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Copa do Mundo

Linha do tempo: relembre o trajeto do técnico Dunga na Seleção

2 jul 2010 - 22h39
(atualizado às 23h33)
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O ciclo de Dunga como técnico da Seleção Brasileira se encerrou nesta sexta-feira. Em 68 jogos (contando a Seleção Olímpica), foram 49 vitórias, 12 empates e somente sete derrotas; 144 gols a favor e 45 contra; e um ótimo aproveitamento de 77,9%. Porém, a sétima derrota veio exatamente quando não podia: em um jogo eliminatório de Copa do Mundo. A Holanda selou a despedida do treinador com uma vitória por 2 a 1, pelas quartas de final, em Port Elizabeth.

Dunga chegou ao Mundial com a popularidade em alta - nesta quinta-feira, segundo o Datafolha, sua aprovação junto à torcida atingiu o recorde de 69%. Porém, sua trajetória à frente do Brasil foi repleta de altos e baixos. O Terra relembra aqui os principais acontecimentos da passagem do ex-volante pelo comando da Seleção.

O começo: promessa de mudanças

Sem nunca ter trabalhado como técnico de futebol anteriormente, Dunga foi nomeado o novo treinador da Seleção Brasileira em 24 de julho de 2006, pouco depois da eliminação brasileira na Copa do Mundo da Alemanha. Ele substituiria Carlos Alberto Parreira, que sofreu muitas críticas depois da eliminação nas quartas de final para a França.

O time de Parreira, que contava com o "quadrado mágico" formado por Kaká, Ronaldinho, Ronaldo e Adriano, foi acusado de não ter se preparado corretamente para a Copa. Os craques tiveram atuações apagadas, a equipe apresentou um futebol apático, alguns jogadores se apresentaram acima do peso. Dunga assumiu a Seleção prometendo mudanças; a principal delas, o "resgate" do compromisso em vestir a camisa amarela.

Em 2006, foram seis amistosos com uma Seleção bastante reformulada. Dos ex-integrantes do "quadrado mágico", só Kaká e Ronaldinho tiveram espaço nos primeiros jogos. Depois de uma estreia com empate por 1 a 1 com a Noruega, no dia 16 de agosto, em Oslo, foram cinco vitórias seguidas: sobre Argentina, País de Gales, Kuwait, Equador e Suíça.

O primeiro amistoso de 2007 trouxe a reaparição de Adriano entre os convocados e a primeira derrota de Dunga. Em 6 de fevereiro, o Brasil caiu em Londres diante de Portugal, que contou com grandes atuações de Cristiano Ronaldo e Quaresma para fazer 2 a 0. As primeiras críticas começaram a aparecer, mas Dunga passou os próximos quatro jogos sem perder: foram duas vitórias (sobre Chile e Gana) e dois empates (contra Inglaterra e Turquia).

Copa América 2007: a primeira glória

Na primeira competição oficial sob o comando de Dunga, os astros Kaká e Ronaldinho pediram dispensa da Seleção. A dupla vinha de uma desgastante temporada na Europa e queria férias - coisa que não tinham há dois anos, pois haviam jogado a Copa das Confederações em 2005 e a Copa do Mundo em 2006. O treinador não gostou da atitude dos dois craques e externou publicamente seu desagrado com a "falta de comprometimento" - um bordão que se repetiria muitas vezes mais.

Com um time considerado de "segunda linha" por grande parte da torcida, a Seleção chegou à Venezuela para jogar a Copa América sob desconfiança. Dunga foi criticado pela convocação de jogadores desconhecidos do público brasileiro, como o volante Fernando Menegazzo e o atacante Afonso Alves. No primeiro jogo, em 27 de junho, derrota por 2 a 0 para o México.

