Time deixa atletas no AM por falta de dinheiro para passagem
Não é fácil a realização do sonho de disputar a Copa São Paulo de Futebol Júnior. Com 104 equipes e todos os Estados representados, a competição atrai histórias de superação. Nesta edição de 2014, uma delas é dada pelo desconhecido Tarumâ, de Manaus, que quase não conseguiu viajar para São Paulo e disputar a primeira fase no grupo com sede na Rua Javari.
Quem relata é o próprio treinador da equipe, Darlan Barroso, 40 anos. A vinda do time para o principal torneio de base brasileiro foi complicada. Como só é possível fazer o trajeto de avião e as passagens são caras, cada um fez um pouco: a prefeitura local deu 12 passagens, a federação amazonense ofereceu cinco e o presidente do clube pagou quatro. A conta de 21 tickets no total não fechava com o grupo de 21 jogadores e oito membros da comissão técnica.
“Vieram 18 jogadores e três membros da comissão. Nós tivemos que cortar três jogadores e cinco membros da comissão técnica por falta de passagem. Foi um obstáculo a mais, mas essa competição é um sonho para qualquer jogador desta idade”, conta.
Em São Paulo, o time não precisa se preocupar com a questão financeira: a hospedagem em um hotel na região central de São Paulo, a alimentação e o transporte são pagos pela Federação Paulista de Futebol (FPF).
O Tarumã ganhou o direito de disputar a Copa São Paulo após vencer o Estadual local, deixando para trás times de mais tradição como o Nacional. O troféu também deu direito à disputa da Copa Norte, na qual foi vice-campeão. Até aqui na Copa São Paulo o time não deu vexame: perdeu por 1 a 0 para o anfitrião Juventus sofrendo gol no fim e tomou de 4 a 0 do Figueirense, após ser muito prejudicado por um temporal na Javari.
Mesmo sem passar vergonha, a equipe manauara já está eliminada do torneio, sem chances de avançar à próxima fase. Mas será que vai ter passagem para voltar para o Amazonas? O técnico Darlan responde.
“Tem 17 passagens, faltam quatro ainda”, diz. “Ué, mas vão conseguir voltar todos?”, se espanta a reportagem. “Vai sim, tem um dinheiro em caixa separado. Vamos sim”, garante.