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Copa do Mundo 2018: Por que o uso do VAR no jogo entre a França e a Austrália foi histórico e polêmico

Em uma partida sem grandes incidentes, árbitro uruguaio protagonizou ao assinalar o primeiro pênalti de uma copa com a ajuda do árbitro de vídeo

16 jun 2018 - 10h23
(atualizado às 12h01)
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O árbitro uruguaio Andrés Cunha escreveu neste sábado (16) seu nome na história dos mundiais, embora possa ter sido por uma decisão incorreta. Ele se tornou hoje o primeiro juiz a marcar um pênalti com a ajuda do sistema de árbitro de vídeo, o VAR, em uma Copa do Mundo. A decisão se deu durante o jogo entre a França e a Austrália, do grupo C da Copa.

O árbitro Andrés Cunha revisa as imagens para mudar sua decisão
O árbitro Andrés Cunha revisa as imagens para mudar sua decisão
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

O francês Antoine Griezmann corria com a bola em direção ao gol quando foi interrompido por uma entrada do australiano Joshua Risdon.

Em um primeiro momento, o árbitro uruguaio considerou que a ação de Risdon sobre Griezmann havia sido legal. Mas segundos depois parou e foi revisar as imagens por meio do VAR. Depois de ver as repetições do lance na tela, Cunha mudou de ideia e marcou pênalti -para a surpresa dos jogadores australianos e do próprio Risdon.

Griezmann entra na área e Risdon tenta chegar à bola
Griezmann entra na área e Risdon tenta chegar à bola
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Griezmann cobrou o pênalti e marcou gol, o primeiro do jogo da França, que acabou ganhando o jogo por 2 a 1.

O problema é que parte dos torcedores e jornalistas ainda não consideram que houve falta na jogada.

"O fato de que não haja consenso sobe a decisão do pênalti por meio do VAR sugere que, mesmo que tenha sido pênalti, a decisão não deveria ter sido mudada", escreveu no Twitter Gary Lineker, lenda do futebol inglês.

Os comentaristas da BBC na partida, Mark Lawrenson e Dion Dublin, ficaram convencidos de que Cunha havia errado.

"Acho que ele toca na bola e ela encosta no pé de Griezmann. Foi um toque leve, mas não foi [pênalti] para mim", disse o ex-jogador do Liverpool.

A jogada de outro ângulo - quem pensa que o árbitro errou diz que não dá para perceber 100% que houve contato na jogada
A jogada de outro ângulo - quem pensa que o árbitro errou diz que não dá para perceber 100% que houve contato na jogada
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

O ex-jogador britânico Dublin, por sua vez, disse não entender se houve contato com o atacante francês para que ele tenha caído na grande área.

"Voltei a ver a jogada e acredito que ele foi muito rigoroso", apontou.

Mas a estrela marfinense Didier Drogba, que também comentava o jogo, defendeu que houve sim infração na jogada e que o árbitro acertou ao mudar sua decisão.

Os australianos protestaram contra o pênalti marcado pelo árbitro
Os australianos protestaram contra o pênalti marcado pelo árbitro
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Como funciona o VAR?

O VAR é um sistema usado para corrigir decisões que podem ser definidoras em uma partida de futebol e que podem ter passado despercebidas pelo árbitro ou julgadas incorretamente. A Fifa define os cenários: gols e faltas que levam a um gol, pênaltis e faltas que levam a um pênalti, incidentes de cartão vermelho e identidade equivocada - quando um árbitro expulsa o jogador errado, por exemplo.

O árbitro recebe informações por meio de seu fone de ouvido receptor do "hub" do VAR em Moscou ou, então, pode consultá-los. Quando ele decidir que quer rever um lance, "desenha" um quadrado com as mãos, assinalando que verá as imagens na lateral do campo.

Por fim, pode tomar uma decisão ou mudá-la -como fez no jogo entre a França e a Austrália.

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