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Borussia Dortmund

Conheça a nova e talentosa geração norueguesa com atletas filhos de jogadores da Copa-94

Sobrenomes Haaland, Sorloth e Thorstvedt podem recolocar a seleção do país nórdico entre as principais do Mundial do Catar em 2022

13 abr 2021 - 18h06
(atualizado às 18h06)
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Imagine ter uma seleção brasileira dos quais três jogadores são filhos de ex-atletas que no passado formaram a geração mais vitoriosa do futebol do país. A incrível coincidência se aplica hoje em dia à Noruega. O frio país do Norte da Europa aguarda a chance de voltar a uma Copa do Mundo confiante no talento de uma equipe liderada por um dos craques mais badalados do momento, o atacante Erling Haaland, do Borussia Dortmund.

Haaland e mais outros dois colegas de seleção podem repetir um feito que a Noruega há anos não consegue. O país ficou 56 anos sem disputar uma Copa e só conseguiu se classificar ao Mundial de 1994, nos Estados Unidos, graças aos pais de três jogadores do elenco atual. Os sobrenomes Haaland, Sorloth e Thorstvedt querem de novo fazer história e recolocar os noruegueses entre as principais seleções do mundo.

Craque do time atual, o atacante do Borussia é filho do ex-volante Alf-Inge Haaland. O outro titular no ataque é Alexander Sorloth, do RB Leipzig. O pai dele, Goran Sorloth, também foi centroavante. O terceiro nome é meia Kristian Thorstvedt. O destaque do Genk, da Bélgica, é filho do ex-goleiro Erik Thorstvedt. A nova geração tem menos de 25 anos e mal se lembra da última participação da Noruega em Copas, em 1998, quando o time inclusive derrotou o Brasil por 2 a 1.

O outro grande nome da equipe é o meia Martin Odegaard, de apenas 22 anos. O jogador pertence ao Real Madrid desde os 16 anos de idade e atualmente defende o Arsenal, por empréstimo. Como não poderia deixar de ser, o pai dele também foi jogador. Hans Odegaard não chegou a atuar pela seleção norueguesa, mas hoje é técnico do Sandefjord, onde trabalha com o meia brasileiro Zé Eduardo.

Ao Estadão, Zé Eduardo afirmou que a Noruega se fortaleceu no futebol depois de passar por uma transformação. "O país se abriu e se internacionalizou muito mais. Antes eles eram muito fechados. De uns anos para cá, chegaram treinadores estrangeiros, especialmente espanhóis. O estilo de jogo deixou de ser de bola aérea para ser mais técnico", explicou.

Atualmente no Ankaragücü, da Turquia, o goleiro brasileiro Ricardo Friedrich jogou três anos no Bodo/Glimt, da Noruega, e foi testemunha desse crescimento. "Nas escolas, se vê meninos e meninas jogando juntos e campeonatos de ambos os sexos, sem distinção. Eles jogam em qualquer clima, pode estar nevando que se vê crianças pequenas jogando. Em qualquer lugar que se vá tem um campo de grama sintética," explicou. O goleiro chegou até mesmo a atuar sob temperaturas de -32ºC.

Apesar de o povo norueguês ser em geral mais reservado e comedido, o crescimento da seleção tem empolgado. As comparações entre a geração atual e a vitoriosa equipe dos anos 1990 se tornam inevitáveis na imprensa. Até hoje os noruegueses se lembram com orgulho de que o país é o único a já ter enfrentado o Brasil e jamais ter perdido. Foram quatro jogos com dois empates e duas vitórias norueguesas.

"Eles falam com orgulho (desses jogos com o Brasil) e era muito comum alguém trazer isso à tona todo orgulhoso quando sabia que eu era brasileiro. Mas eles admiram muito o nosso futebol e nossos jogadores", afirmou Friedrich. "O povo da Noruega tira sarro de brasileiros até hoje", brincou Zé Eduardo. Apesar de sofrerem um pouco com as brincadeiras, os dois torcem para que a seleção possa se classificar à Copa do Catar.

A Noruega disputou três partidas nas Eliminatórias. Ganhou duas e perdeu a outra. A participação foi marcada por protestos dos jogadores contra as condições dos trabalhadores dos estádios no Catar. "Eu tenho muita confiança e torço que eles vão para a Copa, seria muito importante para popularizar o futebol na Noruega. O grupo atual está muito forte e eles estão focados em ajudar o futebol norueguês a crescer e dar orgulho para o país", disse Friedrich.

Relembre histórias de pais e filhos

Ademia da Guia, considerado um dos maiores nomes da história do Palmeiras
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Foto: Divulgação / Estadão

México

O atacante Javier "Chicharito" Hernández disputou as últimas três Copas pelo país. Antes dele, o pai do jogador, Javier Hernández Gutiérrez, disputou o Mundial de 1986. Em 1954, a família tinha sido representada na Copa da Suíça por Tomás Balcázar, avô de Chicharito e sogro de Javier Gutiérrez.

França

A geração campeã do mundo em 1998 tem dois exemplos de dinastia familiar na seleção. O atacante Youri Djorkaeff é filho de Jean Djorkaeff, defensor da França na Copa de 1966. O lateral Lilian Thuram defendeu o país nas Copas de 1998, 2002 e 2006 e atualmente vê o filho, o atacante Marcus Thuram, começar a ser convocado para a seleção.

Brasil

Em Copas do Mundo, a seleção brasileira tem apenas um caso de coincidência familiar. Domingos da Guia foi zagueiro da equipe no Mundial da França em 1938. Anos depois, em 1974, o filho dele Ademir da Guia integrou o grupo que participou do torneio na Alemanha Ocidental.

Uruguai

Zagueiro com passagem pelo São Paulo nos anos 1970, Pablo Forlán representou o Uruguai nas Copas de 1966 e 1974. Filho dele, o atacante Diego Forlán jogou as Copas de 2002, 2010 e 2014. Camisa 10 da equipe, Forlán foi eleito pela Fifa o craque do Mundial de 2010, na África do Sul, quando o Uruguai foi semifinalista.

Itália

O clã Maldini representa o país desde a década de 1960. O precursor foi o defensor Cesare Maldini, que atuou na Copa de 1962 e anos mais tarde dirigiu a seleção italiana nos anos 1990. Justamente quando Cesare era o treinador, o capitão do time era o filho dele, o zagueiro Paolo Maldini. Ídolo do Milan, ele disputou quatro Copas. Agora é a vez de um dos filhos de Paolo começar no futebol. O meia Daniel Maldini, de 19 anos, integra as categorias de base da seleção do país.

Dinamarca

A tradição no país é ter um goleiro chamado Schmeichel. O precursor de tudo foi Peter, que levou o país ao título da Eurocopa em 1992 e até as quartas de final da Copa de 1998. Agora, quem cuida do gol dinamarquês é o filho dele. Kasper disputou como titular a última Copa, na Rússia.

Islândia

O pequeno país insular quase teve a curiosa coincidência de pai e filho estarem em campo ao mesmo tempo. Em 1996, em um amistoso contra a Estônia, o atacante veterano Arnór Gudjohnsen foi substituído na etapa final para dar lugar ao filho. Então com apenas 17 anos, Eidur iniciava a carreira na seleção. Depois disso, eles não tiveram a chance de participar da mesma partida.

Estadão
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