Foi aí que começou a reação. Liderado em campo por um inspirado Robinho, o Brasil venceu Chile e Equador e chegou às quartas de final, onde massacrou novamente os chilenos: 6 a 1. Na semifinal, brilhou o goleiro Doni, outro contestado pela torcida, que foi decisivo na vitória nos pênaltis sobre o Uruguai após empate por 2 a 2 no tempo normal. E na decisão contra os favoritíssimos argentinos, um show: com gols de Júlio Baptista, Ayala (contra) e Daniel Alves, a Seleção venceu por 3 a 0 e deu o primeiro título à carreira do treinador.

A primeira crise: "adeus, Dunga"

Depois do título da Copa América e de três vitórias em amistosos (sobre Argélia, Estados Unidos e México), vieram as Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2010. Depois de um empate sem gols contra a Colômbia em Bogotá, o Brasil goleou o Equador por 5 a 0 no Maracanã, em jogo que ficou marcado pelo drible "vai pra lá que eu vou pra cá" de Robinho.

Na sequência, um empate por 1 a 1 contra o Peru em Lima fez a pressão subir novamente. Porém, Luís Fabiano entrou na Seleção para não mais sair e marcou os gols da vitória por 2 a 1 sobre o Uruguai, no Morumbi, em 21 de novembro. O Brasil só voltaria a jogar pelas Eliminatórias em junho do ano seguinte; antes disso, venceu Irlanda, Suécia e Canadá em amistosos e perdeu para a Venezuela pela primeira vez na história (2 a 0 em Boston).

O revés contra os venezuelanos, mesmo em um amistoso, deixou Dunga em situação delicada. Tudo piorou com a segunda derrota seguida: 2 a 0 para o Paraguai em Assunção, pelas Eliminatórias, com grande exibição de Cabañas. Quando o Brasil empatou sem gols contra a Argentina, em noite de pouca inspiração no Mineirão, o coro da torcida na arquibancada indicava a rejeição ao treinador: "adeus, Dunga".

Olimpíada 2008: decepção no retorno de Ronaldinho

Sob forte pressão, Dunga voltou seus esforços para a tentativa de conquistar o único título que faltava ao futebol brasileiro: o ouro olímpico. Além de Thiago Silva e Robinho - que se lesionou e não pode ir a Pequim - o técnico convocou Ronaldinho como um dos três atletas acima de 23 anos. O ex-melhor do mundo estava sem atuar no Barcelona, e se apresentou acima do peso e sem ritmo de jogo.

Na primeira fase, o Brasil jogou o suficiente para bater Bélgica, Nova Zelândia e China e se classificar em primeiro. Contra Camarões nas quartas de final, outra vitória tranquila: 2 a 0. Na semi, porém, veio a Argentina. Liderados por Messi, Agüero e Riquelme, os eternos rivais conseguiram uma incontestável vitória por 3 a 0. A Seleção ficou com o bronze ao bater a Bélgica, mas os Jogos Olímpicos acabaram como o primeiro fracasso de Dunga.

A segunda crise: salvo por um amistoso

Com o naufrágio olímpico e os recentes maus resultados nas Eliminatórias, Dunga viveu seu pior momento à frente da Seleção. Os pedidos pela demissão do treinador diminuíram um pouco após a vitória por 3 a 0 sobre o Chile em Santiago, mas voltaram com força total após dois empates sem gols em casa, contra Bolívia e Colômbia.

Foi aí que veio a maior vitória do Brasil sob o comando do técnico: 6 a 2 sobre Portugal, em amistoso disputado em 19 de novembro de 2008, na cidade do Gama. A goleada foi determinante para a permanência de Dunga no cargo. 2009 começou com outra exibição confortável diante de um adversário de respeito: em Londres, 2 a 0 sobre a Itália.

Antes da Copa das Confederações, a Seleção fez mais quatro jogos pelas Eliminatórias e deixou encaminhada a classificação ao Mundial da África do Sul. Depois de uma partida em que foi dominado pelo Equador na altitude de Quito e se salvou com um empate por 1 a 1, o Brasil venceu Peru, Uruguai e Paraguai.

