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Milan

'Renascimento Italiano' é protagonista na disputa pelas vagas na final da Champions League

Dos quatro treinadores nas semifinais, três são italianos; país tem dois representantes nesta fase da competição pela primeira vez desde 2003

9 mai 2023 - 03h10
(atualizado às 03h10)
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A disputa pelas duas vagas em Istambul para a decisão da Champions League desta temporada tem duas narrativas bem definidas. O cruzamento do mata-mata e o sorteio realizado pela Uefa, ainda no ano passado, resultou em um reencontro entre Manchester City e Real Madrid, um ano após a semifinal de 2021/2022, e no "Renascimento Italiano", evidenciado pelo clássico entre Milan e Inter de Milão.

A Itália viveu momentos de crise no futebol na última década. Sem nenhum título da Champions League no período - o último foi da Inter, ainda na temporada 2009/2010 -, a única representante a nível continental foi a Juventus, finalista em 2015 e 2017. No Italiano, a equipe de Turim também dominou, sem concorrência, sendo campeã entre 2012 e 2020. Mas desde a virada da década, a história mudou.

Nas últimas quatro edições do Campeonato Italiano, quatro times conquistaram o Scudetto: Juventus, em 2019/2020; Internazionale, em 2020/2021; Milan, em 2021/2022; e Napoli, campeão antecipadamente neste ano. O resultado também reflete na seleção nacional: ausente nas Copas do Mundo de 2018 e 2022, conseguiu ser campeã da Eurocopa na edição de 2020 e inicia um processo de reconstrução sob o comando de Roberto Mancini.

Após o sucesso a nível local, o próximo objetivo foi alcançado: se recolocar como um dos países protagonistas na Europa. Com Inter e Milan nas semifinais da Champions, a Itália volta a ter dois representantes nessa fase da competição pela primeira vez desde 2002/2003. Na ocasião, Milan e Inter, assim como neste ano, fizeram uma das semifinais, enquanto a Juventus enfrentou o Bayern de Munique no outro lado do chaveamento.

Esse novo "Renascimento Italiano", assim como o movimento artístico e cultural que se estendeu por diversas partes da Europa, tem como protagonistas, além dos jogadores, os comandantes. Dos quatro semifinalistas, três são comandados por treinadores italianos. Simone Inzaghi, da Inter, Stefano Pioli, do Milan, e Carlo Ancelotti, atual campeão da Champions pelo Real Madrid.

"Superamos uma fase de grupos muito difícil e estivemos unidos para conseguir isso. Trabalhamos para viver noites como esta, que a Inter não tinha há muitos anos", afirmou Inzaghi, após a classificação às semi diante do Benfica. Desde 2010, quando foi campeã, a equipe não chegava a esse estágio da competição. O mesmo vale para o Milan, que dominou o futebol europeu no início dos anos 2000, mas também não chegava às semis desde 2007, quando foi campeão sobre o Liverpool.

Pioli, de auxiliar, transformou o futebol da equipe. Com Rafael Leão, revelação portuguesa, e Giroud, experiente centroavante, dominou o Napoli, campeão italiano, nas quartas de final. A imprensa internacional, inclusive, considerava a equipe do sul da Itália como favorita para avançar na competição. É o trabalho mais longevo do treinador no comando de uma equipe - iniciou sua carreira em 1999, nas categorias de base do Bologna.

Inzaghi, por sua vez, iniciou em 2021 um novo desafio em Milão. Após cinco anos na Lazio, aceitou o convite da Inter para comandar o clube após a saída de Conte, campeão italiano. Em duas temporadas, conquistou a Copa da Itália no último ano e recolocou a equipe entre os protagonistas da Europa em sua segunda temporada.

Além de Milan e Inter, o sucesso recente da Itália se reflete nas demais competições europeias. Campeã da Conference League em 2022, a Roma está nas semifinais da Liga Europa nesta temporada; a Fiorentina busca repetir o feito da equipe de José Mourinho e enfrenta o Basel nas semis da Conference. Na história da Champions, o país tem 12 títulos: sete do Milan, três da Inter e dois da Juventus.

REENCONTRO ENTRE REAL MADRID E CITY

No outro confronto, a Itália também está presente. Ancelotti, cobiçado pela CBF para suceder Tite no comando da seleção brasileira, tenta seguir a construção de um legado no Real Madrid, após a conquista da Champions League na última temporada. Campeão por todos os lugares que passou - Milan, PSG e Chelsea -, o italiano expande esse "Renascimento" pela Espanha.

Ancelotti já afirmou em diversas oportunidades que planeja seguir no Real Madrid ao menos até o final de seu contrato, em junho de 2024. No último ano, antes mesmo de ser o treinador dos sonhos de Ednaldo Rodrigues na seleção, disse que encerraria sua carreira como treinador na Espanha.

Em 2023, Ancelotti volta a ter pela frente Guardiola e o Manchester City no caminho para o título. No último encontro, contou com a estrela de Rodrygo, vindo do banco, para virar a partida no Santiago Bernabéu e levar a decisão, que classificaria o Real à final, para a prorrogação.

O rival inglês é o único que foge dessa narrativa italiana na Champions - mas é tido como o favorito. Sem nenhum jogador italiano em seu elenco, o clube tenta ter sua revanche e se reforçou para isso com o artilheiro da Europa neste ano: Erling Haaland já marcou 12 gols nesta edição de Champions e 35 só no Campeonato Inglês. É a peça que faltava para um time que ficou a um gol de se classificar, no tempo normal, para a final no último ano e conquistar seu primeiro título na competição.

"Não estamos planejando apenas um jogo para parar Haaland e sim para segurar um time que parece imparável. Creio que podemos ter opções para fazer um jogo igual, competitivo e sair com a vitória", afirmou Ancelotti. Líder do Campeonato Inglês e finalista da Copa da Inglaterra, o City está a oito jogos de conquistar a tríplice coroa - campeonato nacional, copa doméstica e Champions League. Na Inglaterra, somente o Manchester United, na temporada 1998/1999, conseguiu esse feito.

Esta é a quarta vez que Real e City se enfrentam no mata-mata da Liga dos Campeões, sendo que três destas foram na fase semifinal da competição. Além deste ano, em 2015/2016 e 2021/2022 o Real Madrid avançou à decisão e foi campeão. A exceção aconteceu em 2019/2020, quando o City eliminou o rival espanhol e avançou às quartas de final.

"Não estamos aqui para vingança. É apenas uma nova oportunidade. Tivemos o que merecemos", afirmou sobre o reencontro com o Real Madrid. Diferentemente do confronto da última temporada, o Manchester City decide a vaga à decisão na Inglaterra desta vez; em 2020, quando eliminou os espanhóis nas oitavas, também realizou o segundo jogo como mandante.

Real Madrid e City abrem o confronto das semifinais nesta terça-feira, na Espanha; Milan e Inter se enfrentam na quarta, no Giuseppe Meazza, com mando do time rossonero.

CALENDÁRIO DAS SEMIFINAIS DA LIGA DOS CAMPEÕES

Ida

  • 09/05 - Real Madrid x Manchester City
  • 10/05 - Milan x Inter de Milão

Volta

  • 16/05 - Inter de Milão x Milan
  • 17/05 - Manchester City x Real Madrid
Estadão
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