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Ex-funcionário elaborou 46 dossiês sobre desvios na CBF

6 nov 2017 - 08h47
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Formado em administração de empresas, trabalhou na entidade de 1989 a 2002, período em que ocupou vários cargos .
Formado em administração de empresas, trabalhou na entidade de 1989 a 2002, período em que ocupou vários cargos .
Foto: Silvio Barsetti / Especial para Terra

Durante anos Moisés Campos de Lima atuou no anonimato. Dono de um acervo de dezenas (ou centenas) de documentos sobre a CBF, ele agora resolveu se apresentar publicamente. Em entrevista exclusiva ao Terra, o ex-chefe de segurança da seleção campeã do mundo em 1994 contou como elaborou nos últimos anos o total de 46 - isso mesmo, quarenta e seis - dossiês que versam sobre desvios na CBF.

Todo material está em poder do Ministério Público Federal, no Rio. Em sua casa, na zona oeste da capital carioca, Moisés recebeu a reportagem e mostrou as cópias dos 46 dossiês – tudo devidamente encadernado, com índice e ilustrações.

A decisão de dar sua primeira entrevista como opositor declarado do presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, foi calculada. Ele queria aproveitar a data de início do julgamento de José Maria Marin nos Estados Unidos para se manifestar. O ex-presidente da entidade estará sentado nesta segunda (6) no banco dos réus para que a Corte americana se defina sobre o período de sua condenação ou, o que é pouco provável, o absolva.

Marin cumpre prisão domiciliar nos EUA, acusado de receber propinas em negociações de venda de direitos de transmissão de competições de futebol. A mesma acusação recai sobre Del Nero e Ricardo Teixeira, também ex-presidente da CBF. Para Moisés, os três têm de ser banidos do esporte para que a confederação possa ser refundada.

Ele preparou ao longo dos últimos anos 46 dossiês sobre desvios na CBF. Todo o material está em poder do MPF no Rio.
Ele preparou ao longo dos últimos anos 46 dossiês sobre desvios na CBF. Todo o material está em poder do MPF no Rio.
Foto: Silvio Barsetti / Especial para Terra

Por que esse trabalho persistente ao longo de vários anos?

MC – Porque o futebol brasileiro precisa de transparência, de uma gestão comprometida com os interesses dos clubes, dos atletas, do torcedor. A caixa preta das finanças da entidade tem de ser aberta. Não podemos ser coniventes com desvios.

O senhor se candidataria à presidência da CBF?

MC – Meu candidato para ocupar o cargo já tem nome: é Mauro Silva, ex-campeão do mundo, atleta que goza do respeito de seus pares e desenvolve um belo trabalho como diretor da Federação Paulista de Futebol. Ele poderia ter como auxiliares outros nomes de peso, como Raí, Leonardo, Ricardo Rocha, Zetti, pessoas com formação e conhecimento.

Como elaborou esses 46 dossiês?

MC – Tenho muitos documentos do período em que trabalhei na CBF, de 1989 a 2002. Fui chefe da segurança da Seleção na Copa dos EUA, assessor da vice-presidência, coordenador de serviços gerais, secretário nacional de controle de dopagem. Depois disso, mantive minhas fontes e estabeleci outras com um grande número de funcionários da CBF. Todo mundo que era demitido vinha falar comigo. Uma boa parte dos dossiês se refere individualmente aos que comandam a entidade. O de Marco Polo Del Nero é o mais volumoso. Entreguei tudo ao MPF e há alguns dias recebi um retorno do gabinete da procuradora-geral Raquel Dodge de que não ficará pedra sobre pedra. Essas investigações correm sob segredo de justiça.

Por que só agora decidiu deixar o anonimato?

MC – Porque chegou a hora do julgamento, da verdade. José Maria Marin não vai escapar e levará com ele Del Nero e Ricardo Teixeira. Isso vai determinar uma varredura na CBF. É inadmissível e vergonhoso que o presidente da entidade não possa representar o nosso futebol no exterior, por medo de ser preso. Desde que foi indiciado pela Justiça dos EUA em 2015, o mínimo que o Del Nero deveria ter feito era renunciar ao cargo. A Fifa deveria ter exigido isso dele. Mas a entidade máxima foi omissa, é cúmplice.

Moisés Campos de Lima, 62 anos, foi chefe da segurança da Seleção brasileira na Copa de 1994, nos EUA.
Moisés Campos de Lima, 62 anos, foi chefe da segurança da Seleção brasileira na Copa de 1994, nos EUA.
Foto: Silvio Barsetti / Especial para Terra

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Fonte: Especial para Terra
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