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Libra contra-ataca e diz que Flamengo distorce informações: 'O futebol não tem um dono'

Bloco se defende das acusações do clube carioca e diz que diretoria rubro-negra tem 'visão antiquada e solitária'

3 out 2025 - 20h43
(atualizado às 20h44)
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A Liga do Futebol Brasileiro (Libra) divulgou nesta sexta-feira, 3, uma extensa nota à imprensa em que se posiciona frontalmente contrária à postura do Flamengo, dando sequência a guerra de narrativas que começou com a decisão de o clube rubro-negro de à Justiça para impedir o pagamento de R$ 77 milhões da Globo aos clubes que compõem a Libra.

Leila Pereira critica postura do Flamengo na relação com a Libra.
Leila Pereira critica postura do Flamengo na relação com a Libra.
Foto: Alex Silva/Estadão / Estadão

A Libra rebateu posicionamento do Flamengo emitido nesta semana e acusa a diretoria do clube carioca de divulgar à imprensa "informações selecionadas e distorcidas".

Entre os esclarecimentos, o grupo afirma que o Flamengo não deseja diálogo, defende que o Estatuto da Libra não é omisso sobre os critérios de distribuição de receitas de audiência e alega que o clube comandado por Luiz Eduardo Baptista, o Bap, desrespeita a decisão dos demais clubes que integram o bloco.

"Quem interrompeu o diálogo foi o Flamengo, com medida liminar sem urgência, obstruindo o fluxo de caixa dos demais clubes da Libra, com o objetivo de pressioná-los economicamente, e sem que estes sequer tenham sido ouvidos no processo. Ato que contradiz o espírito associativo e é o exato oposto do diálogo. A LiBRA representa a vontade coletiva de seus membros em construir uma futura liga robusta e sustentável para o futebol brasileiro na busca por soluções que beneficiem a todos e não só ao Flamengo", diz trecho do comunicado.

"O Flamengo demonstra que há outros objetivos em seus movimentos. Questionar os fatos e distorcê-los para conseguir apoio midiático com base na desinformação é querer viver uma realidade paralela, de imposição econômica, sem qualquer fundamento coletivo. Uma visão antiquada e solitária", completa.

Em março de 2024, os clubes da Libra assinaram um acordo de quatro anos (2025 a 2029) com a Globo referente à venda de direitos de transmissão dos jogos do Brasileirão dos quais os times do bloco são mandantes. O negócio foi fechado em R$ 6 bilhões, além de 40% da receita líquida obtida com o pay-per-view (Premiere).

O Flamengo, porém, discorda da na maneira como a Libra distribui a verba. O contrato do bloco com a Globo prevê a divisão dos valores do Brasileiro em 40% iguais para todos os membros na primeira divisão, 30% de acordo com as posições na tabela e 30% conforme a audiência.

A Libra é formada por: Atlético-MG, Bahia, Flamengo, Grêmio, Palmeiras, Red Bull Bragantino, São Paulo, Santos, Vitória, Paysandu, Remo, ABC, Guarani e Sampaio Corrêa.

Leia o comunicado da Libra na íntegra

"Observamos com surpresa a postura do Clube de Regatas do Flamengo de, por um lado, requerer segredo de justiça em uma ação judicial e, por outro, divulgar à imprensa informações selecionadas e distorcidas, induzindo até mesmo parte da imprensa especializada a erro e disseminando desinformação.

Diante dessa postura, a LiBRA, em seu compromisso com a transparência, com o diálogo e com o fortalecimento do futebol brasileiro, apresenta alguns esclarecimentos fundamentais entre o que é verdadeiro e o que é falso dentro das declarações feitas pelo clube.

1. É falso afirmar que o Flamengo deseja o diálogo. Quem interrompeu o diálogo foi o Flamengo, com medida liminar sem urgência, obstruindo o fluxo de caixa dos demais clubes da Libra, com o objetivo de pressioná-los economicamente, e sem que estes sequer tenham sido ouvidos no processo. Ato que contradiz o espírito associativo e é o exato oposto do diálogo. A LiBRA representa a vontade coletiva de seus membros em construir uma futura liga robusta e sustentável para o futebol brasileiro na busca por soluções que beneficiem a todos e não só ao Flamengo.

