O que esperar da Conmebol para Universidad de Chile e Independiente sobre 'batalha de Avellaneda'
Confederação terá audiência definitiva na próxima semana para definir sanções aos clubes após barbárie em partida da Sul-Americana
A Conmebol decidirá na próxima semana, em audiência no Paraguai, as sanções para Universidad de Chile e Independiente após episódios de violência em jogo da Sul-Americana, com ambas as partes apresentando suas defesas.
A Conmebol ainda não definiu como vai lidar com a barbárie que aconteceu durante a partida entre Independiente e Universidad de Chile, pelas oitavas de final da Copa Sul-Americana, no Estádio Libertadores da América, em Avellaneda, na Argentina. A confederação convocou os dois clubes para uma audiência no Paraguai na próxima semana.
Tanto argentinos quanto chilenos já apresentaram suas defesas à entidade. Nesta quarta-feira, o presidente do Independiente, Nestor Grindetti, concedeu entrevista coletiva comentando o que foi dito à Conmebol e mostrou confiança.
A audiência na Conmebol está prevista para o dia 2 de setembro, próxima terça-feira, às 15h (de Brasília). Representantes dos dois clubes irão, mas serão ouvidos separadamente.
"A violência do outro dia foi orquestrada. O jogo foi cancelado porque estavam jogando vasos sanitários. Quem pensaria em arrancar um vaso sanitário para jogá-lo nas pessoas lá embaixo?", argumentou Grindetti, imputando a culpa pela violência aos chilenos.
O mandatário ainda afirmou que o Independiente contribui para as investigações da Agência de Prevenção à Violência no Esporte (Aprevide, na sigla em espanhol). O órgão é o responsável pela segurança nos estádios argentinos.
"Me reuni com o promotor. Todas as imagens das câmeras estão em posse da Aprevide. Apresentamos nossa defesa e solicitamos que a audiência de conciliação fosse presencial. Isso deve ocorrer no início da próxima semana", afirmou.
Grindetti foi direto ao defender que a Universidad de Chile deveria ser eliminada do torneio. Assim, o Independiente jogaria contra o Alianza Lima, do Peru, nas quartas de final. No momento em que a confusão se iniciou, o jogo estava empatado por 1 a 1, com placar agregado de 2 a 1 para os chilenos.
Mariano Zitto, abriu detalhes da investigação, em conversa com o jornal chileno El Deportivo. Ele apontou que alguns casos serão encarados como "tentativa de homicídio". Segundo o procurador, torcedores da Universidad de Chile haviam quebrado câmeras ainda antes da partida, o que deveria ter servido de alerta para os organizadores.
"Sou grato por não ter havido mortes. Não há um prazo definido (para encerrar a investigação), gostaria que fosse imediato, mas leva tempo. Se houvesse mandantes, não tenho dúvidas de que eles teriam de responder, assim como os autores. A ideia é alcançar todos que pudermos", afirmou Zitto.
A defesa da Universidad de Chile também se articula. O advogado dos chilenos, Gerardo Acosta, também conversou com El Deportivo e abriu parte da estratégia.
Foi produzido um relatório que aponta eventos não registrado pelos árbitros, "começando com a declaração do técnico nos dias anteriores, as bombas de efeito moral no hotel e os gestos de macaco de um torcedor", cita Acosta.
"As provas são todas em vídeos e também ofereceremos testemunhas que relatarão sua experiência traumática naquele evento", conta o advogado.
Sobre o relato que o delegado da partida faz acerca da torcida chilena, Acosta defende que "faltam elementos, que serão acrescentados". "Comportamentos da torcida do Independiente que não foram observados pelos dirigentes", diz ele.
Acosta aceita que a punição seja aplicada aos visitantes, mas argumenta que a sanção ideal se limitaria a Universidad de Chile jogar sem torcida.
