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Copa Coca-Cola

Rejeitado pelo São Paulo, Eusébio virou lenda no Benfica

3 out 2012 - 07h15
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Goleador da Copa do Mundo de 1966, ganhador da Bola de Ouro do ano anterior, três vezes artilheiro da Liga dos Campeões, onze vezes campeão português e o primeiro jogador da história a faturar a Chuteira de Ouro, prêmio concedido ao maior artilheiro da Europa. Definitivamente não é por acaso que Eusébio é considerado um dos grandes futebolistas da história. Desde jovem, o potencial do craque chamava tanta atenção que ele foi objeto de uma disputa cinematográfica entre Benfica e Sporting, em uma trama que acabou envolvendo até mesmo o São Paulo.

Eusébio defendeu o Benfica em 15 temporadas; marcou 638 gols em 614 jogos
Eusébio defendeu o Benfica em 15 temporadas; marcou 638 gols em 614 jogos
Foto: Getty Images

Nascido em Moçambique, Eusébio da Silva Ferreira teve uma infância pobre. Ele costumava faltar às aulas para jogar futebol descalço com uma bola improvisada no campinho perto de casa. Com o passar dos anos, foi tentar a sorte no Desportivo, seu clube de coração. No entanto, foi rejeitado por conta de problemas no joelho, que o perseguiriam por toda a carreira: foram seis cirurgias no direito e uma no esquerdo.

Mesmo assim, não desistiu de seu sonho e foi aceito no Sporting Lourenço Marques, filial moçambicana do Sporting Lisboa. Em pouco tempo, suas boas atuações começaram a repercutir em Portugal, despertando o interesse da matriz. Nessa mesma época, o volante Bauer, que defendia o São Paulo, esteve no país africano e ficou encantado pelo futebol de Eusébio. O atleta foi indicado ao clube paulista, mas a diretoria não quis fazer o investimento. Bauer, então, repassou a dica para Béla Guttmann, seu antigo treinador que estava no Benfica.

O jogador já tinha tudo acertado com o Sporting, mas um funcionário do Benfica interviu. Colocou Eusébio no avião com um nome falso e avisou aos rivais que ele tinha partido para Lisboa de barco. Ao chegar à Europa, o atacante de 18 anos foi escondido em um hotel pelos dirigentes da equipe vermelha, que ganhou tempo para convencer o atleta a assinar contra com eles. Uma semana depois, ele finalmente era jogador do Benfica.

Uma de suas primeiras atuações pela equipe foi na final do torneio de Paris, diante do Santos de Pelé. Os brasileiros ganhavam por 3 a 0 e faltavam 20 minutos para o apito final. Eusébio, que estava no banco, entrou e marcou três vezes, mas viu sua equipe sofrer outros três gols. Os jornais, no entanto, ostentaram o seguinte placar: "Eusébio 3 x 2 Pelé."

Na final da Liga dos Campeões de 1962, a estrela do craque voltou a brilhar. Ele marcou duas vezes e ajudou a equipe a bater o poderoso Real Madrid de Puskas por 5 a 3. Dois anos depois, a Juventus ofereceu a ele um contrato para ganhar 40 vezes mais do que recebia do Benfica, mas o atacante obteve um aumento e resolveu continuar no mesmo time.

Sua consagração como estrela mundial veio durante a Copa de 1966, quando conduziu Portugal até a semifinal da competição. Uma das vítimas do craque foi a seleção brasileira, que ainda tinha Pelé e Garrincha. Com dois gols de Eusébio, o país perdeu por 3 a 1 e acabou eliminado ainda na primeira fase. Uma das cenas mais marcantes daquele mundial foi o choro do astro português após a derrota diante da Inglaterra na semifinal. Mesmo assim, ele terminou a competição como artilheiro, com nove gols.

A partir dos anos de 1970, a carreira de Eusébio ficou marcada pelas inúmeras lesões no joelho. Apesar disso, o atleta jamais se rendeu diante das dores e continuou a atuar em alto nível até 1974. Depois disso, seu futebol entrou em declínio. Ele deixou o Benfica no ano seguinte rumo ao futebol norte-americano, onde permaneceu até se aposentar em 1980. Apenas pelo clube português, disputou 614 jogos em marcou 638 gols, o que rendeu ao jogador uma estátua bem em frente ao Estádio da Luz.

Desde que deixou os gramados, o craque se transformou em um verdadeiro embaixador do futebol, sempre presente em homenagens e eventos promovidos pela Fifa, Uefa e pela própria Federação Portuguesa. Atualmente, também atua como comentarista esportivo no país europeu.

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Fonte: PrimaPagina
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