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Terra na Copa

"Racismo é coisa de gente idiota", diz torcedor nigeriano

20 jun 2014 - 19h15
(atualizado às 19h42)
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O arquiteto nigeriano Ola Duyuile, 48 anos, está em Cuiabá para assistir à disputa entre Nigéria e Bósnia, nesse sábado, às 18h (de Brasília), na Arena Pantanal. Ao lado do filho Akin, engenheiro mecânico de 20 anos, afirma que é muito importante a campanha “Copa sem Racismo”, lançada pelo governo federal no dia 7 de maio. Para Ola, “racismo é coisa de gente idiota” e não pode acontecer no futebol. “É lamentável, mas isso ainda ocorre de forma muito forte.”

<p>Ola Duyuile (dir.) ao lado do filho Akin</p>
Ola Duyuile (dir.) ao lado do filho Akin
Foto: Keka Werneck / Especial para Terra

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Akim destaca que alguns casos recentes de racismo contra jogadores de futebol ampliaram a importância de uma iniciativa mais dura durante a Copa. “Eu vi jogarem uma banana para o Daniel Alves e também a reação contra o Marcelo”, comentou.

Daniel Alves, do Barcelona, acabou comendo a banana que lançaram para ele ao campo, no jogo contra o Villarreal, no dia 27 de abril. Na ocasião, ele lamentou o fato com a imprensa: “Infelizmente, é uma guerra perdida até que se tomem medidas mais drásticas.”

Após o episódio, uma agência de publicidade criou e Neymar, companheiro de Alves no clube, lançou nas redes sociais a campanha #somostodosmacacos, que desagradou parte do movimento negro.

A atriz Preta Gil, 29 anos, por exemplo, reagiu em sua página no Facebook: “respeito o movimento, mas não sou macaca, eu tenho minha própria opinião, sou negra com muito orgulho! Racismo é crime, cadeia neles."

Um dos casos de maior repercussão neste ano foi a agressão ao jogador Tinga, do Cruzeiro. Em fevereiro, durante partida pela Copa Libertadores da América, em  Huancayo, no Peru, torcedores do Real Garcilaso tentara humilhar o jogador. Sempre que ele tocava na bola, a torcida peruana fazia sons imitando macaco. Após o episódio, a Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) abriu investigação e aplicou multa de US$ 12 mil (cerca de R$ 27,8 mil) ao time peruano.

Marcelo foi xingado no Twitter por ter feito gol contra, prejudicando a seleção brasileira, já na Copa. Os ataques não se referiam à condição técnica do atleta, mas ao biotipo. Um dos torcedores, Sauron, disse: “tinha que ser preto para manchar o nome do Brasil”. Outro internautas fizeram comentários similares. Nem Marcelo ou a CBF se pronunciaram sobre o caso.

Racismo é crime inafiançável e imprescritível no Brasil desde a Constituição Federal de 1988.

Fonte: Especial para Terra
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