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Árbitros paulistas atuam em hospital e reforçam comércio próprio durante pandemia

A impossibilidade de receber taxas pelo trabalho em jogos leva à procura por soluções para evitar problemas financeiros

17 mai 2020 - 05h13
(atualizado às 05h13)
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A paralisação do futebol causada pela pandemia do novo coronavírus levou alguns nomes da arbitragem paulista a se concentrarem nas carreiras longe dos estádios para compensar a falta de jogos. O Campeonato Estadual completa dois meses sem jogos e os cerca de 500 integrantes do quadro de arbitragem da Federação Paulista de Futebol (FPF) têm buscado manter a rotina de treinos e compensar as perdas financeiras.

Quem tem encarado uma rotina pesada é o árbitro Humberto José Junior, de 35 anos. Ele trabalha no departamento de compras de um hospital em Valinhos, no interior do Estado. A alta demanda de pacientes infectados com a covid-19 e a necessidade de manter o estoque de suprimentos sempre em dia têm feito as jornadas de trabalho dele irem um pouco além do horário comum de expediente.

"Os profissionais que estão na linha de frente sempre nos cobram pela falta de máscaras e luvas e ainda outros equipamentos de proteção individual. Eu tenho de correr atrás disso para ajudar o hospital a ficar abastecido", disse. O último jogo dele antes da pandemia foi o encontro entre São Bernardo e Monte Azul, pela Série A-2. Para se distrair, o árbitro se dedica a alguns treinos físicos e tem procurado passar mais tempo com o filho de sete anos.

O maior receio do árbitro é que a pandemia possa prejudicar a evolução da carreira. "O Campeonato Paulista para os árbitros é o momento de mais trabalho. Nós temos o anseio de mostrar serviço e conseguir crescer. Não ter jogos atrapalha um pouco nossas finanças. Por isso é preciso a gente ter mais planejamento", contou.

Segundo a FPF, vários dos árbitros e assistentes presentes nas partidas do campeonato Estadual atuam em atividades consideradas essenciais nesta pandemia do novo coronavírus, como integrantes da Polícia Militar. Quem é da arbitragem paulista e está também no quadro da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) recebeu socorro financeiro da Associação Nacional dos Árbitros de Futebol (Anaf). Os valores foram distribuídos de acordo com a categoria de cada um dos árbitros.

CRIATIVIDADE

A falta de verbas de jogos levou o assistente de arbitragem Risser Jarussi, de 41 anos, a ser criativo em seu empreendimento. Junto com a mulher, Samira, ele tem uma loja de moda feminina chamada Donna Borboleta, localizada em Caieiras, na região metropolitana do Estado. Por não ser um serviço considerado essencial, foi preciso achar uma solução capaz de ao mesmo tempo compensar a paralisação do futebol e de ajudar o estabelecimento a se manter de pé.

"As taxas de arbitragem são um reforço na minhas finanças, mas agora conseguimos montar um serviço de delivery de roupas e de vendas por WhatsApp e Instagram. Vamos criar um site também. Assim como todo mundo, quem é árbitro ou assistente também está precisando se reinventar nessa pandemia de alguma maneira", afirmou.

Estadão
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