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Eleição para presidente agita bastidores dos clubes paulistas em 2020

Corinthians, São Paulo e Santos escolherão novos mandatários nesta temporada

18 mai 2020 - 05h13
(atualizado às 16h52)
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O futebol brasileiro está paralisado por causa da pandemia do novo coronavírus, mas Corinthians, Santos e São Paulo vivem bastidores agitados. Não apenas para planejar o restante da temporada, como também por ser ano eleitoral nos três clubes paulistas. Em razão da covid-19, futuros candidatos angariam apoio por meio de reuniões virtuais e conversas por aplicativos de mensagens. Muitos ainda aguardam para lançar candidaturas de forma oficial.

No Corinthians, o grupo Renovação e Transparência está no poder desde quando Andrés Sanchez venceu a eleição em 2007. A tendência é de que o candidato da situação seja o atual diretor de futebol do clube, Duílio Monteiro Alves. Na oposição, quem surge como nome forte é um dissidente do Renovação e Transparência e ex-presidente do clube alvinegro: o delegado Mario Gobbi.

Após comandar o Corinthians entre 2012 e 2015, Gobbi se afastou da vida política. Ele reapareceu em reunião do conselho deliberativo do clube no fim do ano passado e deve ser candidato do Movimento Corinthians Grande, que conta com importante número de membros dissidentes do Renovação e Transparência.

Gobbi participou de transmissões pela internet e assumiu que pode ser candidato. "O Corinthians está numa hemorragia política. Aceito voltar. Não pertenço a grupo político nenhum. Venho para apaziguar. Quero fazer uma gestão financeira boa. Dar credibilidade para o clube. Sem política".

Um oponente já confirmado é Augusto Melo, que concorreu a vice na chapa de Antonio Roque Citadini na eleição passada. Em entrevista ao Estadão, ele contou que a ideia de se candidatar à presidência surgiu em uma conversa justamente com Mario Gobbi. "Acho que somente a nossa candidatura pode ser considerada como oposição, porque os outros já estiveram juntos das pessoas da situação", disse o empresário, que foi diretor da base corintiana entre as temporadas de 2015 e 2016.

Outro que deve disputar a eleição é Paulo Garcia, que concorreu no pleito passado e tem grande influência principalmente no conselho deliberativo do clube. "De minha parte tenho dedicado muito tempo em aperfeiçoar um plano de governo moderno e bem profissional para no momento oportuno apresentar a todos", afirmou por meio de comunicado.

No Santos, o presidente José Carlos Peres cogita candidatar-se novamente para o próximo triênio, apesar de ter enfrentado até processo de impeachment no Conselho Deliberativo. O clube conta com diversos grupos políticos que buscam unificar algum candidato para ter mais força na eleição. Uma dessas movimentações deve ter o segundo candidato mais votado no pleito passado, Andres Rueda, como representante.

"Estou tentando uma pacificação das oposições, o ambiente está bem conturbado na Vila. Se eu não conseguir, vou pensar mais para frente se serei candidato ou não. Estou tentando juntar lideranças que existem para criar um pacto de governança, independentemente de quem seja o presidente, para cumprir com as determinadas normas éticas e operacionais, agir de acordo com o estatuto do Santos, de forma colegiada. Não há pensamentos antagônicos, a maioria pensa no bem do clube, mas tem vaidades e algumas rusgas pessoais ainda", afirmou Rueda ao Estadão.

Até agora, dois conselheiros anunciaram a pré-candidatura: Miltinho Teixeira, filho do ex-presidente Milton Teixeira e irmão de Marcelo Teixeira, que também é ex-mandatário do clube e atualmente presidente do Conselho Deliberativo do Santos; além do conselheiro Esmeraldo Tarquínio. O atual vice-presidente, Orlando Rollo, afirmou que não vai se candidatar. Ele rompeu com José Carlos Peres no início da gestão, em 2018.

MORUMBI

No São Paulo, o presidente Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, não pode tentar a reeleição. O único candidato já confirmado é o ex-diretor de marketing Julio Casares, que tem apoio de grupos da situação e também da oposição, como o ex-presidente José Eduardo Mesquita Pimenta, derrotado por Leco na eleição passada.

"Estamos fazendo um trabalho de união de pessoas da situação e da oposição. Lançamos a candidatura recentemente, mas já vínhamos trabalhando nela. O São Paulo precisa de união e transformação. A campanha será feita nos próximos meses, após a pandemia, por respeito em meio à dificuldade dessa situação que o mundo vive", disse Casares ao Estadão.

Casares ainda não sabe quem enfrentará na eleição do fim deste ano. Marco Aurélio Cunha, ex-diretor de futebol do clube e atualmente coordenador de futebol feminino da CBF, estuda lançar candidatura. Ele já comentou o desejo de concorrer ao pleito, mas analisa se terá apoio de conselheiros. "Ainda não defini. Não existe candidatura sem alianças", afirmou.

O atual vice-presidente, Roberto Natel, é outro nome que surge entre os conselheiros para o pleito. Ele é rompido com Leco desde 2018. Votou pela reprovação das contas do clube no ano passado - mas votos para a aprovação foram a maioria.

Natel avalia alianças e não quis comentar sobre o cenário político do clube no momento. Com menos força, Sylvio Alves de Barros Filho surge como opção de grupos da oposição para disputar a eleição no Morumbi.

PALMEIRAS

A eleição do clube será só fim de 2021, quando o atual presidente Mauricio Galiotte não poderá se reeleger. O cenário aponta para uma disputa acirrada entre a dona da Crefisa, Leila Pereira, como candidata da situação, e o ex-presidente e agora opositor Paulo Nobre. Nenhum deles até o momento garante que estará no pleito, porém, conselheiros aliados de ambos já trabalham para viabilizar suas candidaturas. Vale dizer que os dois têm propostas diferentes para o Palmeiras.

Antes da pandemia, Nobre chegou a se reunir com companheiros de clube em almoço para discutir possíveis propostas. Leila se mantém ativa nas redes sociais para interagir com torcedores. Nos jogos do Allianz, utiliza camisa com o número 21, referência ao ano do pleito.

2020

Os desafios serão grandes e diferentes para esses prováveis presidentes. A temporada 2020 mostra-se inédita no futebol brasileiro de todos os pontos de vistas com a pandemia. Os clubes sofrem com a falta de movimentação por mais de dois meses, sem jogos e, principalmente, sem recursos financeiros. Os eleitos terão de trabalhar rápido para colocar as contas em dia, pagar os jogadores, voltar ao mercado das transferências, honrar compromissos, comandar o futebol depois da retomada. Os balanços de 2019 não foram bons. Há muitas dívidas e poucas explicações.

Estadão
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