Fortaleza e Inter: o jogo que o VAR não viu
Num Castelão abafado, o Inter empatou com o Fortaleza em um jogo sem gols, mas com um lance que doeu mais que derrota: o pênalti não marcado que calou a justiça
Na quente noite de domingo (13), o estádio do Castelão foi palco de um duelo que prometia muito, mas entregou pouco — ao menos no placar. Fortaleza e Internacional ficaram no 0 a 0, mas o que parecia um jogo morno, acabou ganhando tempero nas entrelinhas: um toque de drama, pitadas de tensão e uma colher cheia de polêmica.
Foi uma daquelas partidas que parecem se desenhar no rascunho, mas nunca ganham a tinta final. O Fortaleza, dono da casa, tentou empurrar o jogo com sua torcida, que, mesmo sob o abafado clima cearense, cantava alto. Mas a festa nas arquibancadas não encontrou eco no gramado castigado, onde a bola teimava em não rolar como deveria.
Do lado vermelho, o Inter veio com um time alternativo, mas ainda assim competitivo. Oscar Romero e Borré tentaram imprimir ritmo no meio-campo, enquanto Thiago Maia mostrava os calos da experiência. O técnico Roger Machado como um maestro inquieto à beira do campo, pedia intensidade, mas parecia reger um time que só afinava em notas defensivas.
No segundo tempo, quando o cansaço já era visível e os técnicos do Inter e Fortaleza buscavam soluções no banco, veio o momento que incendiou a noite. Em uma disputa dentro da pequena área, David Luiz ergueu o pé e acertou em cheio o rosto de Agustín Rogel, que caiu como um soldado ferido. Os colorados pediram pênalti, a torcida visitante se revoltou, mas o juiz seguiu — e o VAR permaneceu mudo, como quem vira o rosto para não se comprometer.
Se o futebol é um jogo de interpretações, essa passou longe de ser unânime. Nas redes sociais, o lance viralizou, e o sentimento que pairava entre os colorados era de que os três pontos escaparam por entre os dedos do apito.
O empate levou o Inter aos cinco pontos na tabela. Ainda invicto, o Colorado agora tem uma semana decisiva pela frente: na quarta, recebe o Palmeiras no Beira-Rio e, no sábado, encara o Grêmio no Gre-Nal 447 — um clássico que, como se sabe, nunca é só um jogo.
Já o Fortaleza, também invicto, parte para Salvador, onde enfrenta o Vitória no Barradão. Para o Leão do Pici, o objetivo é claro: transformar os empates em vitórias e consolidar seu espaço entre os grandes da temporada.
