Cansado? Corinthians cai após maratona e sofre na "hora H"
Após maratona no Paulista, Corinthians faz menos gols, leva mais e vê desempenho da equipe desandar
Considerado uma “máquina” no início do ano, o Corinthians nitidamente caiu de produção nos últimos jogos. O próprio técnico Tite admite a situação e diz que a equipe está cansada “fisicamente e mentalmente”, apesar de 2015 só estar no quarto mês. Curiosamente, a queda coincide com a maratona no Campeonato Paulista de quatro jogos em oito dias.
“A equipe está cansada, física e mentalmente. Ela precisa dar uma relaxada. Joga quarta, domingo, quarta, domingo. Ela precisa de um descanso, é notória essa situação. Precisa de uma retomada normal. Ela (queda) é um pouco física, um pouco tática e um pouco técnica. Deu uma caída para retomar agora”, comentou o treinador, após a primeira derrota no ano, na noite da última quarta-feira, para o São Paulo.
A maratona corintiana no Campeonato Paulista ocorreu entre os dias 22 e 29 de março. Na época, foi além das expectativas e conseguiu quatro vitórias em quatro jogos (Capivariano, Penapolense, Portuguesa e Bragantino). Três dias depois, ainda conseguiu golear o Danubio por 4 a 0, no que talvez tenha sido o ápice corintiano até aqui no ano. Daí para frente, no entanto, o time desandou, enquanto o nível dos confrontos aumentou. O setor que mais sentiu foi a defesa (veja números abaixo), apesar de a queda da equipe ser fomentada pela ausência de Guerrero.
Até aquele ponto das competições, Tite conseguiu trabalhar bem com o grupo, misturando um time titular e um time reserva. Quando o Paulista e a Libertadores se afunilaram, no entanto, o técnico não teve escolha a não ser colocar os 11 considerados titulares para jogar. Foi aí que, em meio a clássicos e jogos quentes no torneio internacional, a produção caiu.
| Corinthians antes da maratona | Corinthians depois da maratona | |
| Desempenho | 11 vitórias, 3 empates e 0 derrotas | 2 vitórias, 4 empates e 1 derrota |
| Gols marcados | 23 (média de 1,64 por jogo) | 10 (média de 1,42 por jogo) |
| Gols sofridos | 4 (média de 0,28 por jogo) | 7 (média de 1 por jogo) |
O jogo contra o Santos foi o primeiro. No empate por 1 a 1 pelo Paulista, Tite considerou a equipe cansada no segundo tempo contra um Santos mais inteiro. Mesmo com reservas no jogo seguinte, só empatou com o XV de Piracicaba por 2 a 2 e viu incertezas se iniciarem. Mal saiu do jogo contra o time do interior, os titulares, descansados, enfrentaram a Ponte Preta em Itaquera e jogaram mal para vencer por apenas 1 a 0.
Na sequência, os titulares voltaram a ser acionados: com mais tempo de descanso, enfrentaram o San Lorenzo pela Libertadores e empataram por 0 a 0 na Arena em jogo pesado. Com exceção de Elias e Renato Augusto, todos os titulares entraram em campo contra o Palmeiras, na eliminação nos pênaltis após empate por 2 a 2. Visivelmente “faltou perna” para o time alvinegro.
A derrota para o São Paulo por 2 a 0, também com titulares, foi a ponta do iceberg. Vale lembra que a sequência enfrentada pelo Corinthians recentemente é parecida com a do São Paulo, que disputa as mesmas competições. O duelo, contudo, teve diversos pormenores, mas o time de Tite era bastante inferior já nos primeiros 20 minutos, com equipes igualadas numericamente,
“Foi muito incidente neste jogo para fazer uma análise. Mas foi abaixo do nosso padrão, naqueles 20 minutos iguais (numericamente), o São Paulo estava melhor”, limitou-se a dizer o treinador corintiano.
Agora, ao menos Tite terá mais tempo para trabalhar e tentar retomar o Corinthians pré-maratona – não se sabe se o duelo pelas oitavas contra o Guarani-PAR será na próxima semana ou mais para frente.
