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Violência entre torcidas se acentua no pós-confinamento

Distúrbios graves têm ocorrido com mais frequência ultimamente

7 mar 2022 - 15h17
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O confronto entre torcedores mexicanos de Querétaro e Atlas, no Estádio La Corregidora, no sábado (5), durante jogo entre as duas equipes pelo principal campeonato daquele país, com dezenas de feridos, e a briga entre cruzeirenses e atleticanos, a cinco quilômetros do Mineirão, nesse domingo (6), que resultou na morte de um deles, são apenas parte de uma tendência que cresce nos dias atuais, notadamente no pós-confinamento imposto pela pandemia da covid-19.

Na verdade, uma onda de violência tem se estendido por torcedores de futebol em vários países. No caso do Brasil, somente em 2022, já houve inúmeros distúrbios. Um dos mais graves ocorreu horas antes da realização de um GreNal em Porto Alegre, em 26 de fevereiro, quando o ônibus do Grêmio foi apedrejado e o jogador Villasanti, do Tricolor, atingido por uma pedra, sofreu traumatismo craniano. Por causa disso, a partida acabou sendo adiada.

Violência nos estádios em alta, como nesse flagrante de policiais em confronto com torcedores húngaros durante partida entre Inglaterra e Hungria pelas eliminatórias para a Copa do Mundo em Wembley
12/10/2021 Action Images via Reuters/Carl Recine
Violência nos estádios em alta, como nesse flagrante de policiais em confronto com torcedores húngaros durante partida entre Inglaterra e Hungria pelas eliminatórias para a Copa do Mundo em Wembley 12/10/2021 Action Images via Reuters/Carl Recine
Foto: Reuters

Pouco antes, no dia 23 em outro ataque a ônibus, dessa vez com o lançamento de uma bomba, o goleiro Danilo Fernandes, do Bahia, teve de ser levado para o hospital, devido a ferimentos no pescoço e próximos a um dos olhos. Torcedores do próprio clube alvejaram o veículo, revoltados com a campanha do time.

Ainda em fevereiro, o ônibus do Náutico teve vidros estilhaçados por pedras atiradas por seus torcedores, revoltados com a eliminação precoce da equipe na Copa do Brasil. E o Paraná, rebaixado para a Segunda Divisão em seu Estado, livrou-se por pouco de uma tragédia, quando sua torcida invadiu o gramado da Vila Capanema para tentar agredir seus jogadores, derrotados em campo pelo União Beltrão.

Todos esses casos reforçam os argumentos do técnico do Palmeiras, Abel Ferreira, de que é preciso uma solução rápida para o problema. Caso contrário, ele deixou claro, dificilmente permanecerá trabalhando no futebol brasileiro.

A questão realmente pede urgência. Mas não apenas no Brasil. Na França, por exemplo, os conflitos se repetem desde agosto de 2021, quando o público foi liberado para voltar aos estádios. São inúmeros os incidentes registrados nesse pais a partir de então, incluindo gestos isolados, como o de um motorista particular que, da arquibancada do Groupama Stadium, arremessou uma garrafa de meio litro de água no rosto de Payet, do Olympique de Marselha, que jogava contra o Lyon fora de casa, em 21 de novembro.

Inglaterra, Itália, Espanha e Portugal têm sido alvo também de atos extremos de torcedores durante e após alguns jogos, e os governos locais já se manifestaram sobre isso, sugerindo aos parlamentares que estabeleçam leis mais duras contra essas pessoas que usam o esporte para promover a violência. A Argentina e o Chile não ficam atrás, com tumultos entre torcidas que vieram à tona neste início de ano.

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