Copa das Confederações 2009: título e grupo fechado

O título do Brasil na Copa das Confederações foi onde Dunga praticamente fechou o elenco para o Mundial do ano seguinte. Só cinco jogadores campeões não voltaram à África do Sul para jogar a Copa do Mundo: Victor, Kléber, André Santos, Miranda e Alexandre Pato.

A Seleção estreou tomando susto do Egito, mas ganhou por 4 a 3. Depois, duas vitórias por 3 a 0, sobre Estados Unidos e Itália, confirmaram o primeiro lugar da chave. Um golaço de falta de Daniel Alves, que acabou se confirmando como o "12º jogador" da Seleção, garantiu o 1 a 0 sobre a dona da casa África do Sul na semifinal. E na decisão, após sair perdendo por 2 a 0, o Brasil se superou e derrubou os surpreendentes Estados Unidos por 3 a 2, com dois gols de Luís Fabiano e um de Lúcio.

O melhor momento: Argentina 1 x 3 Brasil

Dunga viveu sua melhor fase depois do sucesso na Copa das Confederações. Após uma vitória por 1 a 0 sobre a Estônia em amistoso, o Brasil foi a Rosário encarar a Argentina, que fazia campanha ruim nas Eliminatórias e corria o risco de ficar fora do Mundial. Com atuação de gala de Kaká e Luís Fabiano, a Seleção venceu os arquirrivais por 3 a 1 e carimbou sua passagem para a África do Sul, fazendo a popularidade do técnico disparar.

Já garantido na Copa do Mundo, Brasil ainda venceu o Chile por 4 a 2. Depois, atuando sem vários titulares, perdeu para a Bolívia em La Paz e empatou com a Venezuela; mesmo assim, Dunga continuou em alta, fortalecido pelo ótimo retrospecto recente. Antes de definir os 23 convocados para o Mundial, o treinador ainda teve dois amistosos: vitórias sobre Inglaterra (1 a 0) e Omã (2 a 0).

A convocação final aconteceu em 11 de maio de 2010 e não agradou a grande parte da torcida, que pedia a volta de Ronaldinho ou a inclusão de jovens valores como os santistas Neymar e Paulo Henrique Ganso. Dunga se manteve "fiel" aos que estiveram com ele nos momentos difíceis e voltou a chamar nomes contestados, como Doni, Gilberto, Kléberson e Grafite.

Copa do Mundo 2010: a derrota mais dolorida

A principal competição de Dunga como treinador da Seleção começou em 15 de junho com uma vitória suada por 2 a 1 sobre a frágil Coreia do Norte, que se fechou na defesa e complicou a vida do Brasil. Depois, uma atuação segura nos 3 a 1 sobre a Costa do Marfim, que garantiu a passagem às oitavas. Na entrevista coletiva depois do jogo, porém, o clima não foi bom: o técnico chegou ao ápice de seus conflitos com a imprensa ao ofender o jornalista Alex Escobar, da TV Globo na frente de todos os presentes.

O empate sem gols contra Portugal na última rodada da primeira fase foi mera formalidade. Nas oitavas de final, o "freguês de carteirinha" Chile não foi páreo para o time de Dunga: vitória fácil por 3 a 0. O grande desafio veio nas quartas, contra a Holanda.

O Brasil saiu na frente com Robinho, mas apagou no segundo tempo e levou dois gols. Felipe Melo foi expulso e o treinador se viu sem opções no banco de reservas para mudar a situação em campo - uma situação pouco comum para um técnico de Seleção Brasileira. A derrota por 2 a 1 adiou o sonho do hexacampeonato. Se ele vier, não será com Dunga no comando.

» Veja a lista com todos os jogos da "Era Dunga"

Na coletiva de imprensa, o treinador afirma que a equipe não conseguiu manter a concentração e a forma de jogar por toda a partida
Na coletiva de imprensa, o treinador afirma que a equipe não conseguiu manter a concentração e a forma de jogar por toda a partida
Foto: Getty Images
Fonte: Terra
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