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Torcedores fazem rifa e vendem até geladeira para ver Fla

O time brasileiro disputará a taça da Libertadores, principal competição de clubes do continente, contra o River Plate no Peru.

20 nov 2019 - 10h49
(atualizado em 21/11/2019 às 08h38)
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Amigos de infância, os universitários Jorge Diogo Barboza da Silva, 22 anos, e Alexandre Calmon Pereira Júnior, 21, têm várias coisas em comum: estudam na Universidade Federal Fluminense (UFF), moram em São Gonçalo, região metropolitana do Rio, e compõem músicas, como a de forte crítica social que virou clipe: ‘Mimimi’. Além disso, têm um amor incondicional pelo Flamengo. Este foi o motivo da aventura a que se propuseram tão logo o time passou a deslanchar na Libertadores, ainda nas quartas-de-final.

Alexandre Calmon e Jorge Diogo já estão no Peru para a partida entre Flamengo e River Plate, no sábado (23).
Alexandre Calmon e Jorge Diogo já estão no Peru para a partida entre Flamengo e River Plate, no sábado (23).
Foto: Arquivo Pessoal / Reprodução

Sem dúvidas do sucesso do Rubro-Negro na competição, começaram a planejar o que parecia impossível: viajar para ver a final da competição fora do Brasil. A questão que se impunha então era uma só – faltava dinheiro para a realização desse sonho.

No entanto, falou mais alto a persistência da dupla e, também, um certo poder de vidência. Antes mesmo da goleada do Flamengo sobre o Grêmio, por 5 a 0, no segundo jogo pela semifinal da Libertadores, Jorge e Alexandre compraram passagem aérea em promoção (R$ 1 mil) para Santiago, inicialmente o local da decisão – transferida depois da capital chilena para Lima, no Peru.

Os ingressos foram garantidos também rapidamente e, sem muito esforço, conseguiram que a empresa aérea os trocasse de voo sem custo adicional. Essa história, por enquanto, soa como corriqueira: dois jovens, apaixonados por futebol, decidem fazer uma viagem no continente para apoiar o time de coração numa final de Libertadores.

Os amigos Alexandre Calmon e Jorge Diogo estão no Peru para a partida entre Flamengo e River Plate, no sábado (23).
Os amigos Alexandre Calmon e Jorge Diogo estão no Peru para a partida entre Flamengo e River Plate, no sábado (23).
Foto: Arquivo Pessoal / Reprodução

Mas é aqui que entra o diferencial disso tudo. Como não havia dinheiro suficiente para bancar esse roteiro, os dois amigos concluíram que era preciso ousar. “Tudo pelo Flamengo!” passou a ser um mantra para eles. Primeiro, organizaram uma rifa de camisa de clubes na faculdade – Jorge cursa História, e Alexandre, Sistema de Informação. Arrecadaram R$ 500 cada, quantia que teria de sustentá-los por uma semana no Peru.

A hospedagem foi reservada num albergue em Magdalena del Mar, distrito de Lima, a preços módicos, e o dia a dia teria de ser a base de sanduíches. Para viabilizar o investimento, Alexandre contou com alguns recursos dos pais e do seu emprego – trabalha numa empresa de manutenção de equipamentos biomédicos. “Estou vivendo dias intensos. Vendi parte das minhas férias. Jamais vou esquecer esse momento.”

Mas Jorge foi bem mais longe que seu parceiro: vendeu a geladeira da sua casa, a impressora, um carrinho de bebê que servira a seu afilhado e um par de tênis. O mais velho da dupla contou com a anuência da mãe para se desfazer de quase todos esses bens.

“Ela sempre me deu apoio, só acho que vai ficar braba quando souber que eu vendi o tênis também. Por pouco, eu não fiz outras loucuras, como torrar a televisão, o sofá, essas paradas assim. Eu estava disposto a tudo. É o maior sonho da minha vida. Se o Flamengo for campeão dia 23 e eu tiver de assinar um documento da minha morte, no dia 24, eu faço isso com a maior tranquilidade. Eu amo muito o Flamengo”, contou Jorge ao Terra, por meio de uma rede social.

Com a grana contada centavo a centavo, os dois já estão no Peru e vivem agora a ansiedade da espera. Vai ser assim até sábado, dia da final contra o River Plate. Se tudo der certo, devem pôr em ação o Plano B – viabilizar a ida até o Catar para o Mundial de clubes, em dezembro. Não fazem a menor ideia de como isso será possível. Por enquanto!

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Fonte: Silvio Alves Barsetti
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