentro, dou impulso e... levo um tombo constrangedor. Ridículo.
Mas, persistente, levanto e tento de novo. E de novo. Até conseguir realizar o movimento com sucesso por várias vezes. Ao final da aula, estou bem cansado. Mas Jan me elogia e, em tom de piada, chega a uma conclusão: "Parabéns, você agora é o melhor jogador de curling do Brasil que eu já vi jogar".
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