2. É falso que o Estatuto da LiBRA seja omisso sobre os critérios de distribuição de receitas de audiência. A regra de distribuição da receita negociada coletivamente pela LiBRA está descrita no Estatuto. Foi aprovada em Assembleia Geral. Por unanimidade. Inclusive pelo próprio Flamengo. E sem ressalvas. Portanto, também é falso que o Clube não tenha concordado com a forma de determinação de audiência descrita no Estatuto da LiBRA.

3. Cadastro não é audiência, e é falso que o Flamengo queira respeitar a decisão dos demais clubes. Insatisfeito com o critério de audiência previsto no Estatuto da LiBRA, o Flamengo propôs que a métrica fosse alterada pelo número de cadastro de torcedores. Cadastro não é audiência, e não se enquadra e nem é mencionado no critério previsto no Estatuto. A proposta de alteração do cálculo de audiência para cadastro que o Flamengo defende pública e judicialmente foi levada à votação em Assembleia Geral da LiBRA e foi rejeitada pelos demais oito clubes da Série A integrantes da LiBRA. Considerando que foi apenas o próprio Flamengo quem votou favoravelmente e buscou via judicial para reverter a decisão colegiada, é falso que o clube não busca uma "virada de mesa" por meio da justiça.

4. É falso afirmar que o Estatuto da LiBRA assegura um "valor mínimo garantido" em benefício do Flamengo. Qualquer mínimo garantido só seria aplicável em benefício de todos os Clubes caso a Libra viesse a se tornar a realizadora do Campeonato. Supomos que o Flamengo saiba que o Campeonato Brasileiro Série A seja organizado pela CBF e que, portanto, tal "garantia" não se aplica no atual contexto.

5. É falso que o Flamengo tenha votado contra a mudança das regras. Ocorreu exatamente o contrário. O Flamengo foi o único Clube que propôs a alteração do Estatuto para substituir o critério de audiência para o critério de cadastro. Uma proposta que foi avaliada e rejeitada por todos os demais Clubes de Série A votantes.

6. É falsa a alegação do Flamengo de que precisaria fazer uso de uma liminar para evitar prejuízos. O contrato atual tem vigência de cinco anos e comporta mais de R$ 6 bilhões em benefício de todos os seus Clubes. Montante suficiente e tempo hábil para que qualquer eventual recomposição pudesse vir a ser realizada em caso de uma votação unânime por alteração em qualquer uma das regras de distribuição de receita. É impossível que o Flamengo sofresse um prejuízo.

Vale lembrar que, se o Flamengo realmente tem interesse em dialogar por um acordo, ou tem a convicção de que está certo, o próprio Clube não faria uso de um expediente liminar desnecessário, e discutiria se está certo no mérito em Mediação ou Arbitragem.

Por que estamos tendo que esclarecer todas essas dúvidas por meio de comunicados à imprensa e não em ambiente técnico e dentro da própria Libra? Por que o Flamengo preferiu esse caminho ao invés de manter a discussão internamente?

O Flamengo demonstra que há outros objetivos em seus movimentos. Questionar os fatos e distorcê-los para conseguir apoio midiático com base na desinformação é querer viver uma realidade paralela, de imposição econômica, sem qualquer fundamento coletivo. Uma visão antiquada e solitária.

Blocos de comercialização coletiva, como a Libra e como a LFU, ou uma Liga, quando formada, representarão tudo aquilo que o Flamengo aparenta contrapor nesse momento: a coletividade na negociação de direitos, ampliação de valor e receita, desenvolvimento de qualidade de produto e internacionalização. Juntos os clubes não valem mais, valem muito mais. Separados os clubes não apenas valem menos, eles destroem também o valor em toda a cadeia de negócios que cerca e faz parte do futebol.

Em vez de trabalharmos pelo futuro do futebol brasileiro, estamos aqui presos a uma discussão antiga e repetitiva sobre quem ganha mais - e sobre quem quer ganhar ainda mais -, enquanto os assuntos importantes restam à margem do debate. A LiBRA tem um respeito absoluto pela instituição Flamengo, pela sua história emblemática, por suas muitas conquistas e, principalmente, por sua torcida - essa, que merece o futebol brasileiro que Flamengo se nega a construir.

No entanto tem também o mesmo respeito por todos os seus demais membros, todos os clubes do futebol do Brasil e todos os seus milhões de torcedores apaixonados.

O futebol brasileiro não tem um dono. Tem milhões. Tem 212 milhões de donos."

Estadão
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