Coronel Nunes é convocado pela Justiça do RJ para explicar casos de falsas assinaturas
O ex-membro da CBF teria tido suas assinaturas falsificadas em documentos que concederam a posse a Ednaldo Rodrigues, presidente da entidade
Uma decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) publicada nesta sexta-feira, 9, determinou que Antônio Carlos Nunes de Lima, mais conhecido como Coronel Nunes, se apresente para prestar esclarecimentos sobre o caso das assinaturas falsas em seu nome.
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Nunes teria preenchido papéis que permitiam o atual presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ednaldo Rodrigues, permanecer no poder.
A oitiva será realizada na segunda-feira, 12 de maio, a pedido do desembargador Gabriel de Oliveira Zéfiro.
A convocação foi publicada após o Supremo Tribunal Federal, por decisão do ministro Gilmar Mendes, ordenar que a Justiça do Rio investigue a possibilidade de a assinatura de Nunes ter sido falsificada. O caso veio à tona na última semana após uma perícia ser anexada ao processo.
Dois pedidos de afastamento de Ednaldo Rodrigues foram protocolados na ação nesta semana. O primeiro foi assinado pela deputada federal Daniela do Waguinho (União Brasil-RJ), e o outro foi solicitado por Fernando Sarney, ex-dirigente da CBF e um dos signatários do acordo. Ambos questionam a validade jurídica do documento. O ministro Gilmar Mendes, relator do caso no STF, negou os pedidos.
Outro fator que implica a incapacidade técnica de Nunes é a sua situação médica, uma vez que ele declarou à Justiça sofrer de um tumor no cérebro e cardiopatia grave. Além disso, os laudos anexados à ação descrevem o ex-militar como tendo déficit cognitivo.
“Fica evidente a probabilidade de que um dos signatários, o Coronel Antônio Carlos Nunes de Lima, não estivesse apto a manifestar sua vontade no momento da elaboração intelectual e da assinatura”, diz trecho da decisão do desembargador Gabriel de Oliveira Zéfiro.